77

220 13 5
                                    

Com o fim das provas, Gabrielle esperava pacientemente que seus professores atualizassem o sistema com as suas notas.

Deitada no enorme sofá, ela ouvia música em seus fones de ouvido para não atrapalhar Edgar, que corrigia alguns trabalhos e provas na mesa de jantar.

_ Você pode não cantar? - Ele pediu.

Gabrielle levantou a cabeça para encara-lo e riu sem graça. Ela estava de fones, mas cantava baixinho uma música qualquer.

_ Me desculpe - Disse retirando os fones.

_ Vem cá - Edgar a chamou.

Não é que ele só estivesse sendo chato, mas foi Gabrielle que pediu para que ele não ficasse trancado no escritório e ele concordou, desde que ela não fizesse nenhum barulho para lhe tirar a concentração.

Logo Gabrielle se aproximou e ele a puxou para o seu colo.

_ Eu estava pensando no futuro - Começou a dizer - você sabe que além de dar aulas, ainda faço alguns projetos particulares, não sabe?

_ Sim, eu sei.

_ Nunca pensei em abrir um escritório porque a minha meta sempre foi ensinar, ser professor. Mas agora que a minha mulher também será uma arquiteta, o que acha de sermos sócios em um escritório?

_ Você tá falando sério?

_ Estou. Bom, no início eu vou precisar ser o seu chefe. Assinar todos os projetos e supervisionar você, mas quando se formar, terá total autonomia para tocar o negócio. Isso se você quiser ganhar a vida com projetos. Não é fácil, mas estou te dando uma alternativa para que pense.

_ Eu quero. É claro que eu quero, mas...

_ O que?

_ Você acha que eu vou conseguir dar conta? quero dizer... Muitas pessoas trabalham e estudam, mas será que eu consigo?

Era inevitável se sentir privilegiada, visto que até mesmo Edgar precisou trabalhar muito para conseguir se sustentar e se formar. Gabrielle tinha tudo em suas mãos, correr o risco era no mínimo, desnecessário.

_ Quer esperar que se forme para fazermos isso?

_ Não é isso - Ela saiu de seu colo - Eu amei a ideia, mas ela me deixou ansiosa.

_ Você não precisa aceitar isso agora. Eu disse para que pense.

_ E como isso funcionaria?

_ Bom, primeiro precisamos de um espaço. Acho que consigo alugar algo bom aqui no bairro, pois seria interessante para você trabalhar perto de casa.

Gabrielle concordou.

_ Preciso fazer um bom planejamento, mas seria interessante que o escritório começasse a funcionar antes de você iniciar os seus estágios, assim não teria problema algum eu ser seu chefe.

Agora Gabrielle caiu na risada.

_ O que é engraçado? - Edgar não gostou.

_ É que, além de ser meu vizinho, depois meu professor e namorado, você agora quer seu o meu chefe - Ela continuava rindo.

_ Não quero ser o seu chefe. Quero ser o seu marido um dia, e me inspirando na história dos meus pais, acho que seria perfeito se começássemos um negócio juntos. Dona Marta não foi a melhor mãe, mas meu pai teve uma boa parceira enquanto viveu.

Gabrielle parou de rir. Não que tudo tivesse perdido a graça, mas era a segunda vez que Edgar falava em casamento e isso definitivamente era curioso visto que há alguns meses ele era contra namorar.

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora