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_ Seu professor acabou de chegar.

A avó de Gabrielle disse enquanto se sentava próximo a neta no sofá.

_ E daí? - ela disse sem demonstrar muito interesse.

_ Ele foi bastante simpático, como de costume.

_ Legal - Gabrielle continuava a assistir.

_ Você não vai me contar nada?

_ Não tem nada para contar - mentiu.

_ Então você anda beijando todo mundo por aí?

_ É. Algum problema?

Ela estava sem paciência para ouvir sua avó.

_ Não. Problema nenhum.

Era domingo antes do almoço e Gabrielle estava sem nenhuna disposição para socializar.

_ Sobre o que estão cochichando?

_ Nada. Vou ao banheiro.

Apesar de ser muito apegada a sua avó, não queria sentir-se pressionada pela imaginação dela.

_ O que há com ela? - Suzana perguntou a sua sogra.

_ Vai saber. Esses jovens de hoje - Helena respondeu rindo.

_ Ontem eu a vi chegar da balada e ela estava com uma cara horrível. Fui falar com ela e ela acabou chorando.

_ Foi? Ultimamente ela tem saído mais, percebeu?

_ Sim. Mas ontem ela disse que encontrou com o Lucas... deve ser por isso esse mal humor todo.

_ É. Pode ser.

Enquanto conversavam sobre Gabrielle, alguém tocou a campainha e Helena foi atender a porta.

_ Quem será? - comentou sozinha.

_ Oi!

Nos lábios dela, um sorriso contido demonstrou a surpresa por ele estar ali.

_ Olá, Senhor Edgar!

O homem parado a porta parecia não entender muito bem o motivo daquele sorriso misterioso, mas o retribuiu com educação.

_ Dona Helena - A cumprimentou outra vez.

Imediatamente Suzana parou de colocar os pratos na mesa e prestou atenção no que aconteceia.

Já havia visto o novo vizinho algumas vezes e sabia que ele era professor de sua filha, mas não sabia o que ele fazia parado em sua porta, em pleno domingo.

_ Me desculpem atrapalhar, é que eu acabei de chegar em casa e lembrei que o pai da Gabrielle tem um restaurante aqui próximo e queria saber se eles fazem entrega.

_ Ah, sim... - Suzana procurou um cartão sobre o balcão da cozinha para entrega-lo a Edgar - A Gabi já deveria ter lhe dado o cartão de lá.

_ Na verdade, acho que ela me deu, mas não sei onde está.

Sem notar o homem parado em sua porta, Gabrielle voltou até o sofá.

_ Gabrielle! - Helena chamou firme por sua neta.

_ Edgar?! O que está fazendo aqui? - Ela não pode evitar a inquietação por vê-lo parado a sua frente.

_ Filha! Isso é jeito de falar?!

Gabrielle continuava com a sobrancelha levantada para ele.

_ Edgar veio pedir o número do restaurante do seu pai - Helena disse o encarando, como se quisessse dizer a ele que sabia de tudo.

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora