Capítulo 118

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Cerca de uma hora e meia depois, Kara, Lena e Clark haviam voltado para National City. Como a noite já ia madrugada adentro e o apartamento de Alex não era grande o suficiente para acomodar todos, Alura e sua guarda que consistia em Thara e um jovem chamado Xarel foram para o apartamento de Lena, já Eliza ficou com Alex e Clark foi para a casa da prima. Combinaram de se encontrar para o desjejum no apartamento de Lena por ser o maior dos três.

Depois que teve certeza de que seus hóspedes estavam bem acomodados, Lena foi para seu quarto e tomou um banho demorado tentando acalmar os pensamentos e abaixar a adrenalina que a percorria por inteiro, passou um óleo calmante pelo corpo antes de se deitar. Mas foi tudo inútil, virou-se de um lado para o outro até que desistiu e se levantou, vestiu um roupão longo de seda preta e caminhou em silêncio para a sala e o minibar. Estava observando o líquido em seu copo depois do primeiro gole quando a voz de Alura quebrou sua solidão:

— Costuma beber na madrugada?

— Só quando aciono um sistema de segurança alienígena e quase mato Kara no processo. Só nessas noites.

— É bom saber que ainda mantém seu humor ácido intacto, Lena, – disse Alura se sentando ao seu lado – mas não deveria beber. Não vai ajudar.

— Não, não vai, acho que é só a força do hábito.

Ela pousou o copo na mesa de centro e passando as mãos pelos cabelos negros recostou a cabeça no encosto do luxuoso e confortável sofá.

— Ela poderia... poderia ter... ter...

— Mas não aconteceu. Kara é mais forte do que você pensa.

— Eu sei que ela é forte, mas vê-la ferida e por minha causa..., ah, isso tudo é um pesadelo! Primeiro Lex, depois minha mãe e agora isso, parece que o Universo está contra nós. As vezes penso se ela não estaria bem melhor sem mim, se eu apenas não tivesse cruzado o caminho dela, sabe?

— Então, eu estaria incompleta e o mais triste disso seria que eu vaguearia por aí te procurando sem nem ao menos saber o que estaria buscando.

Kara havia entrado voando pela sacada do apartamento sem que Lena a tivesse ouvido.

— Kara?! – Lena se levantou.

— Não entende, Lena, sem você sou só uma sombra de mim mesma.

— Kara! Eu... o que faz aqui?

— Juro que só voei até aqui para ver se estava bem, eu não ia entrar, mas ouvi você dizer que... que... Lena, não entende, eu não quero viver sem você, mesmo que eu precise enfrentar um apocalipse por semana, eu te amo, Lena, não dá mais para arrancar isso de meus ossos, não dá.

— Kara! Oh Kara, eu também te amo.

As duas venceram a distância que ainda as separavam e se abraçaram e se beijaram sem se importarem com a presença de Alura que se afastou um pouco dando-lhes privacidade.

— Cof cof – Alura soltou uma pequena tosse para as interromper – Agora que o óbvio foi dito e não vamos dormir mesmo. Diga-me, Lena, o que Rao você fez para ativar as defesas trayton de Clark?

— Ah, eu, eu – ela respirou fundo e se afastou de Kara um pouco envergonhada – toda a sala enlouqueceu e tentou me matar depois que acessei um arquivo com as letras E L Y T U M, mas não tive tempo de ler sobre o que se tratava.

— Mas é claro! Como não pensei nisso antes?

— Sabe o que é, mãe?

— Sim, querida, é complicado, mas pode dar certo.

— Bom, o complicado é o nosso normal, mãe, então, tudo vai ficar bem.

— Do que se trata, Alura?

— Não, amanhã. – Kara impediu sua mãe de responder a Lena – Agora você precisa dormir um pouco, amor.

— Kara tem razão, Lena, você precisa dormir um pouco.

— Já vai amanhecer, eu descanso depois que isso estiver resolvido.

— Não, você vai dormir um pouco sim, vem eu vou te fazer uma massagem bem relaxante.

Kara disse já com os braços em volta da cintura de Lena e lhe beijando o pescoço.

— Kara! Sua mãe está aqui.

— Ah, não se preocupem comigo. Nem estou.

Alura desapareceu no corredor e alguns minutos depois Kara levou Lena para o quarto e essa finalmente pegou no sono depois da longa massagem que recebeu da namorada.

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora