Capítulo 133

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Quando Lena entrou em casa estava exausta física e mentalmente, mas estava longe de encontrar descanso porque logo após fechar a porta Mon-El se jogou no sofá.

— Luzes.

— Casa inteligente, por que não estou surpreso?

— Vou preparar o seu quarto, fique à vontade.

— Já estou.

— Que bom. – disse Lena com um longo suspiro.

— Lena?

— O quê? – ela se voltou já da metade das escadas que davam aos quartos.

— Você a ama? De verdade?

— O que eu sinto por ela ou não, não é da sua conta.

Se esperar que ele retrucasse, simplesmente se virou e subiu para o quarto; no meio do caminho até pensou em ligar para que Carmen viesse trabalhar naquele momento e não na manhã seguinte só para não ter que trocar a roupa de cama para o seu hóspede mais do que indesejado, porém, respirou fundo, deixaria a sua assistente doméstica dormir mais uma noite sem dar de frente com o tal. Levou menos de vinte minutos e o chamou para mostrar o lugar onde ele ficaria. Só pensava em um banho e em sua cama, mas o ex de Kara pretendia esticar ainda mais a conversa:

— É uma bonita pulseira, essa sua. Foi uma questão sobre astrofísica ou nanotecnologia?

— O que você quer, Mon-El, de verdade, o que quer? Por que está aqui?

Lena o encarava com fúria e raiva e cansaço e desprezo e ciúmes, tudo gritando dentro de si. Ele por sua vez lhe sustentou o olhar cruzando os braços apoiando um ombro na parede:

— Ter certeza de que dará conta do recado de ser quem você será – ele deu um meio sorriso antes de continuar – sabe, todos me disseram que era um erro eu voltar só para ver com meus próprios olhos, que talvez..., uma Luthor, uma Luthor – balançou a cabeça em negativa algumas vezes – Kara vê o bem nas pessoas, Lena, mais do que qualquer coisa; mas essa pulseira, aí, na sua mão é algo maior do que você entende e eu não estou disposto..., eu não posso permitir que você destrua tudo. Preciso ter certeza, e eu não vou embora até ter, e não se engane, se você for a ameaça que eu acho que é para o futuro dos kryptonianos e dos daxamitas, nada, ouça bem, nada vai me impedir de acabar com você, nem o emblema El em sua mão.

Sem dizer mais nada ele entrou no quarto que Lena lhe tinha indicado a deixando sozinha e sem saber o que pensar. Depois de longos minutos olhando o lugar onde Mon-El estivera escorado, Lena foi para seu quarto, realmente precisava de um bom banho e longo banho quente. Depois de tudo o que passou, depois do Lex, de sua mãe, de Zor-El, agora teria que lidar com o ex de sua namorada querendo lhe medir o caráter. Definitivamente, estava exausta. "Se eu não te amasse tanto, Kara Danvers... se eu não te amasse tanto..." foram os pensamentos que encontraram seu sono.

***

Quando Lena deixou seu quarto na manhã seguinte, encontrou Kara e Mon-El entre sorrisos e piadas, conversando animados em sua cozinha. Revirou os olhos e respirou fundo antes de permitir que notassem a sua presença:

— Bom dia.

— Bom dia, amor. – Kara foi em sua direção e deu-lhe um selinho rápido.

— Chegou cedo, impressionante.

— É que o Mon-El volta hoje à noite para casa e temos muito o que pôr em dia, por isso não queria perder nem um minuto.

— Volta hoje?

— Sim, Lena. Não posso ficar muito tempo.

— Que pena! E o que pretendem fazer hoje, Kara?

— Mon-El precisa de algo que está na Fortaleza da Solidão, vamos passar o dia lá.

— Então não vai trabalhar hoje? Não acha que já está a muito tempo longe da CatCo?

— Ora, Lena, achei que você era a dona, não? Acho que sua namorada pode tirar um dia de folga, não é?

— Claro que ela pode – Lena respondeu estreitando os olhos.

— Não é bem assim também, né Mon-El? Eu avisei a Andrea que não iria hoje, ela não viu problema.

— Que bom que está tudo resolvido. Bom, eu tenho que trabalhar. Estou há muitos dias longe da L-Corp. Você volta para almoçar comigo, Kara?

—Amor, é que...

— Tudo bem, eu entendo. Aproveite o seu dia com Mon-El. Nós vemos a noite.

Depois de tomar apenas uma xícara de café, Lena se despediu com um beijo casto em Kara e os deixou em sua cozinha, mas ainda deu uma olhada para trás e pode ver o pequeno carinho que o daxamita fez nas costas de Kara. "... e ela nem reclamou que tomei apenas uma xícara de café, inferno!" pensou antes de entrar no elevador seguida por Ramona.

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