Capítulo 144

396 49 0
                                    


Kara passou a noite toda trabalhando como Supergirl, salvou algumas pessoas de um incêndio, impediu que uma bomba destruísse o centro da cidade, resgatou uma família de cair em um desfiladeiro quando perderam o controle do carro, e mais uma vez voou até a Austrália para ajudar a apagar outro incêndio.

Por isso, estava sonolenta quando entrou na CatCo e como não estava com paciência para as provocações diárias de Sophia entrou pelas escadas de emergência e foi direto para a sua sala sem passar pelo saguão central. Ao abrir a porta o cheiro suave de rosas chegou até suas narinas, um grande arranjo de rosas vermelhas ocupava mais da metade de sua mesa. Caminhou até lá e tocou algumas pétalas ao mesmo tempo que um suspiro escapou de seus lábios.

— Ah o amor, que coisa bela é o amor!

— Sophia! – Kara simplesmente deixou os ombros se curvarem um pouco e sentou-se atrás da mesa – O que você quer agora?

— Ainda a minha exclusiva com o casal mais badalado e misterioso de National City.

— Você não vai desistir nunca, não é?

— Claro que sim, depois que eu publicar minha exclusiva.

Sophia não esperou resposta e deixou a sala de Kara.

***

Lena passou toda a manhã envolta em uma multidão de contratos, arquivos, projetos, e toda a burocracia que se acumulara em sua mesa na L-Corp durante sua ausência das últimas semanas. Mal tivera tempo para almoçar e nem sequer respondeu as mensagens que Kara lhe deixou por volta das 13hs, trabalhou quase dez horas seguidas sem nenhuma pausa e estava tão concentrada que não ouviu a porta de sua sala se abrir nem percebeu a namorada a observando silenciosa. Pegou o telefone e discava o ramal de Clarice porque precisava de um documento para completar a análise sobre a aquisição de um conglomerado no norte do Canadá quando, finalmente, sentiu o cheiro do perfume de Kara e ergueu os olhos.

— Oi.

— Oi.

— Está aí a muito tempo?

— Não o bastante para admirar sua beleza. – Kara entrou e fechou a porta atrás de si. – Aposto que não comeu nada o dia inteiro.

— Café e bala de goma contam?

— Lena Luthor comendo bala de goma? O que aconteceu com o Universo?

— Me pergunto a mesma coisa todas as vezes que sorri para mim.

— Achei que eu era a romântica de palavras bonitas.

— É como disse, o que será que aconteceu com o Universo?

— Vem, vou te levar para almoçar, ou melhor jantar.

— Eu adoraria, amor, mas...

— Não, não, não, sem mas... vai encerrar o expediente e sair para comer comigo ou...

— Ou...

Lena cruzou os dedos das mãos, apoiou os cotovelos na mesa e levantou uma das sobrancelhas. Kara que ainda estava encostada a porta caminhou lentamente até a beira da mesa e se inclinou deixando seu rosto a centímetros do de Lena.

— Ou jamais vai saber o que preparei para você esta noite. – disse passando a ponto do dedo sobre a pulseira de compromisso a fazendo reluzir.

— Você, cozinhou, para mim?

Kara se aproximou mais um pouco e beijou o canto da boca de Lena antes de passar a ponta da língua pelos lábios dela, o que fez a namorada engolir em seco ao mesmo tempo que o fôlego lhe fugia.

— Quem disse que estou falando de comida?

Sem alternativa, Lena levantou-se, deu a volta na mesa e tomando Kara para si a beijou intensamente até que as duas perderam o ar.

— É perigoso provocar uma Luthor.

— Acho que aguento – Kara respondeu apertando Lena mais em seus braços – mas, primeiro preciso alimentar você.

— Ah é?

— É, você vai precisar de muita energia essa noite.

— Promessas, promessas, promessas. – Lena disse entre risadas.

— Não te contaram, Luthor, os Supers sempre cumprem suas promessas.

— Ah, já ouvi dizer. – Lena inclinou-se para beijá-la novamente quando Clarice bateu na porta e entrou:

— Sinto muito interromper, senhorita Luthor, mas sua mãe está aqui.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora