42° capítulo

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Sofie me observa calada por mais alguns instantes, até que a sua ficha cai, entendendo o que eu disse.

- Mas e o seu diu? - perguntou, me ajudando a levantar do chão.
- Eu sei! Mas estou com os mesmos sintomas da primeira vez, o enjôo, a mudança de humor. Tom e eu também não usamos nenhuma proteção.

- Ele já sabe?
- Não. Eu preciso que vá comprar um teste para mim. - peço, enquanto saímos do banheiro.
- Só amanhã. Não deve haver nada aberto essa hora. - ela tem razão. Não sei como vou aguentar tanta ansiedade até amanhã.

Começo a contar o sonho que tive a Sofie, explicando os mínimos detalhes e como a garotinha me chamando de mamãe mexeu com a minha cabeça. Segundo ela, estou grávida de uma menina que deve ter o mesmo nome que a garotinha do sonho, Anna.

Tudo que fiz essa noite foi pensando na possibilidade de estar grávida, tomei banho pensando nisso, jantei pensando nisso, desfiz as malas e fui dormir pensando nisso.

Não demorou muito para que o dia clareasse e como já era esperado, quase não dormi essa noite. Escovo os dentes, penteio os cabelos e sigo com o meu pijama fofinho até a cozinha em busca de café.

- Caiu da cama? - pergunto assim que vejo Sofie, fazendo café da manhã.
- Mal consegui dormir, fiquei pensando nessa sementinha aí. - Sofie diz, apontando todo boba para minha barriga.
- Não sabemos, Sofie. Preciso fazer o teste o quanto antes. - digo, sentando na banqueta da cozinha.
- Quer que eu vá agora? - perguntou.
- Quero, por favor. Eu termino aqui. - digo, apontando com o queixo para a omelete no fogo.

Ainda são 08:00 da manhã, normalmente a hora que os comércios começam a abrir. Assim que acabo de fazer tudo, ouço a porta abrindo e corro em direção a ela, querendo pegar o teste das mãos de Sofie o quanto antes, mas sou surpreendida pela figura de Tom e Bill em minha frente. Puta merda!

- Surpresa! - Bill diz, exibindo um enorme sorriso. Sofie me olha completamente desesperada com a situação.
- Oi amor. - Tom diz, vindo em minha direção.
- Oi, o que vocês estão fazendo aqui? - pergunto sem notar o quanto fui grosseira.
- Temos show em Munique amanhã, então pegamos um helicóptero até aqui. Pensei que ficaria feliz em me ver. - ele diz, após perceber a minha reação.
- Claro que ela está feliz, só está surpresa. - Bill diz, adentrando a sala do apartamento.
- Eu preciso guardar uma coisinha. - Sofie diz, saindo de fininho com o teste na mão, envolto de uma sacolinha preta.
- Essa garota é uma graça. - Bill elogia Sofie.
- Tá tudo bem? - seu irmão me perguntou, enquanto envolvia seus braços em minha cintura, olhando em meus olhos.
- Tudo, só estou surpresa mesmo. - digo, dando-lhe um beijo leve.
- Que cheiro bom! - Belinda diz, seguindo até a cozinha.
- Vamos tomar café? Vocês devem estar com fome. - Sofie diz, assim que retornou.

Todos se sentam na mesa de jantar, onde Sofie fez uma apresentação maravilhosa, com direito a jogo americano e flores em um vaso.

- Você me disse que tinha algo para fazer agora, não foi, Cely? - Sofie diz, se referindo ao teste que deve ser feito com o primeiro xixi da manhã.
- Ah, sim. Vou fazer agora. - digo, me levantando da mesa.
- Vai sair? Tem certeza que está tudo bem? Você está tão... Estranha. - Tom diz, segurando meu braço.
- Só vou no quarto, já volto. - digo, dando um beijo em sua mão antes de sair.

Assim que entro no meu quarto, fecho a porta atrás de mim, encostando nela e respirando fundo. Calma, Cely. Recupero o fôlego e sigo até o banheiro.
O teste em si é bem alto explicativo: dois tracinhos positivo, um tracinho negativo. Faço o xixi, colocando o teste ali para que possa obter o resultado. Os cinco minutos mais longos de toda minha vida. O primeiro traço aparece e quando o tempo está se esgotando, ouço alguém entrando no quarto.

- Que porra é essa? - Tom pergunta, me olhando parada em frente a pia do banheiro. - Você tá grávida?
- Não estou grávida. - digo, olhando para ele.
- Você está grávida! - repetiu, tentando fazer o que ele disse entrar em sua cabeça.
- Não, Tom. Não. - digo, segurando seu rosto para que ele me olhe. - Não estou grávida.
- Quem está grávida? - Ouço Bill perguntando assim que entra em meu quarto, se jogando na cama.
- Cely. - Tom responde.
- Não! - digo a eles.
- Parabéns! - Bill pula contente na cama.
- Não, eu não estou grávida! - falo mais alto, implorando para que eles escutem o que eu digo.
- Calma, Cely. Você não pode se exaltar, cuidado com o bebê. - ele diz, pousando sua mão em minha barriga.
- Eu vou ser titio? - Bill pergunta, surpreso com a notícia. Agora que ele entendeu isso?

-Não! Ninguém vai ser titio! - grito.
- Cely? - Agora é Sofie que aparece no quarto, me deixando ainda mais nervosa. - Fez o teste?
- Fiz. - sigo até o banheiro, pegando o teste e mostrando a eles. - Negativo, viu? - praticamente esfrego no rosto de Tom, para que ele veja bem.

- Dois tracinhos quer dizer o que? - Tom perguntou, me olhando.
- Dois tracinhos é positivo, um tracinho é negativo. - quando vou apontar para que ele veja o único traço, me surpreendo com os dois tracinhos. Positivo.

𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora