Capítulo 107

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Quando Lena acordou, a manhã já ia pela metade e o som do vento frio de inverno corria pelo vidro da janela uivando suavemente; um pequeno arrepio de frio correu por seu corpo o que fez Kara imediatamente a estreitar mais em seus braços e soltar um fraquíssimo raio de calor por baixo da única coberta que as cobria.

— Melhor?

— Muito. Obrigada.

— Não me agradeça, esquentar você é um prazer.

— Hum, vou me lembrar disso no futuro.

O silêncio reinou por alguns minutos confortavelmente entre as duas, até que Kara sentiu lágrimas molharem seu peito:

— Lena?

— Eu... – um pequeno soluço lhe cortou a voz – Eu sinto muito por ela ter ferido você.

— Ó amor, não, por favor não se culpe, não por isso.

— Por mais que você diga que não, é como eu me sinto. Talvez se não estivéssemos juntas, Lillian não...

— Não! – Kara sentou-se na cama e obrigou Lena a olhá-la nos olhos – Não diga isso nem por brincadeira, nem sequer pense nisso, entendeu? Não há nada melhor, na minha vida, do que estar com você, Lena Luthor, nada! Eu te amo, minha rainha, não quero viver sem você, não agora que sei como é ter você na minha vida.

— Kara!

E Lena a beijou depositando todo o amor que ficou preso em sua garganta.

— Se essa é sua maneira de me dizer eu te amo, acho que vou querer ouvir toda hora. – disse Kara quando Lena terminou o beijo.

— Boba. – Lena respondeu a suave provocação com um leve tapa no ombro de Kara.

— Boba? Talvez, mas de amor por você. Sou boba, tola, idiota e totalmente deslumbrada por essa mulher maravilhosamente linda cujos olhos verdes me ganham a cada ínfimo piscar.

— Eu...

Lena tentou respirar e falar, mas as duas coisas conflitavam em seu ser, então tudo o que conseguiu fazer foi abraçar Kara e enterrar o rosto nos cabelos dourados. Assim ficaram por uma eternidade de amor profundo.

***

A primeira coisa que Kara sentiu quando deixou o quarto junto com Lena foi o delicioso cheiro de macarrão com queijo e seu estômago se manifestou antes que sua boca emitisse qualquer som. Alex estava arrumando a mesa para o almoço enquanto Kelly terminava de preparar tudo:

— Kelly, Kelly, Kelly, alguém já disse que você é a melhor cunhada que uma pessoa poderia ter? – Kara disse entrando na cozinha.

— Hoje ainda não – Kelly retrucou bem-humorada – Vá se sentar, Kara, para alimentarmos esse monstro enorme que tem na barriga.

Elas estavam em uma refeição relativamente agradável apesar da situação tensa que se passava fora daquele apartamento e que inconscientemente as quatro mulheres tinham lembrança; mas é claro que não poderiam ignorar o enorme elefante branco pairando sobre suas cabeças chamado Lillian Luthor e mais uma vez coube a Alex romper a bolha que criaram e trazê-las para a realidade de seus problemas:

— Bom, você pôs fogo na sua própria casa?

— A casa era do Lex, na verdade – Lena pousou o garfo no prato e erguendo a sobrancelha encarou a cunhada – se é que isso importa.

— Então, pôs fogo em propriedade alheia, e... terei que prender você?

— Alex!

— O que, Kara? Foi ela quem queimou o casarão, não eu.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora