01:00 TERÇA FEIRA
Pegamos um quarto no mesmo corredor onde os meninos estão, Georg e eu em um, Gustav e Linda em outro e Tom e Bill juntos, o que mais me deixou surpresa. Georg agora está tirando seu smoking enquanto estou tirando a leve maquiagem que fiz, encarando no espelho uma mulher irreconhecível. As palavras de Bill foram duras, mas necessárias.
- Quer me contar o que aconteceu hoje? - Georg pergunta, fazendo o meu coração acelerar. Será que Bill contou alguma coisa para ele?
- Sobre a sua discussão com Bill. Sinto que você está distante. - continuou.
- Nada demais, só uma briguinha de amigos. Não se preocupe. - Digo, enquanto ele entra no box.
- Vem tomar banho comigo. - pede.
- Hoje não, estou cansada demais. - não conseguiria fazer amor com Georg ou desfrutar de tamanha intimidade num momento como esse, onde estou duvidando de meus sentimentos. Assim que acabo, guardo meus produtos de volta a minha necesserie, olhando Georg passar logo atrás de mim. Espero-o sair e fecho a porta do banheiro, indo tomar o meu banho. A água quente que cai sobre o meu corpo me trás uma sensação de relaxamento, da qual eu estava desesperada para ter depois de tantas coisas acontecerem.- Trancou a porta? - me pergunta, assim que saio do banheiro.
- Sim. - respondo naturalmente, indo para a cama, deitando ao seu lado.
- Não me lembro de você ter trancado a porta durante todos esses 3 anos. - era só o que me faltava.
- Você vai brigar por uma porta trancada? - pergunto, me estressando com esse assunto ridículo.
- Não, eu só estou dizendo. Não sei por que me tratar assim. - ele diz e tem razão.
- Desculpe, só estou muito cansada. - digo, lhe dando um breve selinho. Ele se vira para um lado da cama e eu me viro para outro, pegando meus remédios para dormir, engolindo dois e implorando para que eles logo façam efeito.14:45
Tenho a sensação de que poderia dormir mais, mas acordo com alguns barulhos que me parecem vir do corredor. Tento ignorá-los, na tentativa de voltar a dormir, até que ouço a voz de Tom no corredor. Levanto, indo ver o que aconteceu. Vejo Tom, caído no chão do corredor com uma garrafa de whisky na mão.
- Vem. - falo, me esforçando para tirar ele dali.
- Oi linda. - diz, embolando as palavras de um jeito engraçado. Quando consigo levanta-lo, coloco um de seus braços em volta dos meus ombros, seguindo com ele até o seu quarto, implorando para que Bill esteja lá.
A porta está destrancada, o que me faz pensar que seu irmão estava o esperando chegar. Jogo ele em cima da cama, sentando sem esforço. Mesmo morto de bêbado, continua com a maldita garrafa na mão.- ei, ei, ei - ele diz. Quando vou pegar a garrafa de sua mão, ele a puxa para trás, caindo na cama e me puxando junto com ele. Agora estou deitada em cima dele, mais uma vez com nossos rostos colados. O cheiro de whisky que ele exala se mistura com o cheiro de menta e cigarro, deixando um cheiro bom, por incrível que pareça.
- A gente já fez isso antes. - ele diz, soltando a garrafa no chão, que quebra em mil pedacinhos para segurar em mim. Uma de suas mãos sobe pela minha nuca, agarrando meus cabelos enquanto a outra segura minha bunda, fazendo com que cada uma de minhas pernas fique de cada lado do seu corpo, praticamente o abraçando. Essa tensão sexual é inevitável, seu corpo, sua boca atraente, o piercing que continua ali depois de tanto tempo, suas mãos em pontos que ele já sabe muito bem que me deixam louca.
- Lembra disso? - pergunta enfiando seu nariz em meu pescoço, sentindo o meu cheiro, beijando meu pescoço, fazendo todo o meu corpo se arrepiar.
- Eu senti tanta falta disso. - ele continua falando essas coisas, me deixando cada vez mais perto de fazer uma bobagem. Mas antes que façamos algo, precisamos conversar. Saio de cima dele, arrumando minha camisola, sentando na cama ele me olha confuso, sem entender o porquê de ter parado. A ereção em sua calça é evidente, o que me faz ficar molhada apenas de imaginar.- Antes de mais nada, precisamos conversar. - digo, tirando seu smoking sujo.
- e se a gente fizesse primeiro e conversasse depois? - diz, tentando beijar meu pescoço mais uma vez.
- Seu irmão me mataria por isso. - digo, empurrando-o e ele cai na cama, de braços abertos aceitando a derrota.
- tá tudo girando. - ele fala, olhando para o teto do quarto.
- Imagino. - respondo dando risada, tirando seus sapatos e suas meias.
- Sabe, Cely - ele começa a falar de um jeito sério agora. - Quando você foi embora eu queria morrer, achando que não ia ter algo pior, mas teve... Eu fiquei vivo, te esperando voltar. - suas palavras saem de um modo engraçado, mas eu consigo sentir toda a dor que ele diz. Tenho a sensação de estar sendo observada, o que me faz olhar para trás e dar de cara com Bill em pé, de braços cruzados encostado na porta, com uma de suas sobrancelhas arqueadas. Tomo um susto ao vê-lo ali e me levanto depressa.- Está aí a muito tempo? - pergunto, procurando o que dizer.
- Tempo suficiente. Pode ir, eu fico com ele.
- Bill? - Tom pergunta. - Billy, Billy. I love, Billy. - totalmente bêbado, Tom tenta fazer um coração para seu irmão, mas falha miseravelmente, não consegue nem levantar seus braços.- Georg está almoçando no restaurante. Ele pediu para que eu viesse te chamar.
Essa é a minha deixa, olho mais uma vez para Tom jogado sobre a cama e saio dali. Espera, almoço? Que horas são? Quanto tempo eu dormi? O relógio em meu quarto me mostra que já são quase três da tarde.
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𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜
FanfictionContinuação da fanfic Eu vejo você. Onde conto a história de amor entre Cely e Tom que acaba após uma aposta feita por ele junto com seu melhor amigo. Um romance mal acabado pode ressurgir e abalar uma vida inteira. Se Cely tivesse que escolher, que...