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Ainda sem acreditar no que havia vivido durante a madrugada, Edgar deixou Gabrielle dormindo em sua cama e seguiu até o banheiro para fazer suas higienes matinais.

_ Alô?! - disse baixinho quando atendeu o telefone?

_ Que foi? Tá sussurrando porquê?

Marina era observadora tanto quanto era curiosa.

_ Não estou sussurrando. Acabei de acordar.

De novo, Edgar sentia que não era o momento para contar a ela sobre Gabrielle.

Não queria fazer daquilo um momento tão único quanto estava sentindo que havia sido.

_ O que você quer? - perguntou rapidamente enquanto seguia até a cozinha.

_ Hoje é domingo. Podemos ir almoçar na sua casa, a Nina e eu?!

_ Que horas são?

_ 10 horas. Chegaremos aí às 12, no máximo.

Ele não podia negar aquele pedido, mas sentiu ansiedade por ter que tirar Gabrielle da situação confortável em que estava.

_ Tá. Podem vir.

_ Ok. Faz macarrão com queijo pra gente.

Marina desligou o telefone e Edgar se jogou no sofá, sem nenhum entusiamo.

_ Acho que vou indo.

Gabrielle ao seu lado, sorria sem jeito e pegava sua bolsa para ir embora.

_ Não pensei que você fosse acordar agora.

Ele se levantou rapidamente.

_ Faz tempo que você acordou? - disse sem observa-lo

_ Não. Agora... Você... dormiu bem?

Um sorriso tímido e um olhar sincero surgiram em Gabrielle.

_ Sim. Muito bem, obrigada. E você?

_ Ótimo. Como nunca, em muito tempo.

Ambos sabiam que não deveriam dar àquilo motivos para se tornarem especial um para o outro. Era só sexo.

_ Que bom.

Gabrielle seguiu até a porta e Edgar a acompanhou.

_ Então, nos vemos amanhã de manhã? - ele referia-se as aulas extras que estava dando a ela.

_ Não sei. Tenho coisas para resolver com a minha avó. Acho que só nos veremos à noite, na aula.

_ Tá bom.

Rapidamente, Edgar a beijou na boca e sorriu de forma cínica, pelo julgamento dela.

_ Quando sair por essa porta, será apenas minha vizinha e aluna outra vez, certo?

_ Certo! - ela disse séria, lhe dando outro beijo na boca.

Dessa vez demorado.

_ Pode abrir a porta e checar se não há ninguém no corredor.

_ Claro - ele abriu - Não há ninguém!

Gabrielle saiu e parou no corredor.

_ Obrigada. - disse tímida.

_ Pelo quê?

_ Por ter aparecido em minha vida.

Edgar não espereva por aquele agradecimento, mas sentia-se agradecido pelo mesmo.

_ Precisamos agradecer à vida, por ter nos apresentado.

Ele sorriu e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

_ Não vai ter problemas em casa por estar chegando da balada agora?

Ela deu de ombros.

_ Provavelmente não tem ninguém em casa.

Pegou suas chaves e entrou, deixando Edgar para trás.

Satisfeita, Gabrielle não podia separar nenhum arrependimento por ter vivido tudo aquilo da felicidade que estava sentindo.

Sentia que tudo havia acontecido no momento certo e que nada podia lhe tirar o direito de sair e conhecer quem quisesse.

Lucas havia sido tão importante para ela, que por dias imaginou uma vida triste e solitária, mas, graças a Edgar, podia enxergar a luz que tanto anseiava.

No fundo, sabia que Edgar havia sido a peça chave e fundamental para toda essa libertação acontecer, e por isso agora, precisava ter cuidado e manter-se atenta a toda sua aproximação com ele.

Não queria sentir nada além de prazer.

Não queria sentir nada além de tesão e satisfação por transar com alguém tão bom de cama.

Sem nenhuma dúvida, ela queria repetir a dose e por isso tinha em mente que precisava ser e agir como Edgar.

Sexo sem compromisso. Sexo sem compromisso - repetiu para si mesma.

Estava feliz e precisava daquilo para deixar Lucas definitivamente em seu lugar. No passado.

No entanto, sabia que não precisava de outro homem para fazer isso, pelo contrário. Tudo partia inteiramente dela e era assim que deveria ser.

Entendia que seus medos e frustações tenham deixado Edgar com o pé atrás, em se envolver com ela depois de tudo, mas agora, que de fato passaram à noite juntos, ela sabia que deveria partir dela a maturidade de não misturar as coisas e não forçar ele se interessar por ela de forma diferente da que estava planejada desde o início.

No entanto, assim como ela foi capaz de se libertar de seus anseios, desejava que Edgar um dia pudesse fazer o mesmo e que assim se entregar ao amor de uma mulher.

E claro, não seria ela.

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora