Já passavam das 14 horas quando o celular de Gabrielle tocou.
_ Oi, mãe.
_ Filha, onde você está? Acabei de acordar e você não me disse para onde ia.
_ Ah, mãe... - ela olhou para a avó que dormia - a vovó se sentiu mal hoje cedo e nós estamos no hospital agora.
_ O quê? Gabrielle, por que você não me avisou?
_ Não quis te acordar, mãe.
_ Ela ainda vai ficar aí por quanto tempo?
_ Eu não sei... a enfermeira disse que talvez a noite toda.
_ Ouça, eu vou pegar um táxi e vou já pra aí.
_ Não precisa. Posso ficar sozinha com ela.
Gabrielle não gostava quando sua mãe não a deixava fazer nada. Ela sempre foi muito independente, mas ela estava sempre tentando evitar que a filha fizesse as coisas.
_ Mãe...
Ela desligou.
A garota não tinha muito o que fazer. Sua mãe chegaria e a mandaria pra casa. Além do mais, ela era enfermeira e tinha a mania de querer cuidar de todo mundo.
_ Gabi...
_ Oi, vovó! - ela se aproximou
_ Estou com sede.
_ Vou chamar a enfermeira.
Ela saiu a procura de alguém e quando voltou sua avó estava tossindo bastante e muito agitada.
_ Fique calma, senhora - a enfermeira disse.
Quando a tocou, notou que a senhora estava queimandode febre.
_ Ela está suando. Precisamos de um médico - gritou - Por favor, espere lá fora - disse a Gabrielle.
_ O que está acontecendo?
_ Ainda não sabemos, por favor, aguarde lá fora.
Gabrielle saiu muito nervosa e viu o médico entrar correndo no quarto de sua avó.
_ Ela está tendo uma parada cardíaca. Tragam os aparelhos - alguém gritou.
Os minutos que se seguiram foram os mais tensos e desesperadores da vida de Gabrielle. Não queria presenciar aquilo. Imaginar a morte de sua vó estava a deixando sem ar e perdida. Ligou para seu pai, furiosa por ele a ter deixado lá e nem ter mais se importado em saber como a mãe estava.
Depois de ouvir a filha gritar, o homem disse que voltaria ao hospital imediatamente.
Quando sua mãe chegou, ela chorava silenciosa sentindo uma vontade enorme de vomitar. Estava ansiosa.
_ Filha, o que houve?
_ Mãe, a vovó estava tendo uma parada cardíaca - abraçou a mãe - Eu não quero que ela morra - disse aos prantos.
_ Ela não vai morrer. Ouça, vou dar entrada novamente no meu horário e vou ficar acompanhando sua avó, tá bem?
Ela fez sinal positivo com a cabeça, secando as lágrimas.
_ Você já avisou ao seu pai?
_ Sim.
_ E ele não veio? - perguntou com raiva.
_ Ele disse que está a caminho.
_ Ok. Fique aqui esperando por ele, eu vou ver como sua avó está.
Após um tempo, a mãe de Gabrielle voltou avisando que o quadro dela já estava se estabilizando e que tudo ficaria bem.
_ Eu posso vê-la?
_ Ainda não, meu amor.
As duas se abraçaram.
_ Como ela está? - o pai de Gabi aproximava.
_ Estável - ela disse meio ríspida. Odiava a forma como o marido colocava o trabalho em primeiro lugar.
_ Mas ela terá alta ainda hoje?
_ Não. Terá que ficar por aqui até amanhã, no mínimo.
Gabrielle já havia parado de chorar.
_ Filha, acho melhor você ir pra casa.
_ O quê? Não. Eu vou ficar bem aqui.
_ Não vai resolver nada você ficando aqui. Só vai se cansar. É exaustivo.
_ Mas mãe...
_ Gabrielle, daqui a pouco vai anoitecer e sua avó não deve acordar por hoje.
_ Mas se acontecer algo e eu não estiver aqui...
_ Não vai acontecer nada! - ela olhou firme nos olhos da filha - Por favor, vá pra casa, descanse e volte amanhã para sua avó vê-la bem. Se ela te ver com essa cara de choro pode ficar agitada e isso não vai ajudar.
Ela tinha razão.
_ Seu pai vai ficar aqui de acompanhante hoje! - disse intimando o marido. - agora vá até o restaurante e avise ao gerente que ele não voltará para o jantar.
O pai de Gabrielle não disse nada. Também não podia. Era a mãe dele, a final.
_ Agora vá antes que escureça. O dia está chuvoso e não é bom para dirigir à noite.
_ Está bem - concordou.
_ Eu te amo!
_ Também te amo, mãe - pegou o casaco e saiu - Tchau, pai.
_ Tchau, filha.
Quando entrou no carro, havia parado de chover e ela se sentiu mais aliviada. Seguiu até o restaurante de seu pai qie ficava em seu bairro e depois foi pra casa.
Ao chegar em frente a porta de Edgar, lembrou do convite para o almoço e sorriu. Ela tinha dado um bolo e tanto nele. Pena que por um motivo tão triste.
Entrou em casa e foi direto pro banho.
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O Amor Mora Ao Lado
RomanceProfessor e Aluna - Vizinhos. Após o termino de seu relacionamento, tudo que Gabrielle deseja é passar um tempo sozinha. Após o tempo que ficara em off, tudo que Edgar deseja é poder ficar com a garota. Juntos, os dois descobrirão que o amor pode mo...