05° capítulo

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Todas as vezes em que eu precisei desabafar sobre algo, eu fiz o contrário. Sempre guardei tudo pra mim, criando para os outros uma ilusão de que sou alguém sem sentimentos. Ninguém (além de meu irmão) me perguntou como eu estava ou se eu precisava de alguém. Desde cedo tive que ser forte para defender o meu irmão e eu, depois disso, nunca mais fui o mesmo. Quando estive com Cely, ela me deu um ar de vigor, me fez ver a vida de um jeito colorido e alegre. Quando ela pulava em meu colo enquanto a gente se beijava, era como se eu merecesse ser feliz e amado. Amado por ela. Quando eu os perdi, foi sem sombra de dúvidas o pior momento que já passei. Cely me deixou no momento em que eu mais precisava dela e isso eu jamais perdoei.

Domingo - L.A - 10:45

- Biiilll! - grito por meu irmão enquanto desço as escadas.
- Pelo amor de Deus, garoto. O. Que. É. Que. Você. Quer? - Ele me responde resmungão da cozinha.  Assim que entro na cozinha, o vejo comendo um cheesecake que já estava na geladeira há uns quatro dias.
- Tem certeza que isso ainda está bom? - digo, fazendo uma carinha de nojo.
- Eu não estaria comendo se não estivesse, Tom. - diz, enquanto mastiga.
- Dona Simone te daria uns tapas por isso. - sento ao seu lado, dando risada da imagem de mamãe brigando com Bill por ele falar de boca cheia.
- Vai me dizer o porquê estava gritando por mim?
- Preciso que fale com a Mia.
- Não, não, não. Nem pensei nisso, não vou ficar falando com as suas vagabas.
- Por favor. Só precisa dizer que eu estava com você ontem a noite. Por favor. - peço, fazendo biquinho e juntando as mãos, como quem implora por algo.
- Comigo? Mas você não... Você nem tava comigo, safado.
Ouvir esse adjetivo saindo de sua boca me faz dar risada, não consigo mentir para o meu irmão.
- Eu estava ocupado, Sorry. - assim que termino de falar, minha "ocupação" passa logo atrás de mim, descendo as escadas e seguindo para a porta.
- "ocupado", né? - diz, arqueando uma de suas sobrancelhas como sempre faz.
Bill se levanta, deixando seu prato na lava louças e começa a caminhar saindo da cozinha. Sigo atrás dele.
- Bill? Bill, por favor. O que vai te custar?
- Você nem gosta dela, Tom. Porque quer que eu fale com ela? - nisso ele tem razão.
- Você sabe que eu não gosto de ninguém. - digo sério, pois é a verdade. - Mas você sabe, a Mia sempre está disponível quando eu quero. - lanço para ele um sorrisinho safado, e ele entende o que quero dizer.
- Tá bem, tá bem. Mas fique claro que é a primeira e última vez que farei isso, Darling. - diz, finalmente aceitando e pegando meu celular para falar com ela.
Sentamos juntos no sofá da sala, esperando que Mia atenda a ligação. Não demora muito e ela atende. Tomando o celular da mão dele, coloco no viva voz, para que eu possa ouvir o que ela vai dizer.
- Fala, Tom. - a voz dela é de cansaço, como se não aguentasse mais as minhas desculpas esfarrapadas.
- Hi, Mia. Sou eu, Bill.
- Ah, Bill? Tudo bem? - Ela muda de voz rapidinho assim que ouve meu irmão.
- Não, nada demais. Só queria que você soubesse que Tommy estava comigo ontem a noite, resolvendo umas coisas sobre a turnê. Sabe como é, né? Tantas coisas para resolver antes da viagem. - ele diz, revirando os olhos para mim.
- Ele te pediu para falar comigo? - ela pergunta.
- Ele me contou que você estava chateada, eu que quis esclarecer isso para você, querida. Não está brava com ele, né?
- Claro que não, não sabia que ele estava com você. Achei que fosse só mais uma desculpa dele.
- Não, não. Agora preciso ir. Bye! - Assim que termina de falar, Bill encerra a ligação.

Feliz por ele ter feito isso, seguro seu rosto com minhas mãos e lhe dou um beijo forte na bochecha.
- Você é demais! Quase igual a mim. - digo, brincando com ele.
- Sou sim, agora me deixe em paz. Resolva seus problemas problemas, Darling. - diz, saindo de minhas mãos, subindo para seu quarto. Enquanto o observo subindo, meu telefone toca em minha mão, avisando que chegou uma mensagem. Mia.

(Mensagem de texto)

Seu irmão me ligou, explicou que você estava com ele. Como posso me desculpar por esse mal entendido? 🥺😈

Antes que eu possa responder, ela me manda uma foto.

Mia é uma garota de 20 anos, que conheci a uns dois anos atrás

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Mia é uma garota de 20 anos, que conheci a uns dois anos atrás. Uma coisa que ninguém sabe, é que eu lhe dei um apartamento de presente, para facilitar os nossos encontros. Ela sabe como me provocar. Sempre que a procuro, ela está disponível e parece ser insaciável.

(Mensagem de texto)

Confiou no meu irmão, mas não em mim. Acho que preciso te castigar depois disso. Me espera assim, 5 minutos e eu tô chegando. 😈

Pego as chaves do meu carro, na bancada do closet e pego também umas cinco camisinhas. Desde a gravidez de Cely, comecei a tomar todos os cuidados necessários. Ninguém seria uma mãe tão boa quanto ela e o que não faltam são mulheres aproveitadoras, loucas para terem um filho e uma bela pensão.

Assim que chego na rua da casa de Mia, lhe mando uma mensagem avisando que estou chegando. Parando em frente a sua casa, ao ouvir o barulho do carro, ela abre a porta, aparecendo do mesmo jeito da foto, apenas de calcinha de renda. Encostando o cotovelo na borda da porta, me olhando com a cara de puta mais safada que já vi. Apresso meu passo, indo em direção a ela, que pula em meus braços já me beijando. Com ela em meu colo, fecho a porta com meus pés e sigo até "nosso" quarto.

- Desculpa não ter acreditado em você. - Ela diz, tirando minhas roupas.
- Sabe que não é assim que vai me pedir desculpas, né? - digo, em pé, dando total liberdade para que ela continue o que está fazendo. 
Tirando minhas roupas de modo rápido, Mia me joga na cama, pegando a camisinha no bolso da minha calça e colocando devagar em meu pau.  Ela sobe em cima de mim, ficando de costas, me dando uma das visões mais bonitas que já vi.

- Caralho. - digo, sentindo meu pau latejar de tesão, observando-a sentar em mim. Ela rebola, olhando pra mim, como essas atrizes de filme pornô fazem. Dou-lhe um forte tapa em sua bunda, deixando a marca de minha mão.

- Vai me desculpar? - ela fala, com uma vozinha que até o diabo se iludiria.
- Só quando me fizer gozar. - digo, me levantando e deixando-a de quatro em minha frente. Empinando sua bunda o máximo que pode, segurando-a de uma maneira que a deixe completamente à mercê a mim. Entro dentro dela, sentindo ela contrair por dentro, uma coisa que provei pela primeira vez através de Cely. Cely. Porra, a lembrança de Cely de quatro em minha cama me faz delirar. Começo a socar mais forte, com toda força que tenho. Os gemidos de Mia ficam mais altos, e assim eu gozo, imaginando que era Cely aqui comigo. Me jogo na cama e ela cai ao meu lado. Ficamos aqui, fazendo amor até altas horas da madrugada. O relógio me mostra que são quase duas da manhã.
Me levanto, pego minhas roupas e começo a me vestir, preciso ir para casa.

- Onde você vai? Não vai dormir comigo? - Ela diz, se enrolando nos lençóis, tentando cobrir seu corpo, o mesmo que eu vi em diversas posições até quase agora.
- Preciso ir, gatinha. - digo, fechando o cinto. - Falando nisso, hoje a noite preciso de você.
-  Vai voltar hoje a noite? - Ela me pergunta.
- Só pra te buscar. Hoje tem um tipo de coquetel, para comemorar a volta da banda, quero que vá comigo.
- Uau! - Ela responde surpresa e vejo seus olhos brilharem com o que acabei de dizer. - Como um casal?
- Claro que não, só não quero estar desacompanhado. - digo friamente, não quero que ela crie expectativas entre nós dois, somos apenas bons amantes e nada mais que isso. Solto um beijinho para ela e vou embora, seguindo pelas ruas de Los Angeles na madrugada. O silêncio em casa me faz entender que Bill já está dormindo, me esforço para não fazer nenhum tipo de barulho que possa acordá-lo. Passando em frente ao seu quarto, a porta está meio aberta, me dando a visão de seu corpo magrinho dormindo na cama. Por um instante o observo, agradecendo a quem quer que seja por ter me dado uma alma gêmea: Bill.



Mia na imagem lá em cima.

𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora