Capítulo 28

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Lena tentou ficar o mais quieta possível enquanto se recriminava mentalmente "maldita mente superativa!" Os próximos trinta minutos se arrastaram entre as duas, os músculos dos braços de Lena doíam por causa da tensão de se manter imóvel quando Kara finalmente rompeu o silêncio:

— Lena?

— O quê?

— Pode se acalmar um pouco.

— Estou calma.

— Então por que ouço seu coração acelerado.

— Não está, não.

— Está sim. Já não disse que não foi sua culpa e que estou bem?

— Já, mas... ah... não importa, vou ficar aqui parada o resto da viagem, não vou mexer em mais nada.

— Tudo bem, faça como quiser.

Havia se passado mais meia hora quando foi a vez de Lena soltar um pequeno grito de dor, mas logo se conteve em um gemido baixo.

— Lena, o que houve?

— Nad... ai... — Ela não foi capaz de continuar pois uma pontada de dor percorreu seu corpo.

— Lena?

Kara não esperou por uma resposta, saiu de seu assento e aproximou-se de Lena virando sua cadeira enquanto se ajoelhava para ficarem na mesma altura.

— Lena, por favor, me diz o que está acontecendo!

— Eu... ai... acho que... que... é câimbra. Meu braço... ai.

— Deixe ver — Kara gentilmente passou as mãos pelos braços de Lena e percebeu uma rigidez que ia desde o cotovelo direito até o pescoço — Por Rao, Lena, isso está muito ruim.

Kara tentou fazer uma massagem, mas Lena gritou de dor quando sentiu o toque um pouco mais forte e instintivamente puxou o corpo para afastar-se do contato.

— Lena, preciso fazer uma massagem para aliviar o espasmo se não a dor não vai melhorar. — Kara puxou Lena para mais perto de si e tentou mais uma vez iniciar a massagem, mas Lena gritou mais uma vez e saiu de perto indo sentar-se na cadeira que Kara estava antes:

— Não, não dá, Kara está doendo demais, me deixa, por favor.

— Lena, você está sofrendo, me deixe ajudar, por favor.

— Eu... não sei... ai... está doendo muito.

— Confia em mim? — Kara prendeu seu olhar nos olhos de Lena que maneando a cabeça afirmou confiar nela — Então, vem aqui.

Suspirando, Lena voltou para seu lugar inicial, logo em seguida Kara segurou sua mão direita com delicadeza e segurando em seu cotovelo gentil e lentamente esticou o braço um pouco, mas não tentou fazer a massagem novamente, em vez disso disparou com os olhos raios de calor bem suaves que aqueceram os músculos endurecidos de Lena.

Depois de alguns segundos, Kara iniciou de novo uma massagem suave sem parar com os raios de calor vindos de seus olhos e aos poucos a dor de Lena foi desaparecendo. Quando Kara cessou com os raios de calor, elas estavam muito próximas uma da outra sem que se dessem conta disso porque Kara não havia parado com a massagem e Lena estava inebriada com o toque dela em sua pele.

A Luthor não se lembrava mais da câimbra ou da dor, sua mente só conseguia processar o quão perto os lábios de Kara estavam dos seus. Por outro lado, a Danvers só conseguia se perder dentro dos olhos verdes de Lena. De repente a mão direita de Kara parou próxima à nuca de Lena tocando-lhe os fios de cabelo enquanto a esquerda segurava-lhe o pulso.

O tempo parou quando Lena desgrudou os olhos dos lábios de Kara e ambas se encontraram no mesmo olhar. Presas uma na outra, sentiram um arrepio simultâneo percorrer lhes os corpos e um tremor sacudir seus corações. A nave se aproximava da Terra em tal ângulo que o sol nascia através da janela principal iluminando com seus raios os cabelos de Kara.

Lena suspirou diante daquela beleza inominável.

Ao sentir a respiração de Lena em seu rosto, Kara tomou-lhe o pescoço.

Ao sentir os dedos de Kara em seu cabelo, Lena entreabriu os lábios.

Kara esqueceu o mundo.

Lena esqueceu o juízo.

Beijaram-se!

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora