69°- Nascimento dos gêmeos

421 41 21
                                    

Tom tinha razão desde o começo. Seus filhos puxaram a ele, teimosos e decididos. Bastou apenas que o pai virasse as costas para eles quererem vir ao mundo.

Enquanto Adam dirige até a maternidade mais próxima, me pego orando pela vida dos meus filhos que acabaram de completar 36 semanas. As contratações aumentam, vindo cada vez mais fortes e em curtos espaços de tempo.

- Precisamos ligar para o senhor Kaulitz. - Adam diz.
- Não liguem para ele! - ordeno, gritando com a contração que vem.
- São filhos dele também, Cely. - Sofie diz, segurando minha mão.
- O show já deve estar acabando. Eu aguento esperar. - respondo, tentando manter a calma.

Quando chegamos ao hospital, fui colocada em uma cadeira de rodas, seguindo até uma sala de emergência. Adam, claro, fez um escândalo para que eu fosse colocada no melhor leito que há aqui.

O exame de toque mais parece uma tortura, me rasgando por dentro, sendo ainda mais doloroso do que qualquer outra coisa que eu já tenha feito em toda a minha vida.

- 6 cm de dilatação! - gritou a enfermeira.
- 6? - perguntei, assustada.
A dilatação já está seguindo de modo acelerado e se continuar assim, vou acabar dando a luz sem o meu marido por perto.
- Liga para o meu marido. - digo a Sofie. - Agora! - grito, com a dor da contração que vem forte.
- Vou pedir para o Adam ir buscar ele, é melhor. - Sofie diz, saindo da sala.
- Não foi esse o nosso combinado. - converso com os meus filhos.

Versão de Tom

Assim que o show começa, fico procurando pelas meninas no fundo do palco, mas não as vejo. Conhecendo a Cely nesses últimos dias, tenho certeza que não veio devido às dores que sente.

O show segue tranquilo, como todos os outros da turnê. Estamos indo até o camarim e depois vamos seguir para o meet and greet.

- Eu não vi as meninas. - Bill diz, enquanto saímos do camarim.
- Tenho certeza que a Cely deve ter ficado no ônibus. Ela vinha reclamando de algumas dores. - respondo.
- Essa reta final não é brincadeira. - Gustav diz, se metendo na conversa.

Existem algumas cadeiras para que possamos nos sentar enquanto as fãs fazem perguntas e nós conversamos. Cely adorava essas coisas, mas morria de ciúmes das fãs mais atrevidas.

- Tom. - ouço alguém gritar por mim, junto a passos rápidos e pesados.
- Ouvi alguém me chamar. - digo, dando risada. Vejo Adam correndo e essa é a primeira vez que vejo isso em todos esses anos. Meu coração para por alguns segundos.

- É a Cely. - ele diz, parando para tomar fôlego. - Os gêmeos vão nascer.

Por um instante vejo todo o filme de nossa história passando diante dos meus olhos. Lembro de quando a vi pela primeira vez naquela área vip, usando um vestido rosa. De quando a beijei pela primeira vez, na varanda da minha antiga casa, de quando fizemos amor depois de uma coletiva de imprensa e falamos "eu te amo" logo depois disso.

Da nossa separação, do nosso reencontro, da perda do nosso filho, do nosso casamento, da lua de mel, de quando soube que ia ser pai, de ver os nossos filhos pela ultrassom, de saber o sexo, escolher os nomes e de senti-los mexendo ao ouvir minha voz.

Ao ouvir o que Adam diz, vejo todos ficarem preocupados. As fãs gritam e batem palmas, contentes. A ficha cai e eu me lembro que Cely ainda não completou os nove meses.

- E agora? - pergunto, nervoso.
- Vai para o hospital, criatura! - Bill diz, me mostrando óbvio. Saio rápido dali, sem me despedir dos fãs ou de ninguém.
- Meus filhos vão nascer! - grito enquanto caminho até o carro.
- Vejo vocês em breve! - Bill gritou para que eu conseguisse lhe ouvir.

𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora