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_ Mamãe, a senhora precisa contar toda a verdade pro Edgar.

_ Já chega, Marina! Eu já disse que não irei contar agora.

_ Ele não vai gostar nada em saber que você está escondendo isso há tanto tempo.

Marina estava apreensiva e nervosa.

Martha estava sentada em uma confortável poltrona na sacada de seu quarto e observava o lindo jardim.

_ Você já deu o primeiro passo. Já tentou a aproximação... Agora pode muito bem contar tudo pra ele.

Ela queria convencer a sua mãe.

_ Ele ainda não confia em mim. Não acredita em mim... Você o conhece bem, é provável que eu morra e ele nunca me perdoe.

_ Mamãe! Pare de falar assim.

Martha é uma mulher forte e decidida. Jamais teria voltado atrás nas questões com o Edgar se a vida não lhe tivesse dado aquela oportunidade de pensar em seus erros.

Ela estava doente.

Há dois meses havia descoberto um câncer e escondido de todos a sua volta.

Em uma noite, jantando com Marina, ela passara mal e sua filha descobriu tudo com o seu médico particular.

Martha fez Marina jurar que não contaria nada a ninguém e principalmente a seu irmão.

Apesar de muito abalada, triste e com medo de perder sua mãe, Marina concordou com a condição de que ela tentaria se aproximar do filho.

Marina passou a ajudar a mãe com seções de terapia para que ela se abrisse mais aos problemas de saúde e familiares e juntas viram a oportunidade dela se reaproximar do Edgar quando ele se mudou.

No fundo, Marina sentia-se mal por estar ajudando Edgar a engana-la com o falso namoro, mas por outro lado, enxergava nisso a oportunidade dele realmente se apaixonar - E estava desejando muito que Gabrielle também se apaixonasse por ele.

_ Se você contasse, talvez ele te perdoasse mais rápido.

_ Não quero mais ninguém sentindo pena de mim. Já me basta vocês.

_ Eu não estou com pena da senhora pela sua doença! Só quero vê-la bem e ao meu irmão também - Marina caminhava de um lado para o outro no quarto - Eu sei o quanto essa situação é ruim pra ele. Sei de tudo que ele aguentou e passou para chegar onde chegou e só tenho pena da senhora por não ter participado de nada da vida dele.

Ambas já haviam conversado diversas vezes sobre aquele assunto. Tanto nas seções, quanto em conversas de mãe e filha.

_ O Edgar merece saber o quanto antes tudo que está acontecendo com a senhora para que ele não se sinta novamente o filho excluído. O filho não amado.

Martha não teria procurado por Edagr se não estivesse doente.

_ Levará um tempo para que ele a perdoe e se faça presente, mas levará mais tempo ainda se você adiar tudo.

Ela parou em frente a mãe. Lhe cobrindo a visão do Jardim.

_ A senhora vai contar para ele amanhã mesmo, antes de irmos embora. E se não contar, conto eu.

_ Você não tem esse direito.

_ Tenho sim! Ele é o meu irmão e você nossa mãe doente!

Marina estava mesmo decidida e logo saiu do quarto deixando sua mãe sozinha.

Mesmo que desejasse muito que os dois fizessem as pazes, ela sabia que não podia interferir diretamente na relação deles.

Por outro lado, se Edgar soubesse da doença de sua mãe, talvez sentisse a necessidade de perdoá-la antes que o pior acontecesse, mesmo ela torcendo pela recuperação da mãe. - Acontece que Marina já estava cansada de viver sempre no meio dos dois. Nunca ao lado deles.


***


_ Você acha que gostaram de mim?

Gabrielle estava sentada no colo de Edgar, enquanto ele tomava uma taça de vinho.

_ Apesar dos comentários sobre você namorar alguém como eu... 

Edgar deu de ombros.

_ Eu não me importo. Já disse.

_ Mas deveria. E se fosse verdade? E se nós dois estivessemos namorando... você não estaria nem um pouco incomodado com isso?

_ Talvez. Não sei. 

Gabrielle bufou. Ela queria que Edgar se importasse.

_ Eu estou tão satisfeito em ter você aqui comigo. Pra mim. Um final de semana inteiro - Ele beijou o pescoço dela - Não estou mesmo preocupado em agradar mais ninguém além de você.

_ Você faz tudo parecer tão simples.

_ E não é?

Edgar a beijou na boca. 

Um beijo calmo e lento.

A boca dele encaixavasse perfeitamente a dela.

As mãos de Gabrielle passeavam por todo o peito e barriga de Edgar. Sentindo sua respiração e lhe deixando excitado.

O celular de Gabrielle tocou.

Edgar sorriu, odiando aquele toque.

_ Você poderia ao menos deixá-lo no silêncioso.

Ela o ignorou. Era uma liagação de casa.

_ Oi, mãe. Tá tudo bem? - Pensou em sua avó.

_ Está filha. Só liguei porque você não entrou em contato com ningúem desde ontem. Ficamos preocupados.

Gabrielle havia esquecido de comunicar ao seus pais que estava bem.

_ Ah, é... sinto muito. Foram tantas coisas que acabei esquecendo - Edgar apertou sua bunda.

_ Tudo bem. Aproveite o congresso, não quero te atrapalhar.

_ Mais tarde eu te ligo - prometeu.

_ Ok. Te amo.

Logo ela desligou o celular e Edgar a puxou para mais um beijo.

_ Estamos em um congresso, né? - Ela afirmou com a cabeça sorrindo - E eu sou o seu professor... 

Ele a levantou nos braços.

_ Então deixa eu te ensinar uma coisinha antes de nos arrumarmos pra festa...

Aos beijos e risadas, eles foram parar na cama mais uma vez aquele dia.

Ambos já haviam perdido as contas de quantas vezes já haviam feito sexo.


O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora