O Amor Mora Ao Lado

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_ Eu sinto muito, mamãe, mas eu precisava contar.

Neste momento, a única coisa que Marina torcia para que não acontecesse, era de que Edgar confessasse a mentira sore o seu falso relacionamento e assim piorasse tudo.

Edgar estava sem chão. Dava para notar em seu olhar o quão perdido ele estava.

_ Filho, por favor, sente-se – Marta ignorou a filha, mas Edgar se manteve de pé.

Gabrielle estava sentindo-se desesperada por Edgar e queria abraça-lo com verdade.

_ Filho, por favor. – Marta insistiu.

_ Edgar! – Marina chamou sua atenção e em seguida o pegou pelo braço. Para que ele se sentasse.

Gabrielle sentou ao seu lado. Sem dizer nenhuma palavra ou dar algum gesto.

_ Eu não sabia como lhe contar... Eu não queria forçar nenhuma aproximação com você por causa desta doença...

Edgar não encarava a mãe. Ele não conseguia.

_ E quando ia me contar? Há quanto tempo sabe? – Dava para notar em sua voz o peso que ele estava sentindo com aquela notícia.

_ Não tem muito tempo e eu contaria logo, assim que tentasse me reaproximar de você.

_ Por que a Marina já sabia? – Ele estava se sentindo excluído mais uma vez.

_ Eu descobri sozinha. Foi um choque, Edgar, mas eu não podia te contar, por que ela queria fazer isso sozinha.

Ele estava com os olhos cheios de lagrimas.

_ Filho, eu não quero o seu perdão por pena. Em breve iniciarei os tratamentos e tenho fé de que ficarei bem. No entanto, essa doença me fez ver que eu estava errando e perdendo muito tempo sem você na minha vida. Por favor, prometa que vai tentar me perdoar.

Agora Edgar sabia o motivo pelo qual sua mãe vinha tentando uma aproximação e o nó em sua garganta apertou ainda mais.

_ Por Deus, estou tão feliz que você esteja namorando essa moça linda, que nem me reconheço. – Marta sorriu para Gabrielle.

Ouvir aquilo foi como receber uma facada.

Edgar sentiu a dor. Gabrielle e também Marina.

Nenhum deles foi capaz de se encarar naquele momento.

_ Não quero deixar tristeza em suas vidas. Não quero mais ser uma mãe ausente. Me perdoe por todos esses anos, mas olhe só para você, como a Gabrielle mesmo disse, eu deveria ter muito orgulho de você. E filho, eu tenho. Dos dois – Ela olhou para Marina.

Edgar tentou disfarçar, secando os olhos, antes que as lagrimas escorressem. Em todos esses anos sem sua mãe presente, ele nunca havia imaginado algo assim.

_ Vocês são o bem mais precioso que tenho. Não quero morrer ausente.

_ Você não vai morrer, Mamãe! – Marina se zangou.

Todos os sentimentos ruins, lembranças de tristeza e decepção estavam matando Edgar por dentro.

_ Edgar... Me perdoe. – Marta tocou sua mão.

Ele se levantou, ainda evitando o contato visual com sua mãe e com as outras mulheres ao seu lado.

_ Eu vou para o quarto.

Gabrielle também se levantou.

_ Por favor, Gabrielle, eu preciso ficar sozinho.

Sem esperar mais nenhuma fala delas, Edgar foi embora, deixando sua falsa namorada com as duas mulheres de sua vida.

Ele precisava ficar sozinho pois o choro preso estava o deixando sem ar. E mesmo sem saber o que aconteceria daqui para frente, ele sabia que não seria tão simples assim perdoar sua mãe, apesar da doença. Desta forma, os sentimentos ruins dentro dele só aumentavam.

Para piorar, Gabrielle era uma grande mentira em sua vida.

Se Marina sabia sobre a doença de sua mãe, por que ela o deixou continuar com aquilo? – Ele estava sentido raiva da irmã.

_ Eu sinto muito que tenha que passar por isso, querida – Marta se dirigiu a Gabrielle depois que Edgar as deixou.

_ Eu não sei o que dizer... Estou tão arrasada. Eu que sinto muito – Ela segurou a mão de sua falsa sogra.

_ Espere um momento enquanto ele fica um pouco sozinho e depois vá até ele. Por favor, não deixe o meu filho sozinho.

_ Não deixarei. – Gabrielle assentiu.

Em seguida, Marta reclamou de Marina, por ela ter feito aquilo daquela forma e as duas agradeceram por Marta não ter entendido o motivo. Que no caso, era o falso namoro deles.

_ Mais ninguém sabe sobre minha doença, então peço que não comentem com outras pessoas.

_ Claro. – Elas responderam juntas. Gabrielle não tinha porque contar para alguém.

Logo Marta as deixou sozinhas no sofá da varanda.

_ Por que nos deixou mentir, sabendo de tudo? – Gabrielle não perdeu tempo – Não achou que isso deixaria o seu irmão pior?

_ Eu juro que a minha intenção era boa! Tudo o que eu falei antes da mamãe chegar é verdade! Acho que vocês dariam certo de decidissem realmente ficar juntos.

_ Você sabe que o Edgar jamais vai querer compromisso comigo. Eu sou aluna dele, esqueceu?

_ Isso é só um por enquanto. Logo ele não será mais seu professor.

Gabrielle já havia pensado naquilo.

_ Tem noção do quanto isso está sendo importante? O Edgar passou por cima da ética dele só para transar com você. Ele não faz esse tipo de coisa. E você, pelo que eu tinha tido conhecimento, também não fazia.

_ Podemos estar sendo apenas uma exceção na vida um do outro.

_ Exatamente! Não venha com a conversinha de que quer fazer algo bom por ele, apenas. Você está aqui por você! Queria sentir como seria namorar o Edgar, não é?

Talvez aquilo fosse verdade. Gabrielle passou a admirá-lo e assim desejava conhecer alguém como ele para gostar.

_ Não vou dizer que nunca vi o meu irmão correndo atrás de alguém, ele também não é isso tudo, mas nunca o vi se importar tanto com uma ficada. Tenho certeza que você é muito mais para ele.

_ Você não deveria querer me iludir – Gabrielle riu de si mesma – Eu achei que nunca mais me apaixonaria e não quero sofrer pelo Edgar. Ele nunca vai se dá conta de quer algo comigo, assim como você está dizendo.

_ Então está assumindo que quer algo com ele? – Marina queria ouvir com todas as letras.

_ Estou dizendo que eu gostaria de tentar, mas tenho consciência de que isso não vai acontecer.

_ É só você não desistir! O meu irmão é bem difícil às vezes, mas se você chegou onde chegou, acredite, você pode mais.

Aquela conversa estava fazendo Gabrielle se sentir ansiosa. Ela desejava Edgar tanto quanto se sentia desejada por ele, mas não tinha aquele sentimento um caso de amor. Talvez Marina só estivesse tentando forçar algo.

Conversaram ainda por alguns minutos, até que Nina chamou sua mãe para dormir.

Gabrielle não tinha com quem ficar e por isso se manteve no sofá da varanda ainda por um tempo, antes de ir até Edgar.