67° capítulo

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O natal é uma das minhas datas comemorativas favoritas. A energia que ela trás é de aconchego e harmonia. Época de ganhar e receber presentes e nesse ano, o meu presente será para todos.

Sofie e Bill estão vindo passar as datas de fim de ano conosco. Esse é o primeiro natal que passarei com Tom, e estamos casados.

Pedi para Gail e Eva fazerem uma ceia incrível, com algumas comidas típicas dessa época. Tom e eu estamos com os pijamas que comprei para todos. A campainha toca e Tom sai correndo para abrir a porta.

- Eles chegaram! - Tom grita para que eu ouça do andar de cima. Desço as escadas devagar, tomando cuidado para não cair e acho que tenho uma alucinação. Tom está abraçando Sofie.

- Meu Deus! A magia do natal! - digo, fazendo todos rirem.
- Certeza que isso deve ser um agradecimento por ter ido embora daqui. - Sofie brinca.
Tom se abraça com Bill, como se eles não se vissem a anos. Assim que desço as escadas, me direciono a eles.

- Meu cunhado preferido. - digo, abraçando Bill.
- Ha ha. - força uma risada. - Sou o único cunhado que você tem.
- Justamente por isso. - brinco.
- A comida tem um cheiro muito bom! - Sofie diz, mandando um beijo para Gail, que está colocando as coisas na mesa.

Sentamos no sofá, conversando sobre os últimos meses. Já faz dois meses que Sofie se mudou para um apartamento só dela, Bill e os meninos estão na produção de um novo álbum e o meu consultório está ficando cada vez mais reconhecido aqui em L.A.

- Podemos entregar os presentes? - pergunto, ansiosa.
- Boa ideia. - Bill diz, animado.

Bill começa, entregando seus presentes primeiro. Depois é Sofie, que deve ter gastado muito mais do que lhe pago nesses presentes. Agora é a vez de Tom, que deu uma bolsa para Sofie (que eu escolhi) e um microfone novo para seu irmão, cheio de glitter e cores neon.

- Por último... - diz, olhando para mim. - Esse é o seu presente. - Tom me mostra o celular e eu fico confusa.
- Seu celular? - pergunto, dando risada.
- Olha direito. - disse, revirando os olhos. - É um pedaço do muro de Berlim.

Bom, isso realmente é surpreendente e... Inovador. Tom nasceu na Alemanha Oriental, no mesmo ano em que o muro foi demolido. Graças a isso, ele pode crescer em um país diferente ao que seus pais cresceram. Com isso ele pode aproveitar da liberdade, alegria e esperança de uma vida e isso é realmente muito importante.

- É lindo! - digo, abraçando. - Obrigada, meu amor!
- Isso é realmente incrível! - Bill diz, surpreso.
- Só precisamos ver onde isso vai ficar. - digo, dando risada.
- Não pensei nisso. - ele responde, coçando a cabeça, nos fazendo dar risada.
- Agora é a sua vez. - Sofie diz.
- Não quero ser você agora. - Bill falou, dando risada. - O que pode ser melhor que um pedaço do muro de Berlim?

- Bom, Bibbo tem razão. - digo, brincando. Pego as pequenas caixas que estavam embaixo da árvore e entrego uma a Bill e Sofie e a outra entrego a Tom.
- Que fofas! - Bil diz, segurando seu presente em suas mãos.
- São gorros de Natal. - digo, esperando até que eles coloquem.

Tom pega seu presente, examinando e colocando-o na cabeça. Os gorros têm os nomes de cada um, bordados na barra.

- Eu também tenho um. - digo, pegando uma sacolinha ao meu lado. O meu gorro está escrito Mamãe. Demora um pouco até que eles percebam o que há no meu gorro.

 Demora um pouco até que eles percebam o que há no meu gorro

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- Mamãe? - Bill leu.

- Mamãe? - Tom repetiu, me fazendo virar para ele. Assim que ele lê, me olha como se eu tivesse três cabeças. Sua ficha demora a cair e as minhas lágrimas de alegria escorrem pelo meu rosto.

- Mamãe? - repetiu, chorando.
- Ah meu Deus! - Sofie diz.

Sinto um abraço coletivo, trazendo muito amor e acolhimento, como eu sabia que seria. Agora todos estão chorando, feito criancinhas e acariciando minha barriga.

- Desde quando sabe disso? - Tom pergunta.
- Dois meses. - digo, dando risada da cara que ele faz.

Flashback

Estou no consultório desde a manhã, mas estou morrendo de cólica. Minha menstruação está atrasada e a cólica me avisa que ela está por chegar.

- Cely, tô indo almoçar. - Sofie diz, entrando no meu consultório.
- Que cheiro é esse? - pergunto, quase vomitando. Sofie começa a se cheirar, procurando de onde vem o cheiro que eu disse.
- É o meu perfume, Cely. Foi você que me deu. - disse, sem entender.
- Vai almoçar, vai. Sai com esse cheiro doce. - digo, praticamente expulsando a pobre da sala.

Começo a me lembrar da primeira vez em que fiquei grávida e dos sintomas que tive. Tom e eu estamos casados há quatro meses e não usamos nenhum método contraceptivo a um bom tempo. Será que estou grávida?

Aproveito que Sofie foi almoçar fora e saio do consultório, agradecendo por ter uma farmácia em frente ao meu consultório.

O positivo logo surge em minhas mãos e eu tenho vontade de pular e gritar para o mundo que eu sou mãe, mas devido às últimas vezes, decidi esperar.

Ligo para minha nova ginecologista, avisando que preciso de uma consulta o mais rápido que posso e ela consegue uma vaga para mim agora à tarde.

- Sofie! - chamo por ela que está lá fora.
- Oi! - ela diz, assim que abre a porta da minha sala.
- Desmarca tudo que eu tenho hoje a tarde. - digo, arrumando minhas coisas na bolsa.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou, preocupada.
- Que? Não. Só estou cansada. - digo, saindo apressada. - Vejo você amanhã.

Aqui estou eu mais uma vez, deitada em uma maca , pronta para fazer mais uma ultrassom. Meu coração me diz que tem um serzinho aqui, mas a minha mente tenta me proteger, não criando tantas expectativas. Calma, Cely.

Assim que o transdutor toca minha barriga, posso ver o feijãozinho na tela. Realmente tem um bebê!

- Bom, Cely, meus parabéns. - Cíntia me diz.
- Meu Deus! Ainda não estou acreditando. - digo, segurando o choro.
- Acho melhor acreditar, porque... - ela para, procurando um ângulo melhor. - São gêmeos.

Sinto que vou ter um colapso de felicidade! Os dois se mexem apressadamente, como se estivessem com soluço. Os coraçõezinhos batem aceleradamente e eu acho que essa é sem sombra de dúvidas a música mais bonita que Tom já fez em tantos anos de carreira.

- Aproximadamente uns dois meses. - Cíntia diz.

Junto com a alegria, veio o medo. Contei sobre o aborto, a hemorragia que tive logo após a retirada do diu e como já tive um falso positivo. Cintia pediu que eu fosse cuidadosa e que não contasse logo nos primeiros meses, para que eu evitasse qualquer situação que me colocasse em risco. E foi isso que fiz.

Fim do flashback

- Você escondeu meu filho por dois meses? - Tom diz, incrédulo.

- Filhos, no plural. - digo, vendo eles ficarem bobos novamente. - São gêmeos!

Amo essas foto dos gêmeos 🥺❤️✨

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Amo essas foto dos gêmeos 🥺❤️✨

𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora