Capítulo 19

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Lena estava sentada na cama pensando qual sapato escolher, por fim decidiu calçar o preto de saltos vermelhos. "Vestido negro, sapatos negros, humor negro e um toque de vermelho sangue pra combinar, nada mal." Pensou enquanto caminhava para a cozinha para tomar um gole de café antes de sair para o trabalho "droga, ela não apareceu mesmo" era o que lamentava em sua mente enquanto engolia o líquido quente e amargo quando ouviu a campainha tocar.

— Kara!

— Oi.

— Mas como subiu, o porteiro não me avisou.

— Domenico já me conhece e eu disse que você estava meio que me esperando.

— Ó, eu...

— Lena, eu fui uma idiota. Eu trouxe croissants. Posso entrar?

— Claro. Entre por favor. Croissants? Parece bom. Idiota? Talvez.

Kara ignorou o pequeno sorriso nos lábios da amiga e foi entrando quando Lena lhe deu passagem.

— Aposto que ia ficar só no café, né?

— Não, imagina. Eu... eu... eu ia... fazer uma omelete também.

— Sei. Vou fingir que acredito.

— Que bom.

As duas se sentaram na bancada da cozinha como faziam há dias e em silêncio Kara esperou Lena fazer o seu chá favorito. Os minutos se passaram e elas comiam ainda em silêncio até que Lena, reunindo toda a coragem que tinha, decidindo encarar logo os fatos disse:

— Você foi idiota mesmo me dizendo tudo aquilo, mas... sei que está preocupada e que algumas possibilidades a meu respeito te assustam, me assustam também, mas Kara, deve ter outra solução.

— Me diga qual, estou aceitando qualquer ideia porque estou sem opções aqui.

— Eu não sei, mas fingir que criei kryptonita em meu laboratório com a intenção clara de atacar você pode acabar com a frágil reputação positiva que consegui para a L-Corp até agora. Sem falar no fato que acabaria com minha reputação pessoal e isso sem contar com... com... eu e... eu e você. Kara, por favor não me obrigue. Eu farei, mas... — O suspiro que saiu de seus pulmões doeu dentro da Danvers e a fez, num impulso, segurar as mãos de Lena entre as suas.

— Não quero que isso aconteça, Lena. Mas você poderia ter morrido por minha causa. Eu não aguentaria.

— Kara fomos pegas de surpresa. Eu estava sozinha, coisa que raramente acontece. Posso, sei lá, aumentar minha equipe de segurança por um tempo. Prometo nunca mais sair sozinha, eu não sei. Depois, ser um alvo sempre fez parte da minha vida, Kara. Não é nenhuma novidade ou acha que meu sobrenome não vem com uma mega variedade de inimigos?

— Ah, ok. Por enquanto vamos fazer do seu jeito, mas não vou mais aparecer na sua janela como Supergirl e isso não é negociável.

— Ok. Eu posso aceitar isso. E quanto as suas manhãs me esperando acordar, se acabaram também?

— Lena!

— O quê? Foi só uma pergunta honesta.

— Não vai descansar enquanto eu não te contar, não é?

— Não. Nem por todo croissant do mundo, que são maravilhosos por sinal.

— Um dia prometo que te conto.

— E eu vou cobrar. Então, quer carona para o trabalho?

— Eu até adoraria, mas seu carro ficou destruído.

— Kara Danvers, quem disse que eu só tenho um carro?! — Lena levantou uma das sobrancelhas e voltou a tomar o seu café enquanto Kara a observava desconfiada.

Cerca de meia hora depois o Aston Martin One-77 de Lena parou na frente da CatCo para deixar Kara antes de seguir para a L-Corp.

— Obrigada pela carona.

— Foi um prazer, depois me deu a oportunidade de dirigir meu One-77, fazia algum tempo que não o pegava.

— Mas vai para a L-Corp sozinha? Talvez eu deva ir com você só por garantia.

— Kara, não se preocupe. Está vendo aquele carro preto ali atrás — Kara virou o rosto para olhar pelo vidro de trás do carro e desviando um pouco os óculos dos olhos viu nitidamente o carro citado por Lena — meus guarda-costas. Portanto não se preocupe, eles vão estar bem na minha cola.

— Melhor. Você vai ao bar amanhã, para a noite do bilhar?

— Claro. Não posso perder a chance de ganhar da Alex. — Lena piscou um dos olhos para Kara e arrancou com o carro.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora