Capítulo 152

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Os olhos de Lena estavam quase se fechando quando percebeu que Jaques não a estava levando para casa. Seu cérebro despertou e com mais uma rápida olhada pela janela notou que estavam se dirigindo para o porto de National City.

— Jaques? Por que não está me levando para casa?

Ela perguntou do banco de trás tentando encontrar os olhos de seu motorista pelo retrovisor, mas sem sucesso.

— Jaques?!

— Só um minuto, senhorita Luthor.

Ele voltou sua atenção silenciosa para a rua a sua frente e alguns minutos depois estacionou o carro ao meio fio.

— Chegamos.

— Chegamos aonde, Jaques? Todo mundo enlouqueceu hoje?

Mas ele não respondeu, apenas saiu do carro e lhe abriu a porta, mesmo desconfiada Lena desceu com uma grande interrogação no olhar.

— Jaques? O que está acontecendo?

— Já vai entender, não se preocupe, não há perigo algum. Basta seguir pelo píer.

Ela o olhou fixamente, suspirou e fez o que ele lhe disse, afinal era Jaques e confiava sua segurança no motorista que sempre lhe fora fiel ao extremo. Assim que seus pés tocaram as madeiras velhas do píer, todas as luzes se apagaram e seus olhos piscaram para se adaptarem à escuridão repentina, mas essa não durou muito porque pequenas luzes flutuantes começaram a se acender a sua volta.

Elas se movimentavam lentamente e aos poucos formavam imagens semelhantes a galáxias, nebulosas, constelações, estrelas, o cérebro de Lena imediatamente reconheceu o céu que elas criaram: o mesmo de quando voltou de Argo City, e, ela e Kara se beijaram pela primeira vez. Sua respiração começou a oscilar e seu coração a bater mais rápido. Ela deu mais alguns passos ao longo do píer ao som do mar que agora já rivalizava com o som de seu coração.

Então parou. Kara surgiu à sua frente, maravilhosa e espetacularmente linda, em um vestido azul com detalhes em vermelho que, a um olhar extremamente atento, desenhavam algo semelhante ao emblema da casa El. Calçava sapatos de alto medianos vermelhos e os cabelos, soltos, caiam como cascatas sobre seus ombros. Tinha uma pequena caixa vermelha em suas mãos. Lena parou literalmente e em todos os sentidos no ar.

Kara deu passos curtos em direção a Lena, que mal conseguia respirar, sem desviar o olhar dos verdes que amava. Parou a alguns metros da mulher de sua vida, ergueu uma mão e tocou em uma das luzes-estrelas e uma música desconhecida para a Luthor preencheu o ar.

— É uma cantiga popular kryptoniana para ocasiões como esta.

— Kara!?

— Não, só me escute, ou perco a coragem. – Ela respirou fundo e soltou o ar devagar – Lena, eu, ó Rao, no ensaio foi mais fácil.

— Amor... – Kara a parou espalmando uma das mãos no ar.

— Quando Krypton explodiu e eu perdi tudo o que amava, um buraco enorme se abriu dentro de mim, achei que nunca mais fosse ser completa de novo. Mesmo depois que cheguei à Terra e fui adotada pelos Danvers, tive essa pequena felicidade, mas sempre ele estava lá, o buraco dentro de mim. Então você surgiu, toda altiva, toda confiante, toda você, e quando me beijou no meio das estrelas, foi a primeira vez em minha vida depois de Krypton que eu me senti completa. Eu não sei o que fiz para merecer você e não pergunto muito para não correr o risco de deixar de fazer. Sei que por algum milagre, desses quaisquer, você olhou para mim, me amou, me completou. E agora você tem um grande problema porque eu não sei mais viver sem você, então – antes de prosseguir Kara se apoiou em um dos joelhos e manteve o outro a 90º e abriu a caixinha vermelha – Lena Luthessa Kieran Luthor, você quer se casar comigo?

— Sim, mais uma vez, sim!

Kara colocou o anel no dedo dela e no mesmo instante uma chuva de pétalas de rosas e orquídeas caíram sobre elas fazendo Lena sorrir e chorar ao mesmo tempo. Ela pegou o outro anel dentro da caixinha e se ajoelhando para que seus olhos pudessem se encontrar na mesma altura colocou-o no dedo anelar de Kara que também sorria e chorava ao mesmo tempo. Uma apoiando a outra se levantaram e se beijaram em meio a pétalas e estrelas!

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora