Ao Som do Coração

Capítulo 75

Nia arregalou os olhos em direção a Lena assim como todos os outros que haviam chegado esperando que esta se manifestasse. Sentando-se novamente, ela começou a explicar mais uma vez a única alternativa que tinham:

— Sim e não. Sim, é um plano meio louco que talvez só um Luthor poderia pensar. Não, não vamos explodir metade do planeta, Alex, pelo menos é o que espero.

— É o que espera? – Kelly conseguiu expressar seu assombro.

— Sim. Há alguns anos eu e o Lex desenvolvemos o supremo Luthor – respirou fundo e antes de continuar procurou forças nos olhos de Kara que prontamente lhe atenderam – O supremo Luthor é um super vírus capaz de controlar e destruir qualquer sistema que esteja online do planeta desde um simples celular até ao mais seguro sistema do Pentágono.

— E por que desenvolveram algo assim?

— Foi um presente de Dia das Mães, Brainy.

— Então poderia hackear o Héstia e destruir o sistema por completo?

— Sim, Nia. Destruiria o sistema por completo tornando o Héstia uma grande sucata sem utilidade nenhuma. Mas...

— Precisa que o canhão esteja funcionando. – Kara completou por ela.

— Sim.

— Por quanto tempo? – perguntou Kelly.

— Por tempo suficiente para ele quase detonar. Bem próximo na verdade.

— Então o menor erro daria ao Lex exatamente o que quer.

— Apenas se não conseguirmos afastá-lo J’onn. Preciso que o Héstia esteja em contagem regressiva para o disparo para que o supremo Luthor funcione.

Todos ficaram em silêncio até que Kara se lembrou de uma coisa:

— E o sistema de segurança que implantou? Não precisaremos amputar seu dedo?

— Eu me prontifico.

— Alex! Estou falando sério.

— Eu também, Kara.

— Não Alex, não preciso perder meu dedo. Essa é a trava de segurança principal para evitar intrusos, como o Lex, o que ninguém sabe é que eu instalei um gatilho terciário que me daria acesso a sala de controle caso eu quisesse usar o Héstia para fins particulares.

— Claro, nunca se sabe quando um Luthor vai precisar de uma arma de destruição em massa, não é?

— Alex! Já chega. Não temos tempo para isso. Não podemos ficar nos alfinetando o tempo todo, precisamos esquematizar um plano que coloque Lena dentro das instalações do Héstia para que ela possa destruí-lo e você é a melhor nisso.

Alex ficou um pouco constrangida pela dura que Kara lhe deu, mas não teve tempo de responder qualquer coisa porque Brainy que apenas ouvia e analisava todos os prós e contra surgiu com uma questão que passava despercebida por todos:

— Lena, o supremo Luthor ao ser ativado não vai afetar todos os sistemas online do planeta e causar uma catástrofe tão grande quanto o próprio Héstia?

— Sim. Ele age em ondas e uma vez liberado não pode ser detido tudo o que estiver online será desligado inevitavelmente a menos que...

— A menos quê? – Nia não conseguiu se conter ou esperar que Lena completasse sua fala.

— A não ser que estejamos acima da exosfera. A ausência de ar vai impedir que a onda se propague.

— Vocês só pensavam em coisas para destruir o mundo? Canhões solares destruidores, vírus digitais causadores de caos mundiais, céus Lena, por que raios faziam essas coisas?

— Lillian Luthor. – Foi a resposta simples que Lena deu a Kelly

— Perfeito. Então tudo o que precisamos fazer é levar Lena até a ilha Rudolfo, ligar um supercanhão solar destruidor, infectá-lo com um super vírus e tudo isso a mais de 10.000 km de altura, esqueci de alguma coisa?

— Esqueceu do Lex, Alex. Ainda temos que fazer tudo isso sem que o Lex destruía o mundo usando uma dessas duas armas.

A diretora Danvers olhou com cara de poucos amigos para Brainy ao mesmo tempo que Lena escondeu o rosto nas mãos. Kara foi até seu primo com a preocupação estampada no olhar.

— O que acha? – falou baixo apenas para que ele ouvisse.

— Não sei, Kara. Do que estamos falando? Metade da ilha, menos, mais? Levar algo tão grande assim para o espaço pode ser demais até para nós dois. E ainda tem a questão de quanto tempo vamos ter para fazer isso quase no limite e não podemos esquecer o Lex, nem de evitar que um maremoto se forme com a explosão.

Ambos cruzaram os braços e se perderam ponderando em si mesmos todos os prós e contras que essa operação poderia ter, já que era muito delicada, mas a ameaça que Lex representava dificultaria em muito qualquer plano. Kara não via outra alternativa, não podiam deixar o Héstia ao alcance do maníaco do Luthor, como também não poderiam manter Lena no DEO para o resto da vida e mesmo que isso fosse possível, Lex era muito ardiloso encontraria um jeito de capturar a irmã ou mesmo explodir o complexo Héstia que agora estava sob vigilância do DEO. Estava em um beco sem saída, ou melhor, em um beco com uma saída bem, mas bem estreita.