Capítulo 123

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A tarde correu lenta, silenciosa e angustiada. Clark levou Lena para a cobertura Luthor e depois de um banho e muito chorar sozinha em seu quarto ela estava ali, parada, olhando, por sua grande janela toda National City, não deixou o quarto nem mesmo quando o restante da família chegou. Alex ainda foi até seu quarto, mas Lena não se deu ao trabalho de sequer se virar para falar com ela, continuou olhando o céu à espera de Kara.

Clark ainda sobrevoou a cidade a pedido de Eliza a certa altura da tarde, mas não encontrou sinal da prima o que o fez supor que ela poderia estar na Fortaleza da Solidão esfriando a cabeça e por isso achou melhor não ir até lá para checar se Kara estava bem. Mas ele não poderia estar mais errado, Kara vou até a estratosfera onde ficou por um tempo para depois voar num rasante com destino certo: Lillian Luthor.

Depois do ataque a Alex e temendo que Kara ainda acreditasse que fora a mandante, Lillian mudava-se de lugar a cada dois dias por isso demorou um pouco para que Kara a encontrasse em um hotel nos arredores de Gotham City e, sem cerimônia, invadisse seu quarto e a levasse até a Fortaleza da Solidão, esperou os minutos que Lillian levou para se acalmar e se recompor antes de dizer qualquer palavra.

— O que diabos pensa que está fazendo? Se queria me matar por que me trazer para esse bloco de gelo no fim do nada?

— Eu não pretendo te matar, Lillian. Muito longe disso.

— O que quer então?

— Era costume em Krypton pedir permissão a família da noiva para se casar e como aqui é o mais perto que tenho do salão nobre da casa principal da família El, eu te trouxe a Fortaleza da Solidão para te pedir a mão de Lena Luthessa Kieran Luthor em casamento.

— Você perdeu o juízo! É a única explicação que eu tenho para tamanha estupidez! Acha mesmo que vou permitir que você um dia sequer sonhe em se casar com minha filha?

— Eu amo sua filha, Lillian, e descendo de uma casa nobre de Krypton, a casa El é uma das...

— Não me interessa qual aberração alienígena você é ou deixa de ser, jamais vou permitir um absurdo desses, agora me leve de volta.

— Mas senhora Luthor, se ela se casar comigo a casa El será a dela também e ela pertencerá a nobreza kryptoniana.

— Pois eu prefiro vê-la morta a casada com uma imundícia alienígena como você e essa nobreza que você alega não deve passar da escória, do esgoto do Universo. Leve-me de volta e acabe com essa palhaçada de uma vez.

— Prefere renegar a sua filha, renegar o futuro que teriam se unindo a minha família por preconceito? Não se importa com a felicidade dela?

— A felicidade de Lena não está ao lado do estrume que você é! Jamais aceitarei você na vida de minha filha!

— Está dizendo que não quer ter parte alguma com minha família, mesmo que isso faça Lena sofrer?

— Que diabos, é claro que estou! Eu sou uma Luthor e farei tudo o que estiver em meu poder para que Lena volte a razão, ela é uma Luthor. Nunca terei nada a ver, como é que você chama isto? Família El, parece nome de purgante, e menos ainda com a parte caipira de sua família humana. Agora ou mate-me ou leve-me de volta.

— É o suficiente?

— Suficiente o quê? Do que raios está falando?

— Ela está falando comigo. – Alura saiu de trás de uma pilastra de gelo – Olá, sou Alura Jor-El, a mãe de Kara, como vai?

— O que está havendo aqui?

— Nada, apenas uma pequena burocracia kryptoniana, mas como você mesma disse, não está interessada em nada que venha de minha família. Pode mandá-la de volta, querida, a declaração foi o suficiente.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora