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Os dias estavam passando de forma suave enquanto Edgar e Gabrielle não precisavam se preocupar com Marta e Marina indo morar na mesma cidade e bairro que eles.

A cara feia de Suzana não desmanchava, mas Helena e Roberto pediam para que a garota não abusasse da sorte e, portanto, Gabrielle só via Edgar quando seus pais não estavam em casa. – Roberto havia sido bastante compreensivo como um pai, mas também havia deixado claro que não aprovava aquele comportamento. Ele esperava mais de Gabrielle e queria que o homem que mora ao lado assumisse um compromisso com ela.

Então, tudo parecia estar absolutamente sob controle...

_ Você só pode estar de brincadeira, né?! Por que você não vai? – Julia estava eufórica na cantina da universidade.

_ Porque tenho coisas melhores para fazer – Gabrielle não estava nenhum pouco empolgada em discutir.

_ É só uma festa, Gabi! Você se comporta como uma velha amargurada. Que saco! Não sei porque inventei de querer ser sua amiga.

Gabrielle sabia que ela estava brincando. Não conhecia Julia há muito tempo, mas já havia aprendido a entender o seu jeito estranho de demonstrar interesse.

_ Você é quem não deveria ir! Está grávida, esqueceu?

Julia revirou os olhos.

_ Não há nada demais em ir nessa festa. Eu não vou beber, só vou olhar os outros beberem, dançarem e se beijarem – Ela fez uma careta.

_ Então realmente não vejo motivos para você ir!_

_ E você? Você não está grávida. Pode ir, sua trouxa!

Haveria uma festa dada por alguns alunos do curso de arquitetura e todo mundo envolvido na universidade estava convidado. Alunos e professores, sem exceção. Nada tinha a ver com a instituição e, portanto, seria uma festa com tudo liberado.

_ Você é realmente muito chata... Olha lá... o seu vizinho vindo – Ela apontou para Edgar que chegava na cantina.

Gabrielle fingiu desinteresse e apenas deu de ombros. Ainda não havia conseguido contar para Julia o que estava vivendo com aquele homem.

Edgar passou direto e fingiu não ter visto sua garota sentada em uma mesa ao lado. Ele estava apressado para tomar seu café e para voltar a sua aula da tarde.

_ Você bem que poderia ir e chamar ele...

_ Tá maluca? Com que cara eu ia chamar o professor para ir em uma festa?

_ Com essa sua cara de tonta, fica difícil mesmo. – Ela provocou.

_ Acho que depois que você trancou o curso, está vivendo mais aqui do que quando estudava. Porque não vai procurar o que fazer em casa?

Julia fez outra careta. Ela havia trancado o curso pensando em não se estressar durante a gravidez, mas agora se sentia completamente perdida sem pessoas ao seu redor. Ela ainda não havia cintado para sua família, mesmo com Gabrielle lhe incentivando a fazer.

As duas logo se despediram e Gabrielle seguiu até a biblioteca para fazer alguns trabalhos. A noite caiu e ela voltou até a cantina para jantar.

Lá estava ele, sentado em uma mesa e sozinho.

Era estranho ter tanta intimidade com aquele homem na cama, mas fingir que não o conhece em ambientes como aquele.

Gabrielle comprou seu jantar e sentou-se ao lado oposto, onde podia observa-lo sem levantar suspeita. Os olhos dos dois se encontraram e Edgar ensaiou um pequeno sorriso nos lábios, quando sua vontade era lhe chamar a garota para perto.

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora