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O dia amanheceu chuvoso.

Edgar suspirou após as poucas horas de sono que tivera aquela noite, já que havia passado a madrugada em claro, corrigindo os testes de seus alunos e pensando em Gabrielle.

Nunca uma mulher o havia deixado sem chão como ela foi capaz.

Depois que Gabrielle saiu da casa de sua avó, Edgar sentiu um forte nó na garganta por ter feito todas aquelas coisas até o momento.

Desde a insistência para ficar com ela, mesmo sabendo de sua fragilidade com o ex namorado até a mentira como desculpa para ficar ainda mais com ela

Quando ele começou a ser capaz de tudo para transar com uma mulher? Ele não fazia ideia de como aquilo havia acontecido e estava surpreso consigo mesmo por ter se importado tanto ao ponto de mentir para sua família.

Ele analisava os fatos.

Gabrielle era uma garota linda e cheia de expectativas para a vida. Ficar com ela seria como recuperar o tempo perdido com outras mulheres. Ela havia se mostrado uma pessoa incrível e Edgar sentia a necessidade de cuidar dela, para que ela não sofresse por mais nenhum homem, mesmo ele sabendo que provavelmente deveria estar fazendo aquilo agora.

Por diversas vezes, ele se pegou imaginando os motivos que fizeram Gabrielle terminar tudo e bem na frente de sua avó. Será que ela estava começando a se apaixonar por ele? Se for verdade, ele sentiu-se feliz por ela ter sido capaz de deixa-lo, ao invés de tentar algo sério, porque ele não sentia que queria isso com ela, apesar de todo o carinho que estava sentindo.

Pela primeira vez em toda sua vida ele havia ficado com uma aluna. Ele havia passado por cima dos seus princípios para ter um pouco de prazer. Ele havia se importado com ela e havia mentido com a desculpa de ficar ainda mais com ela, essa era a verdade.

No entanto, agora estava ali, sentindo-se um lixo de homem e péssimo profissional pela primeira vez.

Ainda em seus pensamentos, Edgar foi atrapalhado pelo toque de seu celular e um número desconhecido.

_ Alô?

_ Oi, filho, sou eu.

Edgar também estava a todo momento lembrando de sua mãe, mas não queria fazer da sua doença o único motivo para perdoá-la por tudo, pois era difícil demais para ele. Por isso, contaria com o tempo para ao menos voltar a encará-la sem sentir dor. E torcia muito para que ela pudesse se recuperar.

_ Ah, oi, mãe.

_ Você está bem? Parece cansado.

_ Estou. Acabei de acordar – eram quase 7 horas da manhã e sua mãe já estava ligando – O que a senhora quer? Aconteceu algo?

_ Nada demais, passei um pouco mal esta madrugada e estou de observação aqui no hospital.

_ É sério? Está precisando de mim?

_ Não, filho, é que estou com a Marina aqui me encarando feio para que eu mesma te avisasse que estou internada. Mas não tem porque, já que não é nada demais, mas você sabe como ela é. Eu não quero preocupa-lo e nem fazer chantagem emocional...

_ Mamãe, eu não acho que esteja fazendo isso. A senhora é a última pessoa que eu conheço que forçaria isso em mim. Não se preocupe, não vou achar que está me manipulado para... se aproximar.

_ Obrigada, filho.

_ Então pode me ligar, tá bem? Prometo que atenderei sempre.

Neste momento, Edgar pensou em Gabrielle e em como ela ficaria feliz por ele estar fazendo aquilo.

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora