61° capítulo

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Hoje é dia 02 de maio, um dia antes do nosso casamento. A turnê dos meninos acabou dia trinta, sendo o último show em Krasnodar, na Rússia. Antes de virem, eles tinham uma entrevista em um programa de TV local e infelizmente ainda não vi Tom.

Essa última semana foi de extrema correria, parecia que 24 horas eram pouco tempo para a quantidade de coisas que eu tinha para fazer. Precisei fazer mais duas provas do vestido,  já que devido a correria, emagreci talvez uns dois quilos, mas tudo sob controle.

Dia trinta a equipe responsável pela venda dos móveis fez a retirada de tudo que faltava, deixando aquele apartamento completamente vazio, igual a minha relação atual com Georg.

Enquanto Sofie e eu organizavamos o que restou, ela achou uma pequena caixa, onde eu costumava guardar miudezas que Georg me dava, como cartões comemorativos, pequenos bilhetes e até mesmo inúmeras fotos de momentos bons.

Me lembro quando ela perguntou o que eu sentia ao olhar aquelas coisas, mas no fundo, eu já não sentia mais nada. Aqueles momentos não chegavam perto da felicidade em que me encontro hoje, e aquele homem que esbanjava um sorriso nas fotos, já não é mais o mesmo Georg de agora.  O que quer que eu faça com isso? Ela perguntou. Coloque junto com as coisas dele, ele vai precisar disso mais do que eu, respondi.

Agora no avião, me pego observando pela janela a imensidão do mar e me lembro que vou casar em um iate. Quando eu pude imaginar que teria a sorte de casar com o amor da minha vida?

Um pequeno barco, nos leva até o iate onde vai acontecer a cerimônia. Tudo está tomando forma, igual um cenário de filme, desses que a gente se imagina vivendo. O iate é ainda maior do que pensei, elegante e clássico.

- É enorme. - Sofie diz, olhando tudo ao nosso redor.
- Precisa ver sem roupa. - Bill diz, surgindo atrás de nós.
- Que susto! - digo. - Belinda! - cumprimento-o, depois de duas semanas sem vê-lo.
- Oi Celyzinha. - ele diz. - Não está achando que vai ficar assim, né?
- Por mim já está perfeito. - respondi.
- Meu Deus, você é péssima nessas coisas. - disse, revirando os olhos. - Vamos para os seus aposentos, você não vai ver nada até amanhã. - Bill diz, praticamente me arrastando dali.

Seguimos por um dos corredores que nos levam aos quartos, eu imagino. Ele abre uma das portas que há, nós dando acesso a um quarto gigante. As portas de vidro mostram a varanda e a imensidão do mar azul lá fora. Há também uma cama, uma tv e mais algumas coisas, lembrando muito um quarto de hotel comum.

- Por motivos de segurança, Sofie vai ficar aqui com você e eu vou ficar em outro quarto com o Tom, quero que vocês se vejam apenas amanhã, no altar. - ele diz, todo empolgado.
- Quê? Vou ficar entediada aqui. - digo, fazendo biquinho. Sofie como sempre, já está tirando as coisas da mala e colocando-as em uma espécie de mini closet logo atrás de nós.
- Não vai não. Eu já preparei várias coisinhas para você hoje. - disse.
- Tipo? - pergunto, sem muito ânimo.
- Vem uma moça fazer as suas unhas, outra para fazer sua depilação. A tarde você tem uma massagem relaxante no SPA. Ai, eu penso em tudo! - disse, balançando seus cabelos de um modo convencido.

- Obrigada, Queen B. - agradeço, mas queria mesmo ver o meu amor.
- Ela está proibida de sair, ouviu? - falou mais alto, para que Sofie pudesse ouvir.
- Entendido. - Sofie responde. Reviro os olhos por estar sendo praticamente presa aqui.

O dia passou justamente como Bill havia planejado. Fiz as unhas das mãos e dos pés, já que vou casar descalça. Essa foi uma das coisas das quais eu não abri mão, queria casar descalça e assim farei. Tive uma sessão de depilação também, quase gritei para a tripulação inteira ouvir, mas ok. No comecinho da noite, Sofie, Bill e eu nos juntamos no SPA para uma relaxante massagem, que me fez ir dormir mais cedo.

Acordo assustada com meu celular vibrando embaixo do travesseiro. O nome que aparece na tela é o de Tom e isso me deixa preocupada. São três da manhã, ainda está escuro e fico pensando que algo possa ter acontecido. Levanto devagar, indo em direção a varanda, para que eu não acabe acordando Sofie.

- Oi, está tudo bem, amor? - pergunto, logo que atendo.
- Oi linda, não estou conseguindo dormir. - ele diz, e posso ouvi-lo se mexendo na cama.
- Está nervoso? - pergunto, observando a escuridão que faz aqui fora.
- Você está? - respondeu a minha pergunta, com outra pergunta. Sei que ele não quer admitir que está nervoso ou ansioso.
- Claro que sim, é normal. - digo, sendo sincera.
- Acordei você?
- Sim, mas não tem problema. - respondo.
- Estou com muita saudade. - ele diz, fazendo meu coração se despedaçar em um milhão de pedacinhos.

- Eu também, meu amor. Mas veja pelo lado bom. - digo, olhando a hora no celular. - Daqui a pouco nós estaremos juntos.
- Até a eternidade. - ele diz.
- Até a eternidade. - repito.
- Pode ficar no telefone? Até que eu durma. - me pediu, de um jeito impossível de negar.
- Claro, meu amor. - digo.

Ficamos conversando até às cinco da manhã, quando Tom ficou em silêncio do outro lado da linha e eu entendi que ele tinha ido dormir. O som da sua respiração calma é um bálsamo para mim. Com certeza Bill vai odiar as minhas olheiras mais tarde, mas eu não me importo. Passaria todas as noites da minha vida acordada por ele, se preciso fosse.




HOJE TEM CASAMENTOOOOOO 🥺✨✨✨✨✨❤️❤️❤️❤️

𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora