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_ Onde é que você estava com a cabeça, para criar uma coisa dessas, Gabrielle? – Suzana não deixou a filha ir para o quarto antes de começar as reclamações.

Até então, a garota não sabia que sua mãe já estava ciente de toda a história, embora tivesse entendido, quando viu sua mãe e avó na casa de Edgar. – Mas ela ainda estava sonolenta para raciocinar direito e por isso não se deu conta de que elas estavam ali para busca-la.

_ Não brigue com ela por isso, Suzana. – Helena defenderia a neta, pois sabia de tudo desde o início.

_ Como não vou brigar? Ela está sendo irresponsável e imatura. E se esse homem tivesse feito algo de ruim a ela? E se ela nem tivesse voltado para casa depois dessa viagem que nós achávamos que ela estava em um congresso da faculdade?

_ Ai, mãe, não exagera. – Gabrielle se jogou no sofá, exausta.

_ Não estou exagerando e na verdade eu só não discuti com você ontem porque estávamos no hospital e eu ainda estava entendendo tudo, mas eu estou muito decepcionada com vocês.

_ Você está exagerando sim. Foi só um capricho – Helena continuava defendendo sua opinião. – E nós temos que apoiar a Gabrielle em suas decisões Não criticá-la por tentar algo novo.

_ Quer que eu apoie minha filha transando com o vizinho? Transando com o professor dela? Helena, faça-me o favor...

Suzana estava começando a ficar histérica como ainda não havia ficado desde que Gabrielle contou de seu envolvimento com Edgar.

_ E o que você queria? Que ela continuasse chorando no quarto pelo ex namorado?

_ Quer dizer que prefere que ela vire uma qualquer e que tudo bem deixar ele se aproveitar dela?

_ Ela não vai virar uma qualquer por estar saindo com ele. Não seja louca, Suzana.

Enquanto as duas discutiam, Gabrielle sentia o aperto no coração a esmagar.

Ela sabia que sua mãe diria aquelas coisas, porque ela mesma havia pensado aquelas coisas. – Mas agora havia se entregado totalmente ao que Edgar havia oferecido.

_ Esse cara deve se aproveitar de todas as alunas que tem e a Gabrielle caiu como um patinho na rede dele.

_ Você está sendo ridícula!

_ Ridícula foi essa história que inventaram! Essa palhaçada toda de namoro falso para agradar a família dele... Conversa... A Gabrielle dormindo na casa dele... Eu nem posso imaginar o que ela apronta quando não estou em casa e a senhora acoberta tudo – Ela apontou o dedo para sua sogra.

_ Eu não acoberto nada. Sou apenas amiga da minha neta.

_ E eu não? Eu realmente gostaria de não ter sido a última a saber de tudo... E ele ainda tem a coragem de me dizer que gosta dela. – Suzana ria – Nunca pensei que você fosse tão bobinha.

_ Agora é a hora de tentar ajuda-la, não julgá-la.

Chateada, Gabrielle se levantou e foi para o seu quarto. Batendo a porta e jogando-se na cama, para chorar durante todo o resto da noite.

_ O que você está fazendo, não é justo com a sua filha. – Helena já estava cheia com aquela conversa - Ela é uma boa menina e não deve ser julgada dessa forma por ter feito algo tão comum... Ela é jovem e merece aprender com os próprios erros. Sozinha. Ela não precisa que eu ou você lhe diga o que é certo ou errado. Ela é livre. Ele também... Você só deveria se preocupar em ele ser uma boa pessoa. Não em a Gabrielle se tornar uma qualquer.

Helena foi embora e Suzana permaneceu odiando toda aquela história.

A sexta-feira acabou como o soco no estômago de todos os envolvidos naquela história. 

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora