Agora deitados nessa cama, começo a pensar no que fizemos enquanto espero minha respiração se estabilizar. É inevitável o que nós dois temos, tentar negar ou reprimir não funciona mais. Amar você não pode ser errado, lembro de suas palavras para mim aquele dia e eu sei que ele tem razão. Amar alguém assim não pode ser errado.
- Tá arrependida? - perguntou, certamente porque me viu calada.
- Eu não me arrependo de amar você. - digo, pois é a verdade. Ele fecha os olhos ao ouvir o que disse, como se as minhas palavras doessem.- Prova que me ama então. - tenho uma ideia do que vai pedir.
- Como quer que eu prove? - perguntei.
- Fica comigo. - pediu, tirando o cabelo que estava grudado no suor de meu rosto. - Eu morro se te perder de novo, Cely.Suas palavras agora doem em mim. Não posso ficar em Los Angeles, já parei a minha vida por ele uma vez e fazer isso de novo vai contra tudo que eu me tornei.
- Não me pede isso. - peço, me virando para que possa olhar para ele.
- Não me pede pra te deixar ir. Eu não vou conseguir. - diz, e eu posso ver uma lágrima escorrendo de seus olhos, me partindo o coração.
- Eu te prometo que vou voltar, te prometo não te deixar mais. - digo, enxugando a lágrima solitária que escorreu.
- Eu te amo, Cely. - segurando meu rosto, Tom me beija de leve, como uma confirmação do que disse.- Eu vejo você, Tom. - repito a frase que lhe disse pela primeira vez na banheira de meu antigo apartamento. - Pra mim, nada mudou. Você ainda é o meu Tom de tranças e bandana. Ainda é o homem a quem me entreguei, ainda é o homem com quem eu saí em turnê, ainda é o pai do meu filho. Você ainda é o amor da minha vida! - digo, e agora sou eu que está chorando.
- Se eu pudesse voltar no tempo, Cely, meu Deus... Eu juro que faria tudo diferente. - diz, me abraçando de modo que fique com a cabeça em meu peito.
Passamos algum tempo assim, trocando leves carinhos, colados no nosso próprio suor, aproveitando nossos últimos momentos juntos antes que eu vá. O despertador do meu celular toca, me avisando que já são 06:00 da manhã.
- Preciso tomar banho. - digo, para que ele me solte.
- Posso ir primeiro? - me pede e eu concordo com a cabeça. Ele se levanta, andando até o banheiro, completamente nu e à vista de sua bunda perfeita é exuberante.Quando sai de minha vista, começo a reorganizar o tanto de malas que trouxe para um mês, mas que acabei passando apenas cinco dias. Boa, Cely. Deixo minha roupa separada das demais, facilitando quando eu for me vestir. Pego o meu celular, mandando uma mensagem para Sofie, avisando que ela vá me buscar no aeroporto quando eu lhe avisar. Ouço a porta do banheiro abrir, me mostrando que Tom acabou seu banho. Quando sigo para o banheiro, consigo ver seu olhar sob as malas, com tristeza.
Assim que termino de me arrumar, saio do banheiro tendo uma das minhas vistas preferidas, Tom dormindo. Mas dessa vez ele não está dormindo de qualquer jeito, ele simplesmente parece ter apagado, devido ao cansaço. Pego minha câmera que estava separada das demais malas, para não haver o risco de quebra-la e tiro uma foto, que agora se tornou uma das minhas favoritas. Isso me faz lembrar que preciso revelar algumas.
Com muita dor no coração, começo a acordá-lo, passando as mãos em seu rosto, em seus cabelos.
- Desculpa ter que te acordar, lindo. - digo, assim que ele abre os olhos. - Vou entender se não quiser me levar.
- Não, eu vou te acompanhar, mas vou pedir ao Max que nos leve. - concordo com a cabeça, enquanto vejo ele se levantar e pegar algumas das minhas malas. Temos a ajuda de Adam e Max nessa tarefa, que descem com quase todas as malas, deixando apenas duas: uma comigo e outra com Tom.No saguão, vejo Gustav e Bill me esperando para nos despedirmos.
- Ah, Cely. Achei que iríamos passar esse turnê juntos. - Billy diz, enquanto me abraça forte.
- Prometo que vou voltar, amigo. - digo a ele.
- Ela também me disse isso, Bill. Vamos ver se vai cumprir. - Tom diz, colocando seus óculos escuros.
- É uma promessa. - digo em voz alta, para que seu irmão escute.
- Boa viagem, Cely. - Gustav diz, me abraçando. - Poderia entregar isso a Linda? - ele me mostra um pequeno brinquedo em suas mãos, e sei que é para a pequena Lotti.
- Posso sim. - Parando para perceber, vejo que Georg não veio se despedir de mim. Não posso obrigá-lo a me manter em sua vida e se é assim que ele se sente melhor, aceito a sua decisão. Me despeço de todos mais uma vez e sigo pelo hall com Tom.A viagem até o aeroporto não demorou muito, mas consegui pensar em tudo que eu estava fazendo e em como estava orgulhosa de mim por não ter desistido de tudo e ficado aqui. Tom dormiu a viagem toda, com sua cabeça encostada em meu ombro.
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𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜
FanfictionContinuação da fanfic Eu vejo você. Onde conto a história de amor entre Cely e Tom que acaba após uma aposta feita por ele junto com seu melhor amigo. Um romance mal acabado pode ressurgir e abalar uma vida inteira. Se Cely tivesse que escolher, que...