Ao Som do Coração

Capítulo 38

— Alex, amor! Sua irmã está nas manchetes de quase toda a rede e nas sessões de fofoca de todos os jornais.

— E o que Supergirl está fazendo nas sessões de fofoca? Essa é nova! — Alex encontrou Kelly na mesa do café da manhã mexendo no tablete enquanto tomava um copo de suco de maçã.

— Deixou suco para mim, amor?

— Aqui, toma um gole do meu, então não é a Supergirl que está na capa dos tabloides, não. Estou falando da Kara.

— Kara? — Alex deu um leve beijo de bom dia em sua preta enquanto pegava o copo de suas mãos — como assim Kara?

— Aqui, “Lena Luthor troca beijo apaixonado com Kara Danvers, repórter da CatCo, em restaurante”, em outro site diz “Lena Luthor e Kara Danvers, affair ao meio-dia”, mas a que eu mais gostei foi a do site da própria CatCo “Lena Luthor mostra seu talento escondido e deixa nossa querida repórter Kara Danvers sem folego” realmente Sophia Meireles tem senso de humor.

— Ela vai surtar.

— Surtar é pouco, não sei como ainda não nos invadiu porta à dentro.

— Ela deve estar dormindo ainda, tivemos uma emergência ontem e ela deve ter chegado em casa quando amanheceu.

— Achei que Kara era mais resistente do que nos com relação ao cansaço.

— Ela é, mas não dormiu nos três dias seguintes à sua chegada de Argo City e nos últimos dois dias mal cochilou, deve estar capotada a esta hora.

— Espero que Lena lide melhor com isso do que Kara.

— Não sei não, amor. — Mal havia terminado de falar e seu celular tocou — Lena, eu aposto.

“Alô? Eu. Lena? Bom dia, para você também. Não ela não está aqui. Não sei onde está. Estou entendo, ela não atende suas ligações, Lena me escuta... LENA, céus mulher, respira! Por que não vai até o apartamento dela? É, isso, vai lá, e Lena, como uma santa, lembra? Lena! Lena?” 

— Acredita que desligou na minha cara? Dá para acreditar? Idiota!

***

Lena tinha pensado em ir dirigindo para a L-Corp essa manhã, mas tudo mudara quando se sentara ao balcão da cozinha para tomar o seu café e vira as inúmeras manchetes de fofoca cobrirem seus olhos. Ligara para Kara inúmeras vezes, mas não tivera resposta e ao perceber que ela não aparecia em sua sacada mesmo com seu coração batendo feito um tambor, ligou para Alex que não ajudara em nada. Estava preocupada.

Quando beijou Kara no restaurante ontem não pensou nas repercussões de seus atos, já estava acostumada a ver seu nome na boca da imprensa a muito tempo o que a estava assustando, neste caso, era o silêncio de Kara sobre o assunto até agora. Com a mente a mil por hora não se sentia em condições de dirigir, por isso mandou Jaques, seu motorista, se preparar e tirar o carro porque já estava de saída.

Silencioso e rápido o Mercedes AMG GT 63 branco cortava a cidade enquanto Lena se perdia pensando em Kara. Tentou se lembrar quando seus sentimentos pela heroína haviam mudado para o que sentia agora, quando a linha amizade/romance havia se rompido e não conseguia definir o momento exato dessa mudança. Talvez nem fosse importante, sabia o que sentia agora e depois de saber que havia um possível talvez nessa relação estava disposta a tudo para vencer todas as muralhas de Kara Danvers e viver plenamente esse sentimento.

— Senhorita Lena?

— Sim Jaques?

— Chegamos.

Lena voltou a realidade e olhou a sua volta:

— Esse não é o prédio de Kara, Jaques, pensei que tinha sido clara quando disse onde queria ir.

— Sim senhorita, mas pensei em parar um pouco distante quando percebi que há repórteres na frente do prédio da senhorita Danvers.

Lena olhou na direção em que Jaques apontava e percebeu que ele estava certo, não eram muitos os que espreitavam a porta do prédio, mas estavam lá, feito abutres. Ela suspirou profundamente sem saber o que fazer.

— Quer que eu peça a Santiago para criar uma distração?

— O quê? Quem?

— Santiago, senhorita. Um dos guarda-costas. Ele pode causar uma distração e ninguém a verá entrar.

Lena olhou para Jaques pelo retrovisor do carro se perguntando como ele sabia de sua insegurança e considerando a ideia que tivera. De certo seria bem melhor entrar sem causar mais alvoroços com a imprensa, mas também se esconder não era de seu feitio. Por outro lado, seria melhor para Kara não ser exposta mais do que já estava e como sempre sua decisão pendeu para ela, Kara. Com apenas um aceno deu a Jaques o consentimento para que fizesse fosse lá o que pretendia.