Capítulo 147

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Quando o sol bateu no rosto de Lena, ela tentou, em vão, afastá-lo com a ponta dos dedos. Abriu os olhos mesmo sem querer e espreguiçou-se esticando os músculos do corpo, alguns deles, principalmente os das pernas, reclamaram um pouco a lembrando da noite intensa. Quando puxou o lençol para cobrir a cabeça um pequeno incomodo de dor atingiu a ponta de seu dedo médio, o fitando percebeu que sua unha se quebrara rente a pele, também notou pequenas e finas linhas roxas se formando em volta de seu pulso. "Droga!" foi o pensamento que teve antes de enfiar-se debaixo dos lençóis pé e cabeça.

— Eu te machuquei, não foi?

Lena respirou fundo ainda coberta, não tinha visto que Kara a observava da soleira da porta do quarto com uma bandeja de comida para o desjejum nas mãos.

— Lena?

Sem ter opção, ela esticou a cabeça para fora dos lençóis e enfrentou o olhar preocupado de Kara:

— Na verdade, não. São só algumas marcas, amor, que acontece a qualquer um depois de uma noite intensa como a que tivemos.

— Mas seus pulsos estão roxos, sua mão está... – Ela soltou um leve suspiro – Eu deveria ter parado.

— Não, não, não, não! – enfatizou rapidamente Lena se sentando na cama – E você também estaria com as costas não só roxas como machucadas, se fosse humana.

— Mas eu não sou, Lena!

— Por favor, Kara, venha até aqui.

Disse Lena mantendo o lençol preso sob os braços escondendo os seios. Kara caminhou devagar com os ombros caídos, o que fez o coração de Lena se apertar dentro do peito, mas esperou até Kara colocar a bandeja no pé da cama e se deitar mais uma vez ao seu lado. Também esperou, como sabia que ela o faria, Kara pegar suas mãos nas delas e acariciar seus pulsos fazendo sua pulseira de compromisso brilhar intensamente.

— Eu estou bem!

Kara encontrou os olhos verdes que a olhavam firmes quando Lena disse novamente:

— Eu estou bem! Muito bem na verdade. Foi uma das melhores noites de minha vida e eu sei que no momento mais intenso, você se colocou em segundo plano para me proteger.

— Eu não...

— Kara? Você tirou minhas mãos de seu corpo e as prendeu, por quê? E não me diga que foi um fetiche.

Antes de responder qualquer coisa o rosto e pescoço de Kara ficaram avermelhados e ela envergonhada desviou o olhar de Lena o fixando no símbolo de sua família que a Luthor carregava na mão.

— Amor? – Lena levou uma de suas mãos até o rosto de Kara a fazendo olhá-la – Por que você me afastou naquele momento?

— Eu... – ela respirou fundo e fechou os olhos – Eu tive medo de quebrar seus dedos se... se... você...

— Se eu estivesse te possuindo quando chegasse ao orgasmo?

— Estava muito intenso, Lena, eu não sabia se poderia controlar a força, por isso eu... eu te... te prendi.

— Viu? Você nunca vai me machucar, e isso – disse passando a mão no outro pulso – isso é igual ao chupão que você tem no pescoço.

Instintivamente Kara levou uma das mãos até a lateral do pescoço, perto da nuca:

— Eu não, não tenho...

— Ah tem, acredite-me. Eu... como você disse, foi intenso, ele estaria muito, mas muito visível se sua pele não fosse kryptoniana, e isso aqui não seria nada perto dele.

— Lena!?

— Eu te amo o suficiente para confiar minha vida a você em qualquer momento e em qualquer situação, e eu sei que, tão intenso ou muito mais intenso do que ontem, se é que será possível; – os olhos azuis encontraram novamente os de Lena com um leve sorriso nos lábios – você sempre nos dará prazer e me protegerá ao mesmo tempo, como fez ontem, ou não foi...

— Foi maravilhoso! Eu nunca, nem com...

— Shiii, não – Lena pousou as pontas dos dedos sobre os lábios de Kara – ó céus não, nem pense em dizer o nome dele, não aqui, não agora.

— Eu sei, eu só ia dizer que nunca foi tão completo e tão perfeito com ninguém antes. Ninguém me fez atingir... – um sorriso dançou nos lábios de Lena – tão completamente como você me fez ontem. Eu te amo Lena Luthor, e eu nunca pensei que fosse possível um Vashitrá tão forte.

— Vashitrá? – Lena perguntou erguendo uma das sobrancelhas.

— É o nome kryptoniano para a união completa de corpo e alma de duas pessoas. Foi o que aconteceu ontem a noite. Com você, comigo, conosco. Um Vashitrá.

— Eu te amo Kara Danvers, futura senhora da casa El.

— Eu te amo Lena Luthor, futura senhora da casa El.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora