Capítulo 142

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Os olhos de Kara fumegavam de raiva e Lena engolia em seco enquanto seu corpo tremia levemente:

— Dessa vez, eu não tenho nada a ver com isso. Kara, anjo, eu não sei de onde ela tirou essa história.

— A foto?

— É uma foto antiga, de quando estávamos na mesma faculdade, eu frequentava a casa dela, nem sabia que essa foto ainda existia, juro!

Kara respirava rapidamente e seus braços cruzados pareciam que iriam se quebrar tamanha a tensão que depositava neles. Lena saiu de trás da mesa e caminhou na direção da namorada que imediatamente deu um passo para trás encostando na porta, o que fez Lena parar na metade do caminho.

— Kara?

— Vocês tiveram um caso? – Kara perguntou com o olhar angustiado.

— Amor...

— Só responda, Lena, tiveram ou não?

— Estava mais para uma amizade colorida.

— Eu sabia, Rao! Eu sabia que as insinuações dela não eram de graça. Durou quanto tempo?

— Kara, isso foi há tanto tempo, por que nos preocupar com quem passou em minha vida antes de você? Foram irrelevantes.

— Quanto tempo, Lena?

— Eu preciso de um drinque.

Disse passando as mãos no rosto e caminhando para o minibar, mas Kara, com super velocidade, lhe bloqueou o caminho ficando a poucos centímetros dela, o que fez Lena respirar fundo tentando achar o ar. A pulseira El em sua mão brilhou com intensidade chamando a atenção de seu olhar antes de responder:

— Os anos da faculdade. Mas, como disse, apenas uma amizade colorida, idas e vindas entre outros relacionamentos, nada oficial, apenas – engoliu em seco quando Kara estreitou o olhar – apenas sexo, Kara, era apenas sexo.

— Apenas sexo? Agora ela está por aí com fotos de você seminua dizendo que eu sou o quê? O que eu sou Lena, seu passatempo antes de voltar para ela?

— Depois de tudo o que passamos até agora, Kara, você me fazer essa pergunta me ofende. Eu passei o inferno em Argo para provar o que você é para mim, se aquilo não foi o suficiente eu não sei... o que... eu... eu... – uma lágrima correu de seus olhos e desarmou a kryptoniana – eu não sei o que deu em Sarah para fazer isso, mas, com absoluta certeza, não vou responder a esta pergunta.

Lena deu as costas para Kara e estava se afastando indo em direção a mesa quando sentiu as mãos da namorada a segurar pelo pulso e a puxar de volta para si, no instante que Lena se virou, sua boca foi invadida pela de Kara que a beijou com firmeza num misto de desejo, anseio e posse. Só se afastaram porque o som do telefone tocando encheu a sala de modo insistente, a contragosto, Kara deixou Lena pegar o aparelho:

— Clarice, disse para não me interromper, não... o quê?... aqui?... mas que inferno... não, ela não pode entrar... NÃO, JÁ DISSE! Pois chame a segurança e ponha-a para fora daqui! AGORA. CLARICE!

Bateu o telefone com força no gancho e olhou para Kara que esperava por uma explicação.

— Sarah está aqui, ela quer falar comigo, mas eu...

Lena não terminou o que dizia porque Kara lhe deu as costas e de supetão abriu a porta e fez com que Sarah Jamieson entrasse. A socialite estava visivelmente perturbada e olhava de Kara para Lena e de volta para Kara, foi com voz trêmula que disse a que veio:

— Lena, olá Kara, – não obteve resposta da loira, apenas um olhar mortal – Lena, eu não sei como conseguiram aquela foto, nem sei quem deu aquela entrevista, até tenho uma ideia, mas com certeza não foi eu, você precisa acreditar em mim, eu jamais faria aquilo com você, querida. Jamais!

— Se eu fosse você não a chamaria de querida na minha frente.

A voz fria de Kara fez com que Sarah se arrepiasse e levantasse as mãos em rendição:

— Ok, lapso meu, não acontecerá de novo, certo. Me desculpe. Mas estou lhe dizendo senhorita Danvers eu não faria aquilo, principalmente depois do que... do que... eu juro, eu não toquei nela, está bem?

Kara assim como Lena estranharam a reação de Sarah, principalmente quando Kara descruzou os braços e ao ameaçar dar um passo em direção a ela, Jamieson se afastou visivelmente assustada e com medo. Mas foi Lena quem a interpelou:

— Sarah, o que... o que houve? – Mas ela olhava fixamente para Kara – SARAH! Depois do quê?

— De Lillian – ela finalmente olhou para Lena – não que eu tenha acreditado logo de início, mas depois, eu juro, Kara Danvers que eu jamais, jamais não com..., com... isso foi na faculdade eu não sei como essas fotos foram parar lá.

— Sarah, concentra em mim, está bem? O que minha mãe fez?

— Ela me disse que, que Kara, Kara é, é... ó céus, eu realmente preciso de uma bebida.

Enquanto ela caminhava até o minibar e despejava um dedo de vodka no copo, Kara e Lena se entreolharam e chegaram juntas à mesma conclusão, mas não disseram palavra. Esperaram Sarah tomar seu drinque e se acalmar um pouco.

— Sarah, o que minha mãe lhe falou sobre Kara?

— Ela veio até mim há alguns dias com essa conversa de que eu deveria ajudá-la a te livrar de Kara, de como eu era uma melhor escolha, sabe as coisas de sua mãe.

— É, eu sei, continue.

— No começo eu até pensei que talvez fosse uma boa ideia – direcionou sua atenção a Kara – mas foi só no começo, eu juro.

— Será que dá para você parar de jurar, por favor? – Kara pediu sem paciência.

— Claro, sem jurar, então no começo eu achei que seria uma boa ideia, mas aí eu vi uma foto de vocês duas voltando da casa da mãe de Kara, eu acho, eu nunca tinha te visto tão feliz na vida, Lena, nem mesmo quando jogamos estrume no carro do reitor no segundo semestre.

— Não precisamos entrar nestes detalhes, não é? Minha mãe?

— Sim, eu disse a ela para deixar para lá, disse que não faria mais nada contra você. Foi aí que ela me disse que Kara é na verdade a Supergirl, achei uma grande idiotice na hora, uma ideia estapafúrdia, sem pé nem cabeça, mas ela foi bem convincente. Então eu me recusei mais ainda, imagina, provocar ciúmes na Supergirl, só se eu fosse louca, não é? E eu não sou, Lena, você era a louca de nós duas. Mas ela disse que eu já estava na lista negra de Kara depois daquela brincadeira que fizemos há alguns meses.

— Escute, Sarah, minha mãe as vezes...

— Não, Lena, tudo bem, jamais direi nada, ok? Só vim aqui para dizer com todas as letras e todos os pingos nos is, eu não fiz isso. Deve ter sido Lillian, eu não sei; só sei que não foi eu, não foi! Quanto ao resto não se preocupe, querid..., digo Lena, eu não sei nada, jamais soube de nada e jamais saberei de nada.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora