— Pelo seu olhar posso intuir que mais uma vez está ignorando a única coisa boa que os Luthors te ensinaram, não é Lena?
— Alex! – Assim que Lena abriu a porta deu de frente com a diretora do DEO – Mas o que, o que faz aqui?
— Vim salvar a sua pele, cunhadinha, e de quebra impedir que Kara destrua minha relação com Kelly quando surtar por você terminar com ela. Anda, me deixe entrar.
Alex passou por Lena e fechou a porta atrás de si obrigando a Luthor a voltar para dentro do apartamento e enfrentar o olhar gélido de Eliza mais uma vez.
— Bom dia mãe. O que temos para o café hoje?
— Alexandra! Achei ter deixado claro que queria ter essa conversa com Lena Luthor sozinha.
— Sim, você foi bem clara, mãe – ela disse procurando alguma coisa para comer na mesa e só achando duas xícaras vazias – Sério? Sem nada para comer? Por isso que Lena está como quem vai a um enterro.
— Alexandra Danvers!! – Eliza a repreende mais com o olhar ao cruzar os braços do que com qualquer outra coisa.
— Está bem. – Alex se rendeu erguendo os braços – Por que não nos sentamos?
— Alex, eu agradeço seja lá o que está tentando fazer, mas eu estou de saída.
— Não, não está Lena, sente-se, está bem, só preciso de dois minutos certo? Sente-se, por favor.
Sem saber muito como reagir, Lena apenas sentou-se. Alex esperou sua mãe fazer o mesmo para então tentar salvar a relação de Lena com a matriarca Danvers.
— Mãe – disse sentando-se frente as duas – sei que Lena é um pé no saco e teimosa feito uma mula empacada e que às vezes o sangue ruim dos Luthors flui por seus olhos, mas no fundo, bem no fundo e se cavando bem ela é uma boa pessoa.
— Nossa! Muito obrigada! Por um minuto achei que estava do meu lado.
— Não, estou do lado da Kara isso me põe ao seu lado. Mãe sei o que está sentindo, Lena pisou muito na bola ano passado, mas ela não é a família Luthor, ela é apenas a Lena e como sei que ela não te disse, digo eu, ela ama Kara. Não sei como ou quando, mas em algum momento Kara conseguiu transformar o resquício do ódio Luthor que havia nela em uma luz tão grande que chega a ofuscar tudo ao redor das duas.
Lena abaixou os olhos para as próprias mãos que estavam unidas sobre seu colo para que não vissem que havia lágrimas em seus olhos. Não estava preparada para tais palavras de Alex. Será que tudo o que sentia por Kara era realmente amor, e se fosse será que ela era digna de amar alguém tão maravilhosa como Kara? Pensamentos como esses corriam acelerados por sua mente e a faziam tremer por dentro e por fora e não se atrevia a levantar os olhos, onde raios foi parar sua coragem? Não sabia.
— Lena – a voz de Eliza a tirou de seu conflito interno – isso é verdade? Você ama minha filha?
— Eu, eu... – Lena finalmente resgatou sua coragem para olhar Eliza – Não sei. O que posso te dizer com a mais absoluta certeza é que cada vez mais cada célula do meu corpo possui o selo de posse de Kara Danvers.
As duas se olharam por instantes. Eliza procurava dentro dos olhos de Lena por qualquer sombra que indicasse inverdade em suas palavras, mas não havia nada, apenas um brilho que não via a muito tempo nos olhos de alguém: o brilho do amor verdadeiro. Ela desviou o olhar para Alex que também via o mesmo que ela nos olhos da Luthor e então entendeu o que acontecia, toda a carga da criação Luthor dificultava que a própria Lena enxergasse com clareza seus sentimentos. Sim, Lena Luthor amava Kara Danvers.
Eliza levantou-se e se pôs em frente a Lena e esperou que esta se levantasse também, assim que o fez Eliza Danvers a abraçou forte e demoradamente. Lena chorou nos braços de sua sogra por algum tempo até que seu espírito se acalmou e ambas se afastaram com sorrisos tímidos nos rostos.
— Desculpe-me se fui tão dura, Lena. Mas quando se trata de minhas filhas, tenho a tendência de atacar primeiro e conversar depois.
— Ora mãe, não precisa se desculpar. Agora tenho munição para o resto da vida contra ela por se desmanchar em lágrimas por medo da sogrinha.
— Alex! – Eliza lhe ralhou, mas a abraçou – E posso saber o que raios está fazendo aqui?
— Era arriscar contigo ou aguentar Kara em meu apartamento, e eu te amo mãe, mas Kara Danvers tensa é demais para os meus nervos, meus copos e pratos.
As três sorriram e Lena pela primeira vez aquela manhã pode respirar aliviada. Era claro que ainda tinha um longo caminho até conquistar a confiança de Eliza por completo, mas o primeiro passo havia sido dado e a porta que ela julgara fechada há alguns momentos atrás estava de novo aberta para que ela pudesse entrar na família Danvers.
— Será que alguém pode me fazer um café agora?
— Tudo bem Alexandra, vamos te alimentar.
— Já disse que te amo, mãe.
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Ao Som do Coração
RomanceO relacionamento de Kara e Lena está voltando aos poucos ao normal, ou ao mais perto disso depois que a Luthor processou a descoberta da identidade da Super-heroína. Mas algo novo nasce nesse processo de retomada da amizade entre as duas. Um sentime...