Capítulo 90

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Lena terminou o banho um pouco antes de Kara, por isso foi até a cozinha para esquentar o jantar das duas, até encontrou a comida separada em pequenas vasilhas, mas definitivamente não havia nada ali sequer parecido com micro-ondas ou forno ou fogão que pudesse usar. Lena procurou por algum tempo e desistiu, precisava de Kara para entender como achar os móveis básicos da cozinha.

Bateu de leve na porta do quarto e não obteve resposta, a abriu e entrou devagarinho chamando baixo por Kara que não lhe respondeu. Pé ante pé entrou, olhou de um lado, do outro e foi encontrar a namorada no banheiro com uma perna sobre algo que lhe parecia um banco secando a coxa direita com a ponta da toalha que estava meio enroscada no resto do corpo escondendo bem menos do que deveria.

Lena parou, estática, imediatamente. Não havia ar suficiente em Argo para que seu coração batesse normalmente diante da visão de Kara seminua, os cabelos molhados sobre o início das costas, a toalha preta meio que enrolada sobre os seios, as coxas desnudas e os delicados dedos passeando por elas. Lena esqueceu quem era. Kara levantou os olhos e encontrou os verdes a analisando sedentos. Engoliu em seco.

— Eu, ah, eu, eu não, não sei, eu...

Lena tentou formular uma frase coerente, mas tudo o que conseguiu foi palavras desconexas. Kara endireitou o corpo, seus pulmões também buscavam ar desesperadamente: ver Lena ali a sua frente, lhe devorando com os olhos, fez seu corpo tremer de desejo e expectativa.

— Eu, ah, droga – fechou os olhos respirando fundo; "vamos cérebro, funcione!" gritou para si mesma – Ah, eu, ah, eu – manteve os olhos fechados e soltou o ar pela boca – eu vou, droga, vou te esperar na cozinha.

— Não – Lena já havia se virado para sair quando Kara sussurrou a fazendo parar – Por favor, Lena, fique.

Lena não se virou apenas deixou um tremor percorrer seu corpo e ainda de olhos fechados também num quase sussurro respondeu:

— Kara, você, você precisa, precisa ter, ter certeza – Lena se virou e passou os olhos por ela – Eu, por todos os Cosmos, Kara, precisa – engoliu em seco mais uma vez – precisa ter certeza de que é isso que quer porque eu poderei até parar, mas, por todas as espadas de Themyscira, será difícil como o inferno!

Kara deu os curtos passos que as separavam e parou a poucos centímetros de Lena, quando os olhos verdes foram capturados pelos seus, deixou a toalha cair no chão e ficou nua.

— Sou eu quem não vai parar, minha rainha.

Sem mais delongas, Kara tomou-lhe os lábios em um beijo urgente e sedento. Lena subiu as mãos pelas costas nuas apertando e sentido o contato com a pele de Kara cravando as unhas ao descê-las. Kara puxou os cabelos da nuca de Lena com uma mão e com a outra invadiu as costas por baixo da camiseta apertando a pele. Em resposta, Lena explorou mais a fundo a boca de Kara passando a língua por cada canto que conseguiu alcançar.

Kara arfou nos lábios de Lena para, em seguida, mordiscar-lhe o pescoço e chupar sua pele branca. As pernas de Lena vacilaram por segundos, mas Kara a suspendeu no colo e a levou para cama enquanto voltava aos lábios para mais um beijo. Já deitadas os seios alvos de Kara ficaram à altura de sua boca, Lena, então, os tomou nos lábios beijando, lambendo e mordendo cada bico de seio. Desesperada de desejo e sentindo os músculos do baixo abdômen tremerem, as mãos de Kara percorriam o corpo de Lena arrancando-lhe a roupa.

Quando finalmente estavam ambas nuas, Kara parou por alguns instantes apenas para admirar o corpo perfeito da mulher que tanto amava e estava ali entregue a ela completamente. Lena respirava profundamente nos segundos que Kara parou para admirá-la, mas logo voltou os lábios para o corpo de sua mulher descobrindo cada poro, cada pequeno detalhe. Mãos, pernas, coxas e braços misturavam-se nas ondas de prazer que o amor de ambas produzia.

Quando os dedos de Kara exploraram os lábios entre as pernas e entraram sem demora na caverna de Vênus da namorada, Lena gritou seu nome entre gemidos e espasmos do mais intenso prazer que sentiu pela primeira vez na vida. Ao aumentar os movimentos dentro de Lena, Kara também transbordou em êxtase, principalmente quando sentiu as pequenas mordiscadas que a Luthor deixava em seus ombros e arranhões em suas nádegas.

O orgasmo as atingiu simultaneamente arrancando de seus corpos toda a energia que possuíam, as levando a beirada do abismo do prazer de onde pularam juntas.

Esgotadas e jogadas na cama respiravam com dificuldade olhando o teto do quarto. Assim que um pingo de força lhe voltou aos braços, Kara puxou Lena para si a fazendo aninhar a cabeça entre seu pescoço e seios. Ficaram assim por um tempo além do prescrito por qualquer relógio. Perdidas na eternidade do desejo saciado.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora