40° capítulo

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Começo a procurar por passagens para Berlim, ficando surpresa com os preços exorbitantes da primeira classe. Ok, quando eu disse que não tinha problemas em voar, quis dizer em voar na primeira classe. Com tantas viagens assim, meu orçamento não está dos melhores e não posso me dar ao luxo de gastar com essas coisas, até porque agora eu VOU CASAR! Esse pensamento ainda me deixa toda boba.

- Vai de classe econômica? - Tom pergunta com um certo preconceito em sua voz.
- Não tenho condições de estar gastando com essas coisas, Tom. Estou sem trabalhar, sem casa e vamos casar, acho que não estou em condições de gastar mesmo. - digo, explicando os motivos.
- Mas eu posso pagar. - ele diz, enquanto eu deixo o notebook na estante ao lado.
- Mas eu não lembro de ter te pedido nada. - digo, fingindo estar tentando me lembrar de algo.
- ha ha ha.

Saio do quarto, descendo até a cozinha procurando algo para comer. Por trama do destino, dou de cara com Georg bem ali. Tento ignorar a sua presença, mas ele não me daria tanto sossego.

- Stefan ligou para você? - ele pergunta de modo debochado, enquanto come alguma coisa, não parei para prestar atenção nele.
- Sim, ligou sim. - respondo enquanto abro os armários, pegando o que preciso para fazer um sanduíche para mim e para Tom.

- Nem vão conseguir aproveitar o noivado. - diz, e eu consigo imaginá-lo fazendo biquinho enquanto fala.
- Será que não? - digo, com desdém. - Não é como se a gente tivesse esperado por três anos para se casar, sabe?
- Não, infelizmente tiveram que esperar por sete anos. Deve ser muito ruim. - o tom de voz dele me dá nojo, sei que ele quer testar a minha paciência.

- Deve ser por isso que a gente se casa depois da turnê. - me viro para encará-lo. - Sabe como é, né? A gente já esperou por sete anos. - digo, usando sua própria frase contra ele. A cara de bravo dele é impagável, queria que vocês pudessem ver.

- Hmm, acho que já temos o primeiro convidado do nosso casamento. - Tom diz, enquanto desce as escadas. Com certeza estava ouvindo a nossa conversa.

- Espero que eu possa levar pelo menos uma acompanhante. - Georg responde, se virando para Tom. - Que tal, Mia?
- Seria uma ótima ideia! Os dois amargurados, sofrendo pelos noivos. - Tom respondeu, vindo até mim e me beijando lentamente na frente dele.

- Estava falando a Cely como deve ser ruim esperar sete anos por alguém. Você sabe como é isso, não é Tom?
- É verdade, eu sei sim. Mas acho que deve ser pior estar a três anos com alguém que não te ama, alguém que pensa em outra pessoa enquanto está na cama com você, sabe? - tento segurar o riso, mas a calmaria e o deboche de Tom são sem limites.

- Bom dia, bom dia! Vamos todos nos acalmar. - Gustav diz, aparecendo como um fantasma na cozinha. Em que momento ele entrou na cozinha?

- Bom dia, Gustav. - digo, quebrando o clima ruim na cozinha.
- Bom dia aos noivos. - ele responde, e posso ver pelo canto do olho que Georg revira os olhos.
- Tem algo que queira entregar a Linda ou para a pequena Lotti? - pergunto, já que estou retornando para casa. - Volto hoje para Berlim.
- Mas eu pensei que... - interrompo o pobre, antes que seu cérebro trave tentando entender.
- Preciso resolver umas coisas. - digo, olhando para Georg que sorri maliciosamente.
- Achei que já iam se separar. - ele diz, rindo enquanto coloca seu café.
- Conheço alguém que ficaria muito feliz, além de mim, claro. - Georg diz. - Aliás, ela ainda está por aqui, né? Cuidado, Cely. Sabe como o nosso Tommy é, se demorar muito...

Certamente cansado de tanta piadinha, Tom parte para cima dele, mas é interrompido por Bill, que praticamente entrou no meio, ficando entre os dois.

- Bom dia! - Bill diz, de olhos arregalados, conseguindo ver a fúria nos olhos de seu irmão. - Não faz isso. - Bill pede, abaixando o braço de seu irmão.

- Vamos subir. - digo ao pé do ouvido de Tom, fazendo com que ele me ouça com atenção.
Pego nossos sanduíches e os copos de suco, subindo pelas escadas, sentindo que ele está subindo junto comigo. Ponho as coisas em cima da estante, passando as minhas mãos pelos cabelos.

- Caralho! Até tomar café está ficando insuportável aqui. - digo, extremamente estressada com a situação.
Tom se senta, me observando caminhar pelo quarto de um lado para o outro.

- Ainda bem que estou indo embora!
- "Ainda bem"?- Tom repete o que eu acabei de dizer.
- Você entendeu, lindo. - digo, tranquilizando. - Mia ainda está por aqui? - pergunto, mas não sei se quero saber a resposta.

- Eu não sei. - encaro-o, como quem quer saber a verdade. - Eu realmente não sei.
- Tudo bem, não precisa ficar nervoso. Eu já disse que não ligo para ela. - Será que não mesmo? Minha própria consciência tenta me sabotar, me fazendo pensar se ela realmente não é uma ameaça para nós dois. Ouço a porta abrindo e me deparo com Bill entrando no quarto, com uma salada de frutas em sua mão.

- Nossa! Está cansativo ouvir aquele deboche de Georg lá embaixo, mal sabe ele que dá pra perceber a sua inveja. - ele diz, sentando-se ao lado do irmão, como se não fosse nada demais.

- Estavam discutindo? - perguntou, percebendo o silêncio no quarto.
- Não, estava falando justamente sobre isso. Mas eu não posso dizer nada, não sou ninguém aqui. - digo a ele.

- Como assim? Você é a minha noiva. - Tom diz, apontando para o meu anel. - Até o final da turnê, pelo menos.
- Vão casar depois da turnê? - Bill pergunta, arregalando os olhos, olhando para nós dois.
- Sim! - digo toda boba, eu disse que esse assunto mexia comigo.
- Eu vou fazer tudo! - disse, me deixando com um certo medo. Bill é muito espalhafatoso, gosta de luxo e coisas caras, não sei bem se é a minha cara.

- Nem adianta fazer essa cara, Cely. Se dependesse de você, seriam flores do quintal da vovó em uma capelinha qualquer em um fim de mundo. - dou risada, porque era quase isso que eu havia imaginado.

Nós três ficamos aqui, tomando nosso café da manhã, de que café só tem o nome. Começo a organizar as minhas malas, pois o único voo em conta que achei saia às sete da noite e eu ainda vou deixá-los no show antes, indo com Adam até o aeroporto. Passamos o restante do dia juntos, nós três e o pequeno Pumba, cachorrinho de Bill, o qual nós temos total apego. Fomos almoçar, passeamos pelas ruas de Roma, que pareciam ser tranquilas durante um dia de quarta-feira.

Já passa das cinco quando chegamos ao local do show de hoje, onde deixarei os meninos antes de ir para casa. O camarim é o mesmo de sempre, de paredes brancas, que dão a sensação de ampliação a um cubículo.
Bill começa a apresentar o Tokio Hotel Tv, onde Tom e eu aparecemos ao fundo.

- É pra gravar assim mesmo? - ouço quando o cinegrafista pergunta. - estão aos beijos ali atrás. - diz, dando risada.
- Mas é só isso que eles fazem desde que se reencontraram. - Bill respondeu, mas eu ignoro, estamos muito ocupados nos despedindo entre os nossos beijos.

- Tem certeza que vai ficar bem sem mim? - Tom me perguntou enquanto eu seguia até a porta.
- Quem disse que estou sem você? - digo, mostrando o meu anel de noivado para ele, que sorri junto comigo.


Vídeo novo no ttk sobre o capítulo de hj 🤭💖💖

𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora