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Mesmo com toda a tensão e clima estranho, era inevitável pensar na possibilidade de estarem sentido algo diferente.

Gabrielle sabia muito bem quem Edgar era e não estava nenhum pouco inocente nesta história. Ela também o desejava e era por isso que estava ali. Seu último relacionamento havia a marcado profundamente e com toda certeza sabia que o lance entre ela e Edgar poderia se torna complicado, se as coisas continuassem como estava.

Edgar, por outro lado, sentia a cabeça ferver com todos os acontecimentos que estavam agitando sua vida e Gabrielle fazia parte de todos eles. Quase não podia evitar de pensar nela, pois ela estava em tudo o que o rodeava ultimamente. Seja na faculdade, em casa ou agora ali, com sua família.

_ Você não vai nem ao menos se despedir? – Gabrielle perguntou enquanto ele se aproximava da recepção.

Edgar a ignorou.

_ Pois eu vou me despedir da sua mãe!

Deixando Edgar para trás, ela seguiu até a área verde do hotel, para procurar sua falsa sogra.

Com o pensamento rápido, Edgar não queria que Gabrielle desse de cara com Artur, por isso foi atrás dela.

_ É uma pena que você não vá aproveitar o domingo, querida. – Elas se abraçavam.

_ Tudo bem, já estou satisfeita por tê-los conhecido.

Marta estava acompanhada de Marina, sua cunhada e esposo dela.

_ Foi um prazer conhece-la, Gabrielle – A tia de Edgar também a abraçou. -  E me desculpe pelo filho - Disse apenas para ela ouvir.

_ Filho... será que eu posso visita-lo na semana que vem?

Marta queria mesmo se aproximar de Edgar.

_ Em breve estarei ocupada com um tratamento de saúde que farei e talvez não tenha muito tempo.

_ Qual tratamento? – Silvana perguntou a sua cunhada. Pois ela ainda não sabia sobre a doença.

_ Nada demais, depois te conto. – Ela respondeu e voltou-se ao filho. – E então, o que me diz?

Negar aquele pedido faria de Edgar um péssimo homem.

_ Tá. – Foi o que ele disse.

Se despediram e logo o casal foi para o estacionamento.

Eles não estavam se falando desde a discussão com Marina. Apenas poucas palavras estavam sendo ditas e muito mal respondidas.

Gabrielle colocou os óculos escuros, assim como Edgar já havia feito. Talvez a intenção deles fosse esconder os olhares que estavam dando um ao outro.

A viagem seguiu tranquila durante todo o caminho, mas quando já chegavam na cidade, ele quebrou o gelo.

_ Você quer almoçar em algum lugar?

_ Não. Quero ir para casa.

Ela não queria bancar a coleguinha, agora que Edgar estava tão certo de que eles não tinham nada além de sexo.

_ Você pode me deixar alguns quarteirões antes do nosso prédio.

_ Porque?

_ Porque não quero correr o risco de ser vista com você.

Edgar sabia que ela tinha razão e por isso estacionou o carro em uma pequena praça. Logo Gabrielle entrou em um táxi e foi embora. Chegando em casa antes de Edgar.

E ela estava exausta. Não pelo caminho de volta, mas por todo o encargo emocional que precisou viver.

Chegou em casa antes do previsto para o que havia dito aos seus pais e inventou uma desculpa qualquer, que recebeu um olhar curioso de sua avó.

_ E então, como foi lá?

Helena entrou no quarto da neta, fechando a porta atrás de si.

Gabrielle estava jogada na cama, após um banho relaxante.

_ Foi legal.

_ E para onde vocês foram? – Helena estava curiosa.

_ Vovó, eu estava em um congresso.

_ E você pensa que me engana?

_ Por que eu mentiria? Para onde acha que eu fui?

_ Não sei. Mas sei que o seu professor está metido no meio.

_ E como pode saber?

_ Porque eu não o vi chegar ou sair de casa o final de semana inteiro.

_ E a senhora ficou no corredor o final de semana inteiro?

_ O carro dele também não estava no estacionamento.

_ Ah, que bom que a senhora está bem de saúde o suficiente para bisbilhotar a vida dos outros.

Helena não estava ligando. Ela queria saber de tudo.

_ Vai me contar ou eu vou ter que perguntar a ele?

Gabrielle bufou.

_ Tá. Eu estava com o Edgar. Nós fomos em uma festa de noivado de um primo dele.

_ Porque? – Helena estranhou o caso.

_ Porque a mãe dele acha que somos namorados e agora a família toda dele também acha.

A avó de Gabrielle não negava a cara de surpreendida. Então, Gabrielle se sentiu obrigada a contar como tudo havia acontecido. Sem dar ênfase ao sexo.

_ Mas vocês aproveitaram, né?

_ Vovó!

_ O que? Qual o problema de me contar que está fazendo sexo com o seu vizinho e professor? – Ela ria.

_ A senhora está muito moderninha.

Enquanto discutiam os comportamentos de ambas, Gabrielle recebeu uma mensagem em seu celular.

_ Eu não poderia ter levado outra mulher para viver essa loucura comigo. Obrigado por me aturar. E me desculpa. 

Edgar estava agradecendo a viagem por uma mensagem, ao invés de tê-la agradecido pessoalmente. Por isso, Gabrielle guardou o celular zangada e o ignorou.

Ela não serei feita de boba dessa forma. Ela precisava se impor quanto ao Edgar e se fosse preciso, deixaria de deseja-lo de uma vez por todas, assim como havia feito com seu ex namorado. 

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora