Capítulo 50

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Lena estava irritada e soltando fogo pelas ventas, já havia gritado com metade dos funcionários e despedido pelo menos uns quatro e ainda não eram nem dez horas da manhã. Apenas Clarice ainda se atrevia a entrar em sua sala e com certeza não era uma de suas funções preferidas no momento, mas não tinha muita escolha já que precisava informar que a próxima reunião começaria em alguns minutos. Por isso respirou fundo antes de bater na porta de sua chefe.

— Senhorita Luthor?

— Mas o que foi dessa vez? 

— A reunião com o jurídico para finalizar a compra da próxima filial asiática começará em dez minutos, eu só...

— Diga Clarice, para quê eu pago os melhores advogados? Será que não é para que resolvam as questões jurídicas sem que eu precise me abalar a cada transaçãozinha que fazemos? Agora saía e eles que resolvam isso sem mim.

— Mas, senhorita...

— Eu te pago para me questionar, Clarice? Não, então saí daqui e só apareça de novo na minha frente se eu te chamar. SAI!!

Sem dizer mais nada Clarice apenas saiu em silêncio da sala da Luthor que tão logo viu a porta suavemente se fechar passou as mãos pelo rosto e respirou fundo já arrependida das palavras que dissera a sua leal assistente. Estava subindo pelas paredes e a culpa disso era de Kara Danvers que desde a noite anterior não atendia suas ligações, nem mesmo Alex sabia de seu paradeiro o que só podia significar que ela havia se enfiado na Fortaleza da Solidão a deixando sozinha para lidar com a libido nas alturas e a raiva estourando pelos poros. 

Seu dia estava indo de mal a pior e quanto mais tentava se concentrar menos sucesso obtinha e já havia ofendido Clarice mais duas vezes, por isso resolveu, antes que fizesse ou falasse algo de que não pudesse se desculpar, encerrar o expediente mais cedo, assim avisou sua secretária que não voltaria mais depois do almoço e saiu. Dispensou Jaques e pilotando seu One-77 rasgou pelas ruas de National City, precisava extravasar a tensão e correr sempre a ajudou.

Já estava correndo pelas estradas adjacentes da cidade a uns sete minutos quando seu celular tocou, pensando ser Kara atendeu no viva-voz e se arrependeu no mesmo segundo quando ouviu a voz de seu irmão vinda do outro lado da linha:

“achei que o acordo era você desaparecer Lex.”

“nossa! O seu amor por mim é impressionante sis.”

“não tenho tempo para as suas gracinhas, Lex, até logo.”

“espera irmãzinha, preciso de um favor.”

“eu também Lex, que você desapareça.” 

Sem esperar mais Lena desligou o telefone e voltou a se concentrar na estrada. Percorreu mais alguns quilômetros quando seu telefone tocou novamente:

“o que você quer Lex?”

“e por que você estaria falando com ele, Lena Luthor?”

“Alex! Não, eu não estou falando com ele”

“mas achou que eu fosse ele, por quê?”

“Alex, estou dirigindo. Depois conversamos”

E desligou o celular mesmo correndo o risco de provocar a ira da agente Danvers o que definitivamente não seria muito bom para a sua saúde física ou mental. O silêncio não durou muito, pois logo o celular voltou a tocar, mas desta vez Lena simplesmente deixou que tocasse. A única pessoa com quem queria falar a estava ignorando então sentiu-se no direito de ignorar o resto do mundo. Dirigiu por mais algum tempo até que avistou um bloqueio na estrada a sua frente e diminuiu a velocidade.

Dois furgões estavam parados impedindo sua passagem e assim que parou o carro cerca de dez a doze homens altamente armados e encapuzados saíram e apontaram suas armas. Lena ainda tentou dar a ré, mas um deles disparou uma espécie de canhão de raios sobre seu veículo o fazendo desligar todos os sistemas e motor. Não tinha como escapar do que quer que fosse aquilo. Entretanto, quando Lex Luthor desceu de um dos furgões, soube que a situação era pior do que pensara a princípio. Ele caminhou até o carro e fez sinal para que saísse:

— Olá irmãzinha. Sabe que eu odeio que batam o telefone na minha cara, não sabe?

Ao Som do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora