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Edgar On.

Chego em casa por volta das onze e meia da noite, após um dia cheio de reviravoltas.

Meu corpo está cansado e a mente cheia de anseios, mas a única coisa que consigo desejar agora, é Gabrielle em meus braços – Ela foi para casa, como combinamos.

Tive que explicar de forma rápida e sem rodeios aos meus alunos o que estava acontecendo, para que ninguém me faltasse com respeito ou a ela – Quando lembro de seu rosto vermelho e olhar tímido enquanto seus colegas de classe riam, assoviavam e diziam coisas, mesmo quando eu pedia silêncio, também sinto vontade de sorrir.

Gabrielle está chateada porque ando sorrindo pelos cantos. Ela acha que estou me divertindo com a situação, e a verdade? Acho que estou sim.

Há alguns meses, se me dissessem que agora eu estaria apaixonado e por uma aluna, eu certamente daria uma risada de desdém. Sempre coloquei o meu trabalho e estudos em primeiro lugar. Nunca uma mulher foi capaz de me fazer perder a cabeça. Sexo para mim sempre foi uma questão de necessidade passageira e no entanto agora, estou completamente a mercê de Gabrielle.

Tomo um banho rápido e coloco um pouco de uísque em um copo. A TV está ligada, mas não consigo prestar atenção em nada.

Fecho os olhos e posso vê-la a minha frente. Seu corpo que se encaixa perfeitamente ao meu. Os seus cabelos que emolduram o lindo rosto. Os seus olhos que penetram a minha alma. – O cheiro dela. Eu posso sentir o cheiro dela, se me concentrar.

Meu celular toca e me volto ao cenário em que estou – Sozinho em meu sofá.

A mensagem é simples.

"Abre a porta".

Corro em direção a mulher que me espera e quando a vejo, não tenho mais forças para me controlar.

Eu a beijo.

Seus lábios macios e de gosto doce se abrem para que eu possa procurar sua língua. Estou desesperado.

Ela ri entre meus beijos e me empurra para que possa entrar em minha casa. Fecho a porta sem conseguir me desgrudar dela, que logo envolve o meu corpo com suas pernas.

Gabrielle está sem calcinha por baixo de sua camiseta de dormir – Posso sentir o contato em minha pele e todos os pelos de meu corpo se arrepiam.

Como ela pode ser tão dona de mim?

Tiro a peça de roupa que a cobre e a jogo longe. Eu a quero nua.

Sento em meu sofá e a encaixo em minhas pernas. A admiro por um tempo.

Quando essa mulher se tornou minha? – Quando eu me tornei dela?

Bem, essas respostas eu não sei. Não me lembro quando tudo aconteceu. Só sei que não posso mais parar.

Com sua ajuda, fico sem minha calça moletom e pronto para ela.

"Eu não consigo explicar" – Ela sussurra em meu ouvido, enquanto me beija.

Imagino se ela está lendo os meus pensamentos ou se só está pensando o mesmo que eu.

Não me importo. Continuo beijando-a no pescoço, ombro e seios. Eu preciso.

Com suas mãos delicadas e cheias de carinho, ela segura em meu rosto e me faz encara-la.

"Não quero que isso acabe mal, Edgar" – Seus olhos estão marejados e cheios de sentimentos.

"Ainda tem dúvidas?" – Pergunto.

"Tenho medo do futuro".

"Gabrielle, eu... – Eu me pergunto se estou pronto para isso. Se é o momento certo para tal, então digo – "Eu amo você".

Continuo sem saber se este é o momento certo, mas a verdade é que sim, eu a amo.

Somei que todos os sentimentos que tenho por ela são o bastante para definir que a amo.

Eu a amo.

Era Gabrielle que me faltava e agora eu sei. – Não era uma mulher parar amar, era Gabrielle.

"Você... me ama?" – Ela pergunta como se não tivesse ouvido bem e eu sinto medo.

Não quero assusta-la ou pressioná-la. Apenas achei que fosse o meu momento.

"Amo. E não tenho mais medo disso. E se você estiver disposta, sim, eu quero esperar o tempo certo para tudo, ao seu lado".

Não sei se ela consegue entender o que eu digo, mas estou realmente me referindo a tudo.

Passei tempo demais trilhando a minha carreira e estou satisfeito com ela. Estou disposto a esperar por Gabrielle, desde que ela tenha a certeza de que quer caminhar ao meu lado.

Um lapso de memória me vem e lembro de algo como não atrapalhar a sua vida. Ela é jovem, bonita e ainda tem muito o que viver.

Seria egoísmo meu querer viver tudo com ela?

"Eu amo você" – Repito – "Não sei quando e nem como isso cresceu aqui dentro" – Pego sua mão e a deposito em meu peito – "Mas é você que me tem por completo".

Ela chora.

Não um choro desesperado, mas lágrimas insistem em cair. – Ficaria desconfortável se logo ela não estivesse sorrindo daquela forma tão gostosa.

"Não deveria ter me dito isso agora" – Ela passa suas mãos por meus cabelos e para em minha nuca, me puxando para ela. Sua testa colada a minha. Seus olhos encarando os meus como uma gata prestes a dar o bote. "Eu achei que eu fosse dizer primeiro"

Meu coração acelera ainda mais, se é que isso é possível, sem ter nenhum ataque cardíaco.

"Eu amo você, Edgar. Também não sei explicar como e nem quando, mas eu amo".

Sinto seu beijo desesperado e o retribuo da mesma forma.

Lembro da primeira vez em que ela esteve em meus braços, deitada aqui mesmo em meu sofá e reclamando do quão desconfortável era fazer isso com um estranho.

Agora estamos aqui.

Somos namorados e estamos pela primeira vez, dizendo um ao outro, que nos amamos.

Esqueço o cansaço de meu corpo e minha mente fica livre de qualquer pensamento que me atrapalhe.

Somos só eu e ela.

E eu estou pronto para uma noite inteira de amor.




AAAAHHHH, o que acharam do Edgar narrando? 

Também farei um capítulo em que Gabrielle narrará seu ponto de vista!

Espero que tenham gostado :*

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora