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A segunda-feira chegou como um balde de água fria nas costas de Edgar.

Nunca, em todos esses anos dedicando-se ao trabalho ele havia odiado uma segunda-feira tanto quanto ele odiava esta.

Deitado em sua cama, seus primeiros pensamentos voaram até as mulheres que estavam marcando sua vida.

Gabrielle, Marta, Marina...

Gabrielle estava em primeiro lugar, apesar do medo imensurável que Edgar estava sentindo pela doença de sua mãe.

Ele checou seu celular e Gabrielle havia lhe respondido a mensagem que ele mandara apenas durante a madrugada. – Com um emoji sorridente e um piscar de olhos.

Ela com certeza estava chateada com ele. E apesar de Edgar não querer assumir, ele sabia do que se tratava. Pois, ele também estava sentindo aquilo.

Levantou. Tomou banho e foi até a padaria, comprar algo para tomar café. Sua dispensa estava vazia.

_ Bom dia! – Helena sorria enquanto chamava o elevador.

_ Bom dia, Dona Helena. Como está?

_ Muito bem, querido. E vocês?

Helena fez a pergunta no plural, mas Edgar estava sozinho. – Isso fez ele franzir o cenho.

_ E você? – Ela corrigiu, achando graça. Pois na verdade, ela estava querendo referir-se a ele e sua neta.

_ Estou bem. – Talvez Edgar tenha entendido o que ela queria dizer.

Os dois desceram no elevador em silêncio, até que Helena percebeu que Edgar faria o mesmo trajeto que ela.

_ E como vai a minha neta?

Edgar sorriu. Dona Helena era inacreditável.

_ Quero dizer, na faculdade... Ela melhorou as notas?

_ Sim. Tem melhorado bastante.

_ E você gosta dela?

Em que sentido ela estaria perguntando?

_ Gosto... – Ele respondeu com o pé atrás. Mesmo sabendo que de alguma forma ele gostava.

_ Há quanto tempo você mora aqui mesmo?

_ Um mês. – Edgar respondia às perguntas dela com educação, apesar de parecer que ela o estava interrogando.

_ E está gostando do lugar?

_ Muito. As minhas vizinhas são as melhores.

Helena sorriu com o elogio.

Chegaram até a padaria e fizeram os seus pedidos.

_ A Gabrielle gosta muito de você, Edgar.

_ Gosta?

_ Gosta.

Helena pegou suas sacolas que Edgar havia carregado e em seguida abriu sua porta.

_ Por favor, não a faça sofrer.

Edgar não sabia se estava ou não a fazendo sofrer, mas essa não era e nunca seria a intenção.

_ Você não quer tomar café comigo?

Edgar olhou a hora em seu relógio e controlou o tempo livre.

_ Acho que vou aceitar.

Os dois entraram no apartamento de Helena e Edgar sentou-se à mesa como ela mandou. O servindo com pães de queijo, bolo e café.

_ Eu amo a minha neta e não quero vê-la sofrer outra vez.

Edgar prestava atenção ao que ela dizia, pois sabia que aquele convite havia sido feito exatamente para ela falar sobre Gabrielle.

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora