Capítulo 134

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Estava com o copo a meio caminho da boca quando percebeu o leve brilho da pulseira El em seu pulso, deixou o copo se chocar contra o balcão do minibar, beber não adiantaria. Voltou para sua mesa e olhou pela milionésima vez as horas, 09h30m, nem três horas, eles estavam juntos em algum lugar do globo a menos de três horas e sua mente super, hiperativa já tinha elaborado milhares e milhares de cenários e possibilidades possíveis para o que pudessem estar fazendo. Lena estava enlouquecendo! Para evitar descarregar toda a sua frustração e raiva em algum funcionário, proibiu qualquer um de a interromper, nem mesmo Clarice tinha permissão para entrar em sua sala sem ser chamada. Por isso, quando sua porta se abriu quase jogou um dos porta-retratos com a foto de Kara que estavam sobre sua mesa na cabeça do infeliz que teve a coragem de desobedecer a suas ordens. A infeliz, no caso, era Alexandra Danvers.

— Seja lá o que for que veio fazer, pode voltar pela porta que entrou, Alex, não estou com a mínima paciência para você hoje.

— Também é um prazer te rever, Lena.

— O que você quer, Alex? Estou cheia de trabalho.

— Deixe-me adivinhar, vai ficar aí com a cara enfiada no trabalho até Mon-El ir embora, acertei?

Ao ouvir o nome do rapaz, Lena a fuzilou com o olhar e trincou os lábios numa linha reta.

— Não dirige esse seu olhar de morte para mim, não sou eu que estou sozinha com ela fazendo-se Deus sabe o que lá na Fortaleza da Solidão.

— Você... Alex... Eu... Sai daqui! Vai embora! Sai!

— Não te disse, estou de férias, não tenho mais nada para fazer hoje, e te aporrinhar é bem divertido.

— Arrrrgg!! – Lena esbravejou jogando o copo contra a parede.

— Lena, deixa disso – Alex se acomodou melhor no pequeno sofá – Ela te ama. Mon-El é só uma ponta do passado que a preparou para você.

Lena deu um longo suspiro e foi sentar-se ao lado da cunhada também largando a cabeça no encosto do sofá encarando o teto.

— Só não posso perdê-la, Alex, não sei se sobreviveria.

— Ah, Lena, é mais fácil a Lois trair o Clark com o Lex do que você perder a Kara.

Lena levantou a cabeça e encarou Alex por alguns instantes antes das duas caírem na gargalhada:

— Você é louca!

— Agora você entendeu.

***

— Esse lugar é impressionante.

— Sim, e ainda esconde muitas coisas que nem eu ou Clark sabemos ainda.

— Com o programa de seu pai?

— Pois é, acredita no que ele fez?

— E esperava menos, Kara? Afinal muita coisa está em jogo, e Lena não é, assim, uma escolha óbvia, não é?

Kara que estava procurando pelo dispositivo refrator terakiniano que Mon-El lhe pedira, saiu de detrás de um balcão de gelo e o olhou desconfiada:

— Do que está falando Mon-El?

— Uma Luthor, Kara, acha mesmo prudente colocar toda a autoridade da casa El nas mãos de um Luthor?

— Não estou entendendo – disse cruzando os braços – do que raios está falando?

— A casa El será muito importante no futuro, Kara, para todos, eu só acho que deveria...

— Nem termine o que vai dizer, eu não preciso saber do que vai acontecer no futuro, o que achei ser expressamente proibido de me contar, e definitivamente minha relação com Lena não é da sua conta.

— Aí é que você se engana, Kara, é sim. Você não faz ideia do quanto a casa El será importante no futuro e você simplesmente a quer dar para um Luthor, Kara, o que deu em você? A Lena é uma Luthor, Kara, isso nunca vai mudar.

— Quem disse que eu quero que ela mude Mon-El? Eu jamais mudaria em Lena uma vírgula de quem ela é. Eu ainda não sei por que isso lhe diz respeito?

Mon-El ficou em silêncio por alguns instantes enquanto os dois se olhavam sem que quaisquer dos dois se desviassem, mas o leve vacilar nos olhos dele não passaram despercebidos por Kara:

— Espere, você veio até aqui só para... o que realmente veio fazer aqui, Mon-El? O quê?

— Tudo bem, Kara. Sim, eu vim ver com meus próprios olhos a burrice que está cometendo porque eu não pude acreditar em meus olhos quando de repente o nome de Lena Luthor apareceu como senhora da casa El, eu realmente pensei que... que ela realmente tinha te matado, Kara.

— Isso é ridículo! Nunca lhe passou pela cabeça que eu poderia estar com ela?

— E não te passa pela cabeça que tudo não é uma grande trama dela?

— Trama para quê, Mon-El?

— Ora, Kara, não seja tão ingênua. Ela é muito mais inteligente do que o Lex, você sabe disso, a forma como ela expulsou minha família da Terra, está aí para provar.

— Você está louco! Eu não sei o que aconteceu no futuro, Mon-El, e realmente não me importa. Mas nada te dá o direito de vir aqui e questionar Lena, muito menos minhas escolhas, porque sim, eu a escolhi, Mon-El, para ser minha companheira, e nem você nem ninguém vai mudar isso. Acho que devemos ir embora.

— Kara, escute...

— Não, vamos embora, agora. Você não é mais bem-vindo na Fortaleza.

Ao dizer isso, os pequenos robôs que fazem a segurança do lugar mudaram a cor dos visores para vermelho e começaram a se aproximar do daxamita.

— É bom sair Mon-El, porque não vou detê-los.

— Kara, por favor, vamos conversar direito, está bem?

— Com certeza vamos conversar, Mon-El, mas não aqui. Vamos.

Sem opção ele a seguiu e deixaram a Fortaleza da Solidão voando.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora