53° capítulo

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Georg se mantém em silêncio, mas solta um sorrisinho de deboche que eu tenho certeza que Tom achou pior do que qualquer coisa que ele pudesse responder.

- Antes que tenha sangue, porrada ou qualquer coisa do tipo, acho melhor a gente ir. - Bill diz, saindo do ônibus.

No caminho até a arena, Tom e eu viemos juntos, conversando sobre coisas aleatórias. Como o fato de que eu sempre durmo no meio dos filmes ou que ele sempre quer escolher o que vamos assistir.

Os vários seguranças nos esperam na estrada do evento, onde é reservado apenas para os artistas e produtores. É sempre a mesma coisa: pausa para fotos, alguns autógrafos e pronto.

O camarim é igual. Paredes brancas, um espaço razoável, muita comida para os meninos e um sofá confortável para mim e outros possíveis convidados. Sim, eu sou a única convidada. E sim, eu já considero esse sofá só meu.

- Tenho uma coisa pra você. - Tom diz, abraçado a mim enquanto me enche de beijos. Eu amo quando ele fica todo grudento assim.

- Ah, é? O que? - pergunto, achando que seja alguma bobagem.
- Espera. - me soltando, ele segue até a porta e chama alguém com a mão. Olho para Sofie que estava sentada, como quem pergunta se ela sabe de algo. A mesma dá de ombros, indicando que não faz ideia do que seja. Quando me viro de novo, vejo Adam, na porta do camarim. O terno e o crachá me dizem que ele voltou ao seu cargo.

- Adam! - digo, feliz. Minha alegria é tamanha, que saio correndo, lhe abraçando. Essa é a primeira vez que encosto nele e é estranho.

- Boa noite, Senhorita Flin. - ele diz, se recompondo do meu abraço. Sei que essa postura é apenas na frente de Tom e das outras pessoas.
O locutor chama os rapazes, anunciando que o show vai começar. Tom vem até mim, me dando um beijo lento e cheio de desejo. Sua mão entra por baixo da minha saia, pousando ali no meio. As pontas de seus dedos chegam a roçar na minha calcinha. O que ele está fazendo? Me afasto, pois sei que ele não vai se controlar.

- Caralho. Me empolguei. - ele diz, tentando recuperar o fôlego.
- Percebi. - digo, abaixando minha saia, que ele levantou.
- Já volto. - se despediu e saiu do camarim, deixando apenas Sofie, Adam e eu.


Me sento ao lado de Sofie, que me olha completamente surpresa. Sim, essa cena foi quase um pornô.

- Vocês são tão... Excitantes. - Sofie diz, de olhos arregalados, me fazendo dar risada. - São sempre assim?

- Pior que sim. - digo, revirando os olhos para ela, fazendo as duas darem risada. - Tom me faz sentir que estou viva, me sentir amada, desejada. Nada é rotineiro com ele. - digo, toda boba falando do meu homem. Passaria horas falando dele, tranquilamente.

Assim que o show acaba, os meninos voltam para o camarim. Alguns estão comendo, outros estão no banheiro, outros conversam. Tom, Sofie, Bill e eu conversamos próximo a mesa de comidas enquanto beliscamos alguns petiscos até que somos surpreendidos por alguém entrando no camarim.

- Mãe? - Tom disse, surpreso.
- Mãe! - Bill sai correndo em direção a sua mãe, lhe abraçando apertado. Meu Deus, a quanto tempo não vejo Dona Simone.

Se juntando a nós, Simone vem nos cumprimentar. Tenho a sensação de que ela não envelheceu nada, continua deslumbrante como era a sete anos atrás.

- Oi, Cely. - disse, enquanto me abraçava.
- Olá, Dona Simone. Como vai?
- Você não mudou nada. - ela diz, se afastando de mim para que possa me olhar por inteira. Começo a me arrepender amargamente por ter escolhido essa roupa tão curta.

- E o meu netinho? - perguntou, colocando sua mão sob minha barriga, me pegando de surpresa.

- Mãããe. - Tom diz, quase bufando com a mãe. - Não foi isso que eu falei, eu disse que estamos tentando. - ele diz, envergonhado.

- A Cely entendeu. - ela diz, voltando para o seu lugar ao lado de Bill.
- Porque a senhora não avisou que vinha ao show? - Bill perguntou.
- Eu sabia que vocês não iam me ver, dois ingratos. - disse, fazendo biquinho. - Vim buscar a minha família.
Os meninos estão na cidade natal deles, óbvio que dona Simone iria querer vê-los. Por sorte, não tem show amanhã.

- A gente pode passar o dia lá amanhã. - Bill diz.
Antes de responder, Tom me olha, com quem quer uma resposta. Balanço a cabeça, lhe dando um pequeno sinal de que por mim tudo bem.

- Então tá. - Tom diz.
- Mas onde a senhora vai dormir? Sofie já está comigo. - Bill perguntou.
- Ah, pode dormir no nosso quarto, mãe. - Tom respondeu, me pegando de surpresa. Quê? Assim, nada contra dona Simone, mas depois do beijo hoje eu achei que iríamos dormir juntos.

- Sim, claro. - digo, sem querer parecer uma nora ruim.
- Então fica certo assim. - Bill respondeu.

Na volta para o ônibus, a van segue em um escuro agradável. Todos os outros devem estar dormindo, mas Tom e eu estamos sem sono e ficamos aqui trocando carinhos nos nós dois dedos um do outro.


Quando chegamos no ônibus, dona Simone ficou na cozinha junto a Bill, fazendo um de seus deliciosos sanduíches para ele. Tom e eu subimos até o quarto e eu não resisto em perguntar.

- Lindo. - chamo sua atenção. - Porque quis que sua mãe dormisse aqui? - pergunto, enquanto ele se aproxima de mim.

- Tem algum problema? - perguntou confuso, enquanto envolvia seus braços em minha cintura. Retribuindo seu ato, envolvo meus braços em volta de seu pescoço.

- Não, mas eu... Eu achei que a gente teria alguma coisa, depois daquele beijo que me deu.
- Achei que não tinha problema. - disse, me dando um selinho. - E a gente também não poderia ter nada.
Essa sua frase me pegou de surpresa. Porque não poderíamos ter nada. Será que ele acha que a retirada do diu me proíbe de alguma coisa?

- Você sabe que a gente pode transar, né? - pergunto, enquanto ele me olha estranho.
- Mas... O... Merda. - ele mal consegue dizer uma palavra, e isso me faz rir. - Caralho, cely. Porque você não me disse?
Suas mãos seguem até minha bunda, onde ele aperta forte.

- Eu achei que você sabia. - digo, dando risada.
- Vou entrando. - Dona Simone diz, atrapalhando nossa conversa. Rapidamente, saio dos braços dele, morrendo de medo que ela veja algo assim entre nós dois. Quando olho para Tom, o mesmo revira os olhos, com quem está completamente furioso.

𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora