Capítulo 62

936 110 0
                                    


A noite estava um pouco fria o que fez Lena se arrepiar um pouco enquanto caminhava ao lado de Kara em direção ao seu apartamento o que chamou a atenção da kryptoniana:

— Está com frio? Deveria ter trazido uma blusa.

— Eu ficarei bem, mamãe.

— Idiota – Kara deu um leve tapa em seu braço e a aconchegou um pouco mais em seu abraço – Vou resolver seu problema.

Kara apertou o passo das duas e assim que viu uma esquina formada por um prédio alto e algumas árvores puxou Lena e ao ter certeza de que não estavam sendo vistas a segurou firme pela cintura e voou para acima dos prédios de National City, depois de alguns minutos começou a planar entre as nuvens da noite:

— Ainda com frio?

— É claro que sim.

— Deixe-me ver se consigo te aquecer.

Kara iniciou o beijo calmo e doce, mas foi se aprofundando pouco a pouco até que o corpo de Lena não apenas esquentou e sim se incendiou arrancando gemidos mudos e tremores no abdômen e coxas. Porém, lentamente foi diminuindo o ritmo e a pressão sobre os lábios da Luthor até se afastar alguns centímetros:

— Eu sempre quis te beijar entre as nuvens.

— E eu quero te beijar entre lençóis.

As duas ficaram se olhando por um momento, Lena tomou-lhe os lábios com urgência e uma nota de desespero que só o desejo toca ao mesmo tempo que puxava os fios de cabelos na nuca de Kara que com o aumento do tesão flutuou um pouco mais para o alto o que fez Lena perder o fôlego rapidamente pelo ar rarefeito e interromper o beijo.

— Vou te levar para casa – Kara disse assim que voltou a uma altitude mais tranquila para Lena respirar.

Elas entraram pela varanda e Kara pousou suavemente, deu mais um leve selinho em Lena e se virou para sair, mas sentiu os dedos da namorada a segurando pelo pulso a puxando de volta para beijá-la mais uma vez invadindo sua boca brincando com sua língua. Kara se permitiu se entregar por algum tempo, mas logo se afastou interrompendo o beijo dando alguns passos para longe de Lena que voltou a diminuir o espaço entre as duas:

— Kara, por favor, fica. Dorme aqui, comigo, hoje.

— Lena, eu – Kara respirou fundo, mas se afastou um pouco mais – eu, eu quero, quero muito, mas eu não sei se...

— Janta comigo? – Lena a interrompeu porque não conseguia vê-la naquela angústia tentando achar palavras sem ir em seu auxílio – Um jantar. Romântico. Me deixe te levar para jantar.

— Jantar? – Kara passou a mão pelos cabelos e agradeceu a Lena com os olhos por desviar o assunto – Jantamos juntas hoje, Lee.

— Mas não conta porque ainda não tivemos um jantar romântico com velas e tudo o mais, só eu e você. O que acha? Amanhã à noite, eu – Lena deu os passos que as separavam – velas, violinos e vinho – deslizou as mãos pelos braços de Kara até que suas mãos se entrelaçassem – e, claro, você num lindo vestido de tirar o fôlego. Aceita?

— Sim.

Kara a beijou rapidamente e saiu voando pela varanda.

***

Lena levantou-se da cadeira assim que viu Kara entrar no terraço do restaurante o qual ela havia reservado apenas para as duas, estava em um vestido preto com um longo decote na frente que deixava a mostra pequenas partes das curvas de seus seios enquanto a saia do vestido, não muito longa, grudava em suas curvas tirando o fôlego da kryptoniana, em suas mãos havia uma rosa azul e outra vermelha.

Kara pode ver o leve tremor nos dedos de Lena pouco antes de seus olhos subirem pelo decote do vestido, percorrer os lábios e se fixarem em seu olhar, ela estava majestosa e quando um sorriso surgiu nos lábios dela, Kara precisou parar e respirar para não voar em sua direção e a beijar como se seu mundo estivesse para acabar. Um arrepio percorreu-lhe a espinha por dentro do vestido vermelho longo que escolhera quando os dedos de Lena lhe tocaram a mão ao entregar as flores.

— Você – Lena respirou fundo e engoliu em seco – você está, está – suas mãos tremeram quando entregou as flores – está maravilhosa! Meu, meu, meu ce, cere, cérebro não, não sa, sabe raciocinar diante de, diante de, de tan, tan, tanta beleza, então me, me – engoliu em seco mais uma vez – desculpe... se, se eu perder.... perder a fala... de repente.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora