Lillian Luthor era uma mulher de coragem, isso ninguém poderia negar. Mesmo depois de tudo o que aconteceu nas últimas 72 horas, lá estava ela enfrentando o ódio da filha sob a mira da arma de Santiago e Ramona.
— Ah... isso é mesmo necessário, Lena querida? – disse com cinismo e displicência – mande que abaixem as armas, estou aqui para conversar.
— O que teríamos para conversar depois de tentar matar minha filha? – Eliza tremia de raiva.
— Me poupe, se eu quisesse sua filha morta, eu teria sido mais sutil. Vim justamente para dizer que não tive nada a ver com isso. E se bem conheço a minha filha, ela também já sabe que não fui eu.
— Apenas vá embora, Lillian, e faça-nos um favor, desapareça.
— E vai dizer à esquentadinha da sua amante que não fui eu quem atacou a soldadinho?
— É impressão minha ou é medo isso que vejo em seus olhos, mamãe querida?!
— Apenas diga, Lena. Não fui eu e você sabe.
— Sei – disse Lena em um longo suspiro – agora vá antes que ela chegue.
Lillian se moveu para deixá-las, mas Santiago segurou, em riste, mais firme a arma que tinha em mãos a fazendo parar, mas Lena acenou com a cabeça e os dois guarda-costas deixaram sua mãe partir. Eliza sem entender quase nada do que havia se passado apenas seguiu Lena até o apartamento, porém, assim que entraram e se viram sozinha não esperou para questioná-la:
— Lena?
— Não foi minha mãe quem atacou a Alex. Ela não tem a tecnologia necessária. Por mais que ela seja desprezível, dessa vez não foi ela.
— Tem certeza?
— Tenho absoluta certeza. Seja lá quem foi, não foi Lillian.
— Kara sabe disso
— Ainda não, vou contar a ela assim que voltarmos.
— Eu realmente preciso de um banho. – disse Eliza depois de um longo expirar.
Lena a levou até um dos quartos de hóspede que tinha no apartamento e enquanto Eliza tomava banho, ela foi até o minibar e encheu uma dose de whisky puro que bebeu de um único gole. Um leve tremor percorreu seu corpo diante da grande incógnita que surgiu inesperadamente por que se Lillian Luthor não havia atacado Alex Danvers, quem mais poderia ter sido? E pior, como esse alguém sabia quem Kara era e sua ligação com Alex? Jogada no sofá, Lena pegou no sono sem chegar a nenhuma resposta.
***
A noite já ia alta quando Lena acordou com uma forte dor no pescoço pela posição que adormecera no sofá da sala, com uma careta de dor foi tomar um banho e trocar de roupa para depois ver se Eliza ainda dormia. Mas quando saiu do quarto encontrou Eliza conversando com Kara em sua sala.
— Tudo bem? Alex... – o medo em sua pergunta repousou nos olhos azuis de sua namorada.
— Sim, ela está bem. Eliza disse que Lillian esteve aqui – os olhos de Kara a acusavam por trás de cada palavra – e que você a deixou ir, que impediu Santiago de detê-la, isso é verdade, Lena?
— Eu posso explicar, se me ouvir.
— Estou ouvindo, Lena. Ouvindo o porquê de ter deixado a pessoa que quase matou minha irmã sair andando por aí.
— Porque usaram uma frequência específica para bloquear o sinal de socorro que você deu à Alex e Kelly; além disso, usaram o próprio ar para formar uma bolha em volta do apartamento delas, o que impediu que o som saísse e consequentemente que você ouvisse o ataque. Minha mãe não tem acesso a esse tipo de tecnologia, Kara.
— Tem certeza ou está apenas conjecturando, Lena, por ser sua mãe? – a desconfiança de Kara estava dilacerando-a.
—Sim, tenho, porque consegui isolar uma assinatura no sinal que inutilizou o S.O.S da Alex.
Lena foi até sua bolsa e pegou o celular, em seguida o conectou em um dos terminais da inteligência artificial que gerenciava sua casa:
— Sirty?
— Sim, Lena. No que posso ajudar? – uma voz metálica encheu a sala.
— Acesse o arquivo Alex e reproduza a assinatura em 3D.
Não se passou nem mesmo vinte segundos e uma pequena imagem 3D flutuou entre as três. Ao ver o símbolo azulado girar a sua frente, os olhos de Kara se arregalaram e sua boca secou-se com o sussurro que escapou de sua garganta:
— Impossível!!!
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Ao Som do Coração
RomanceO relacionamento de Kara e Lena está voltando aos poucos ao normal, ou ao mais perto disso depois que a Luthor processou a descoberta da identidade da Super-heroína. Mas algo novo nasce nesse processo de retomada da amizade entre as duas. Um sentime...