Capítulo 92

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Quando finalmente desceram para almoçar já era hora do lanche da tarde, mas não se importaram porque estavam esbanjando felicidade por cada poro de seus corpos. Comeram falando animadamente enquanto Alura apenas desfrutava da companhia feliz das duas o máximo que podia. As horas passaram-se rápido e logo caiu a noite e precisavam voltar para Terra, se despediram de Alura e passaram pelo portal para serem recebidas por Alex que as esperava.

Kara deixou Lena em casa e seguiu para a sua. Quando Lena chegou à porta de seu apartamento e não viu os cães de guarda do DEO sentiu-se aliviada e pensou que talvez as coisas pudessem voltar ao normal. Tirou os sapatos, deixou a bagagem em um canto qualquer e foi até a cozinha pegar um copo de água gelada. Por mais que a viagem para Argo tivesse sido por meio do portal e bem menos estressante do que a primeira, estava exausta e tudo o que Lena queria agora era esquecer que mundo é mundo dentro da banheira de água quente.

Procurou o celular na bolsa e estava se dirigindo a seu quarto quando um pigarrear seguindo por uma voz que lhe enregelou o sangue a fez parar:

— Olá Lena, como vai?

Lena se virou e reconheceu na penumbra de sua sala, sentada em seu sofá, a figura de Lillian Luthor e por alguns segundos seu cérebro não reagiu.

— É um bonito apartamento esse seu, sempre teve bom gosto filha.

— Lillian! O que você quer? – Lena questionou ainda parada no lugar.

— Nossa! Que bela recepção, nada de "oi mãe, como vai?" Sente-se, acenda as luzes, precisamos conversar.

— Eu não tenho nada para falar com você, apenas vá embora.

Lena começou a dirigir-se para abrir a porta quando ouviu o som da arma sendo engatilhada.

— Quem lhe disse que era um convite? Acenda as luzes Lena e sente-se.

— Luzes – Lena deu o comando e todo o apartamento se iluminou e ao reconhecer o material da arma de Lillian seu corpo tremeu – kryptonita.

— Ah, uma beleza não é. Eu mesma quem fiz e as balas também. Então é melhor que aquela coisa com quem está se deitando não apareça, não acha? Dizem que ela ouve seu coração, espero que tenha praticado meditação porque não vou hesitar em testar a eficácia de minha invenção no meio da testa dela, agora SENTE-SE!

Sem opção, Lena respirou fundo na tentativa de desacelerar o coração e assim evitar que Kara entrasse pela sacada de seu apartamento. Sentou-se no sofá em frente a Lillian, mas antes que sua mãe pudesse revelar qual era seu propósito com aquela visita, seu celular tocou e a foto de Kara sorrindo surgiu na tela.

— Melhor atender, e Lena, nós não a queremos aqui, certo?

— Não se preocupe.

Atendeu o celular sem deixar de encarar sua mãe:

"Oi amor... não, está tudo bem... não, só me assustei com alguns copos que quebraram, só isso... sim... agora, bem vou tomar um banho... eu também..."

Depois de mais algumas palavras encerrou a ligação.

— Muito bem, filhinha querida, agora vamos aos negócios.

— O que você quer, Lillian?

— Uma compensação por ter destruído meu presente.

— Mas do que está falando?

— Do MEU supremo Luthor que você explodiu junto com seu brinquedinho.

— Mas, como você soube disso? – Lena analisou o rosto de sua mãe por instantes e logo ficou claro – Lex, esse tempo todo foi você, não foi? Você contou a ele onde estava a fórmula da kryptonita negra e como usá-la, você queria que ele fosse atrás do Héstia, mas por quê?

— Lena, Lena, Lena, sempre pensando tão pequeno. Todo esse QI desperdiçado com o óbvio da pura falta de imaginação e agora se enfiando na cama de uma alienígena medíocre e asquerosa; e eu que pensei que você seria minha herdeira, mas não se preocupe vou fazer com a sementinha Luthor aí dentro comece a crescer novamente, é só regar um pouco.

— Não vai me enganar com suas bajulações ou seus delírios, Lillian, Lex sempre foi seu preferido e deixe Kara fora disso.

— Viu o que eu disse, pensamento curto, Lex era apenas mais fácil de ser manipulado, mas você, ah você Lena, você tinha aquele espírito de pensar além do comum, o potencial de elevar o nome Luthor ao domínio de tudo, mas o que fez? Se deixou contaminar por essa praga alienígena, acha mesmo que vou permitir isso? Não minha cara, meus planos para você são bem outros e como eu te conheço muito bem, acabar com essa sua aventurazinha de boa moça será a coisa mais fácil do mundo e logo, logo estará saboreando o modo Luthor de viver.

— Você está louca! Diga logo o que quer e vá embora.

— O que eu quero é muito simples, Lena, quero colocar você no curso certo novamente, mas primeiro as coisas chatas. Primeiro vai fazer uma transferência para minha conta, depois vai me dar acesso ao casarão o qual você bloqueou com aquele sistema de segurança engenhoso depois da visita do Lex. Devo dizer, muito inteligente, nem eu consegui furar sua segurança.

— E para quê você quer o casarão? O que ainda tem lá que possa te interessar Lillian?

— O pedaço negro de sua alma, Lena. – Lillian levantou-se, devagar caminhou até a filha, encostou a arma na testa de Lena e engatilhou – Agora, meu dinheiro e bem rápido antes que aquele bichinho de capa vermelha entre aqui e eu acidentalmente faça um buraco no peito dela.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora