Ao Som do Coração

Capítulo 106

O dia amanheceu tranquilo em National City, Lena sentiu o peso do braço de Kara sobre seu corpo e tentou abrir os olhos, mas a dor de cabeça foi mais forte e a impediu. Sua boca tinha o gosto azedo da ressaca e sua bexiga parecia que iria explodir de tão cheia. Aos tropeços saiu de baixo de Kara que acordou assim que a sentiu sair da cama, porém não a impediu ao que Lena agradeceu mentalmente.

Quando voltou para o quarto, Kara a esperava sentada na cama com aqueles olhos azuis que desarmava e a inundava de paz, por alguma razão que Lena desconhecia aquele olhar arrancou lágrimas silenciosas de seu ser, Kara apenas esticou os braços e, sem opção, Lena apenas se deixou ir até ela no automático. Kara as aninhou debaixo dos cobertores de Lena e acariciava os cabelos negros o que serviu para que Lena se rendesse por completo em um choro silencioso, amargurado e profundo.

— Você me deve um celular novo. – Kara disse depois de um tempo.

— Ah é? – Um pequeno sorriso brotou nos lábios de Lena.

— Sim, e já que você é meio que cheia da grana vou querer o mais caro que encontrar.

— Feito. – Ficaram em silêncio mais uns minutos antes de Lena falar novamente – Não vi você chegar.

— A Alex me ligou, e eu tive que vir de carro. De carro, Lena. Kelly dirige como uma idosa!

— E isso seria minha culpa, por quê?

— Por quê? Lena Luthor, não se atreva a se fazer de desentendida.

— Mas realmente não sei do que se trata.

Kara puxou o rosto de Lena de maneira que pudesse olhar fixamente em seus olhos:

— Santiago e uma equipe de cães de guarda abutres não te diz nada?

— Ah, isso. – Lena desviou o olhar e voltou a esconder o rosto na curva do pescoço de Kara – Eu tinha que manter a Supergirl afastada por um tempo.

— Pois da próxima vez, vou jogá-los pela janela e você que lute com as consequências.

— Me desculpe – Lena disse depois de alguns minutos de silêncio.

— Pelo quê? Por querer enfrentar sua mãe sozinha? Ou por me encurralar em minha própria casa? Ou por me fazer pensar que estava em perigo e me fazer escolher entre minha identidade e salvar você? Eu quase joguei tudo para o alto, Lena, e voei na frente da equipe de Santiago para te encontrar quando soube que a Lexus foi implodida. Achei que corria perigo!

— Me desculpe, eu, eu não pensei direito, não medi as consequências, estava com tanta raiva de Lillian, de mim que, que...

— Espere, de Lillian eu até entendo, mas de você mesma? Por quê? – Kara sentou-se na cama obrigando Lena a fazer o mesmo.

— Eu, eu afinei a kryptonita até que ela tivesse a espessura de um cristal e coloquei na pulseira que Lillian usa, achei que a estava protegendo de vocês. Lex, ele era muito convincente na época.

— E como ela usá-la contra mim anos depois é sua culpa, Lena?

— Kara, se eu não tivesse...

— Não, Lena, pare! Não vou deixar que faça isso. Não é responsável pelas ações de sua mãe, entendeu? Não é.

— Você não entende, Kara, a dor que você sentiu foi...

Mas Kara impediu que Lena continuasse investindo contra sua boca em um beijo urgente e sedento. Com as mãos percorrendo as costas da Luthor até chegar em suas nádegas, Kara arrancou um gemido espremido da mulher que tinha nos braços e o som a incentivou a levar uma das mãos para entre as pernas de Lena e sentir o calor úmido que emanava dali; em resposta Lena gemeu o nome de Kara enquanto mordia a curva do pescoço dela ao mesmo tempo que cravava as unhas nas costas kryptonianas que não ficariam marcadas, mas não impediram o corpo de Kara de incendiar e como resposta enfiar dois dedos no interior da morena que arfou e gritou sílabas perdidas no êxtase que sentiu tomar conta de cada célula sua.

Quando Lena atingiu o orgasmo a boca de Kara devorava um de seus seios e suas pernas convulsionavam-se envolta do braço cuja mão a estocava sem parar. Lena gritou o nome de Kara que a calou abandonando o seio tomando mais uma vez sua boca cálida sugando sua língua. Lena pensou que morreria de prazer tão forte foi o orgasmo que sentiu dessa vez, mas Kara foi diminuindo o ritmo de suas investidas aos poucos e suavizando o beijo com pequenos intervalos para que a respiração de ambas pudesse voltar ao normal até que o corpo de Lena desacelerou e uma enorme calmaria lasciva tomou conta das duas.