- Boa viagem, Cely. - Adam me desejou assim que me deixou na chegada do aeroporto. Caminho até às filas de check in, surpresa pela quantidade de gente que há ali.
- Moço, sabe me dizer se aqui é a fila da classe econômica? - perguntei, mostrando a ele minha passagem.
- Mas a sua passagem não é da classe econômica. - ele disse, examinando o papel em minhas mãos.
- Não, eu comprei para a classe econômica. - reforcei o que disse.
- Olhe. - apontando com o dedo onde dizia primeira classe.
- Mas eu não... - Tom. Me lembro de ter deixado o notebook ao seu lado antes de ir fazer o café.
- Bom, você teve sorte então. - o moço disse, sorridente.
- É, eu tive sorte mesmo. - digo, seguindo para o embarque da primeira classe.(Mensagem de texto)
Espero que consiga aproveitar a primeira classe. 😏❤️
A mensagem de Tom só confirma o que eu já sabia. Talvez amor seja isso, cuidar da gente em pequenos detalhes, fazer pequenas coisas por quem se ama. Bom, eu faria o mesmo por ele, se pudesse. Desligo o celular assim que todos já embarcaram, aproveitando para descansar essas duas últimas horas.
- Anna. - chamei, mas ela não me respondeu. - Apareça, pequena. Quem é Anna?
Começo a procurar pela casa, mas não reconheço esse lugar. Os brinquedos pela casa e o quarto de cores claras com um berço me mostram que moram crianças aqui. De longe, consigo ouvir uma risadinha e sigo o som que vem debaixo da escada que leva para um segundo andar.- Aí está você! - digo, enquanto a pequenina de olhos azuis e cabelos de um louro escuro vem até mim, me abraçando. Ela me lembra muito Tom.
- Mamãe! - ela diz, em meio aos risos. Mamãe
- Andreas. - disse, apontando para minha barriga enorme, talvez já no sétimo ou oitavo mês de gestação. Mamãe ela disse.- Senhorita? - Acordo assustada de um dos sonhos que mais mexeu comigo durante toda minha vida. Mamãe - A senhora acabou dormindo, todos já desembarcaram. - A jovem aeromoça me diz, assim que acordo. Que mico!
- Ah, me desculpe. - digo, me levantando do assento, pegando minha bagagem de mão e saindo dali.
Sofie está me esperando no estacionamento assim que chego, com o seu sorriso largo assim que me vê. Ela é a minha maior companhia aqui em Berlim e eu deveria agradecer por ela mais vezes.
- Olha! - digo, mostrando meu anel de noivado. Mais um, né? Minha consciência me condena. Aqui estamos nós duas, pulando igual duas loucas de felicidade no meio do estacionamento do aeroporto.
- Meu Deus! - diz, pulando junto comigo. Sofie se sente bem em me ver feliz e isso é genuíno. - Parabéns! - me desejou, enquanto me abraçava. Observo a luz da câmera de segurança que está praticamente virada para nós e dou risada.
- Imaginem o que eles devem estar pensando ao ver essa cena, duas malucas pulando sem motivo aparente. - digo, fazendo nós duas darmos risada.
- Vamos, quero que me conte tudo. - Sofie diz, entrando no carro.Seguimos para casa enquanto conversamos, conto a ela tudo que aconteceu esses dias com os meninos, desde as fãs loucas que abordaram Bill e eu no restaurante até o pedido de casamento e a quase briga com Mia.
Assim que chego em casa e abro a porta do apartamento, instantaneamente sinto falta de algo e eu sei que é de Buddy. Com aquele amor todo que me esperava sempre que eu chegava, com seu cheirinho e seu pulinho para o meu colo. Não consigo segurar o choro, desabando ali no chão da sala.
- Sinto muito. - Sofie diz, sentando no chão ao meu lado e me abraçando. - Sei como deve estar sentindo a falta dele, da alegria dele. Confesso que até eu estou.
Cortando todo esse clima choroso, meu celular vibra no bolso da minha calça jeans. Saio do abraço dela, pegando meu celular e atendendo a chamada de Stefan.
- Celine? - Stefan diz assim que atendo.
- Boa noite, Stefan. Acabei de chegar em Berlim.
- Espero que tenha feito uma boa viagem, por coincidência, estou na rua do apartamento de vocês. Posso passar aí? Para que possa assinar a papelada. - perguntou.
- Ótimo, sem problemas. - digo, enxugando as lágrimas de meu rosto.
- Chego aí em dois minutos. - encerrando a ligação. Me levanto do chão, puxando Sofie comigo.- Comprei pretzels para você. - ela diz, seguindo até a cozinha.
- Obrigada pelo que faz por mim, Sofie. - digo, digitando uma mensagem para o meu noivo, avisando que cheguei bem e agradecendo pelo upgrade na viagem. A campainha toca, me tirando da minha distração.- Oi Stefan, pode entrar. - digo assim que abro a porta, estendo a mão para que entre e assim ele faz. Sentando-se no sofá, me sento ao seu lado em uma das poltronas aconchegantes aqui de casa. Stefan tira de sua pasta uma quantidade razoável de papéis, todos com linhas pontilhadas no fim para que eu possa assinar.
Talvez eu tenha acabado de assinar um termo onde estou entregando a minha alma ao diabo, já que não li nenhuma dessas folhas, mas saber que não terei mais nenhum vínculo com Georg me conforta. Se alguém contasse para a Cely de um ou dois anos atrás, que ela estaria passando por tudo isso e se separando do Georg, te garanto que ela não acreditaria em nenhuma palavra que você dissesse.
- Agora eu só preciso dos seus dados bancários, para que eles possam depositar a sua parte. - ele diz, organizando os papéis.
- Você já vai tirar a sua parte nesse dinheiro? - pergunto, já que até agora ele não me disse quanto seria o seu preço.
- Ah não, o seu pai me pagou.
- Meu pai? - ok, agora estou surpresa. - O que ele disse?
- O seu pai não é um homem ruim, Celine. Protetor, talvez, mas ruim não. - ele diz, me fazendo embrulhar o estômago.
- Tudo bem, obrigada então. - agradeço, me despedindo dele que acabou de passar pela porta.- Pretzels? - Sofie diz, me fazendo olhar para a cozinha onde ela segura uma bandeja cheia de pretzels, me fazendo correr para o banheiro e vomitar tudo o que eu havia comido hoje.
Aqui com a cara enfiada na privada, me lembro do sonho que tive no avião, que parecia ser tão real. Me lembro também que a volta para a manutenção do diu estava atrasada e em todas as vezes que Tom eu e eu transamos sem camisinha. Na primeira vez também foi assim, as mudanças de humor, os enjôos.
- Tudo bem aí? - Sofie pergunta, aparecendo atrás de mim no banheiro.
- Sofie... Estou grávida. - digo, pousando minha mão na barriga e observando os olhos de minha amiga se arregalarem diante do que eu acabei de dizer.
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𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜
FanfictionContinuação da fanfic Eu vejo você. Onde conto a história de amor entre Cely e Tom que acaba após uma aposta feita por ele junto com seu melhor amigo. Um romance mal acabado pode ressurgir e abalar uma vida inteira. Se Cely tivesse que escolher, que...