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Edgar inicou sua aula como havia feito no dia anterior. Se apresentando.

Seriam quatro turmas no total. Duas à tarde e duas à noite. Trabalhando de segunda à quinta e dando aula duas vezes na semana à mesma turma.

Sexta-feira estaria livre.

De repente, enquanto fazia a chamada presencial da turma, se deparou com uma garota também chamada Gabrielle. Bonita, mas nem de longe se parecia com a sua Gabrielle. Sentiu uma pontada de ansiedade.

Precisava urgente saciar sua vontade por sexo e assim parar de pensar e desejar Gabrielle. Notou pela primeira vez como estava sendo idiota. Era a primeira vez que uma garota daquela idade o deixava tão necessitado. Geralmente ele apenas ignorava.

A aula chegou ao fim e Edgar sabia que não havia sido tão bom quanto na tarde anterior. Até mesmo quanto à noite anterior, quando viu Gabrielle chegar. Agora ele estava preso em pensamentos.

Ficou alguns minutos sentado antes de organizar suas coisas e sentir fome. Olhou a hora e decidiu comer algo na cantina.

****

Na biblioteca, Gabrielle passara a tarde inteira tentando concentrar seus pensamentos apenas no trabalho que entregaria à noite, mas suas ações não a deixavam em paz.

Tudo e todos os momentos que ela estava vinvenciando nesses dias estavam fazendo ainda mais bagunça em sua mente.

Lucas e a traição. Edgar e seu assédio. Sua avó no hospital. Edgar de novo. Edgar. Edgar. Júlia e a grosseria de Gabrielle com ela. Edgar e sua aproximação. Edgar e seu jeito. Lucas. Júlia. Sua avó. Edgar...

Sentia raiva, angustia e magoa por tudo que Lucas representava agora. Sentia medo por sua avó estar doente e sentia pena de si mesma por não saber fazer amizades.

Edgar sem dúvidas era o pior e mais insistente dos pensamentos. Quase podia sentir o cheiro dele ao lembrar de seu sofá. No entanto, não sabia o que sentir quanto a ele.

Apesar de toda distração, Gabrielle havia acabado de imprimir seu trabalho quando sentou-se novamente na cadeira da biblioteca.

Sozinha, ela apoiou os cotovelos sobre a mesa e cobriu o rosto com as mãos.

Com o próprio toque, Gabrielle sentiu o alívio de poder fechar os olhos e se manter assim por alguns minutos.

Perdida em seus pensamentos, notou a presença de alguém sentando-se ao seu lado e custou alguns segundos para que ela se desse ao trabalho de encarar quem quer que fosse.

_ Te trouxe um café!

Edgar empurrou o copo de isopor para mais perto da garota.

Ele era inacreditavelmente insistente.

_ Obrigada - disse sem se dá ao trabalho de reclamar pelo seu comportamento.

_ Terminou o projeto?!

_ Sim - ela olhou em volta antes de dar o primeiro gole no café - sabe... você não está sendo nenhum pouco discreto me trazendo café aqui. Se não se relaciona com alunas, não dê motivos para que pensem coisas sobre nós.

Edgar sorriu aquele sorriso de sempre.

_ Não tem praticamente ninguém na faculdade agora e sinceramente, duvido muito que tenha aula à noite.

O Amor Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora