O Amor Mora Ao Lado

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Gabrielle Gotschalg

Depois de uma semana difícil após o fim de seu relacionamento, Gabrielle estava dando graças a Deus por ser sexta-feira à noite, já que assim passaria o final de semana na fossa sem precisar ver seus colegas da faculdade.

19 anos, Gabrielle é uma garota decidida e cheia de sonhos. Faz faculdade de arquitetura e se vê nessa profissão desde criança. Não tem muitos amigos, não sai muito pra festas e prefere vinho à cerveja. Loira, olhos azuis fascinantes e um charme que nem ela sabe evitar.

Depois de quase 3 anos de namoro, seu mundo foi abalado ao descobrir a traição de Lucas, seu namorado.

"Ele não te merece" " Homem é tudo igual" "Você é linda. Ele é louco de te trair".

Essas eram algumas das frases que Gabrielle havia escutado durante toda a semana. E a verdade, é que ela não entendia como Lucas pudera ser capaz de traí-la, já que se julgava uma boa namorada. Em todos os sentidos.

Tentava se conformar com o pensamento de que o problema estava nele. E não nela.

Não haviam possibilidades de reatarem. Gabrielle não era de se entregar muito. Tanto é que ele fora o seu primeiro e único namorado. Começaram no ensino médio e agora estavam na faculdade. Lucas cursa direito. Ele a traiu com uma colega.

Pois que fique com ela agora.

Edgar Belucce

Arquiteto e professor universitário, o atraente Edgar acabara de se mudar para a cidade onde daria aulas em tempo integral na faculdade e assim recomeçaria sua vida em um lugar novo.

Solteiro, aos 28 anos ele tem conquistado bastante espaço em sua área e é um nome muito citado como referência de profissional.
Já viajou para diversos países e coleciona muitos prêmios, sendo bastante focado em sua carreira.

Ele pode se dizer feliz, mas sabe que falta algo para lhe completar.

Alguém, talvez. Mas não que sua felicidade dependesse disso. É que depois de alcançar tantas coisas, ter alguém para compartilhar isso não seria tão dispensável. E apesar de não estar procurando por ninguém, fazia muito tempo que não tinha algo especial e ele sentia falta.

Susto no estacionamento.

Distraída, Gabrielle saiu do carro deixando a alça de sua mochila presa entre a porta. E por algum motivo, a mesma não abria.

Era demais pra ela!

_Que saco! - gritou consigo mesma levando as mãos até a cabeça.

Que bom que estava sozinha no estacionamento. Assim ninguém veria seu chilique.

Que má sorte estar sozinha no estacionamento. Assim ninguém a ajudaria.

Não bastasse a semana que teve, ela ainda tinha que se estressar com aquilo.

Tentou puxar a alça, mas ela estava emperrando. Abriu a mochila e tirou uma tesoura para cortá-la e assim acabar logo com aquilo.

_Não faça isso!

Uma voz estranha soou atrás dela. Imediatamente sentiu seu corpo arrepiar e não soube imaginar o que poderia acontecer. Que susto. Um assalto, talvez? Mas não haviam essas coisas em seu prédio.

_Está emperrada?

Edgar parou ao lado da garota e analisou o que estava acontecendo. Ela se manteve completamente muda.

_Desculpe, eu te assustei?! - ele perguntou a encarando.

Gabrielle fez sinal de positivo com a cabeça e deu levemente um passo pra trás. Não em protesto e nem querendo mostrar intimidação. Foi automático.

_Deixe-me tentar.

O estranho homem pra garota tirou a chave de suas mãos e com um jeitinho que Gabrielle sabia que teria conseguido se estivesse calma, ele abriu a porta do carro e desprendeu a mochila.

_Pronto! - ele disse sorrindo.

Gabrielle guardou a tesoura, colocou a mochila nas costas e forçou um sorriso com o canto dos lábios. Estava agradecida, porém não muito bem para ser simpática ao ato daquele estranho.

_Sou Edgar! - ele estendeu a mão para ela - Sou novo no prédio.

Ela encarou a mão do homem estendida por alguns segundos e então o cumprimentou.

_Gabrielle... e obrigada.

_Foi um prazer, Gabrielle!

Ela continuou parada enquanto Edgar entrava em seu carro, que estava ao lado do dela e dava partida para sair do estacionamento.

Aliviada pelo susto não ter passado disso, um susto, Gabrielle observou o homem ir embora e notou o quão bonito ele era. Não deveria passar dos 30. Com certeza era casado. Mas ela não reparou na aliança.

Não estava de fato interessada nisso, mas teve apenas um pensamento curioso.

Naquela noite, após um bom banho, ela deitou em sua cama e não chorou antes de dormir pela primeira vez desde o término do namoro. Sentia que aquilo deveria passar rápido. Ou prejudicaria seus estudos.

Edgar, ao sair do prédio, seguiu até a cidade vizinha onde morava, para preparar o resto da mudança para o dia seguinte.