Poguelandia

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Blair Brown —

Poguelandia, nossa nova "casa", nossa nova ilha, onde estamos morando nessas últimas quatro semanas, sem celular, sem terra por perto, só nós seis adolescentes, apenas sobrevivendo. Não conseguimos voltar para Outer Banks nem ter contato com ninguém de lá. Nossos celulares queimaram quando pulamos na água e também não teríamos conexão.

Por sorte, na ilha onde estamos, conseguimos achar comida e uns galhos para fazermos uma cabana. Com isso, dividimos as funções: Eu, Jj e Kie ficamos com a parte de achar comida, Sarah e John B ficaram com a parte de cozinhar, e Pope e Cléo cuidavam da nossa cabana.

- Eu não vou voltar. Olha ao seu redor, Blair, nós temos tudo que precisamos. Temos comida, uma casa e ainda temos uma ótima vista. Onde vamos conseguir uma vista assim, ainda de graça? Era como nós tínhamos falado, lembra?

- Eu sei, Jj, mas nós temos uma vida em Outer Banks. Temos a escola, meus pais, nossos amigos. Não podemos ficar nessa ilha pelo resto de nossas vidas.

- Outer Banks não me pertence mais, Blair. Eu não tenho mais meus pais. Vocês agora são minha família. Nem casa eu tenho.

- Ei, vocês dois! A comida está pronta! - Sarah aparece brava - Já chamei vocês três vezes.

- Mamãe está brava. - Jj ri, me ajudando a levantar.

- Bom, o que temos para comer? - Sorrio, me assentando ao lado de Cléo.

- Temos peixe e peixe.

- Quando voltarmos para Outer Banks, eu não vou querer comer peixe por uns bons anos. - John B ri, cheirando o peixe - Que barulho é esse?

- Parece um avião. - Me levanto, olhando para o céu - Gente, é um avião! Rápido, nós precisamos sinalizar. Alguém pega uma folha e coloca fogo.

- Estamos aqui! Ei! Aqui em baixo! - Sarah grita, correndo até a fogueira, tentando acendê-la - Merda! Alguém nos ajuda, o fogo não está indo.

- Ele está virando! Ele não está nos vendo. - Pope corre até Sarah, ajudando com as pedras, tentando criar uma chama - Foi.

- Ei! Aqui em baixo! - Grito - Ele nos viu! Gente, eles nos viram!

- Ele está indo para a lagoa! Vamos! - John B e Sarah saem correndo.

- Ei, Jj, vamos? - Sorrio, estendendo minha mão.

- Estou com medo, Blair, de como vai ser nossas vidas quando voltarmos.

- Vai dar tudo certo, Jj. Vamos, essa é a única chance que temos para sair daqui.

Quando vou me aproximando do avião, consigo ver um homem saindo de dentro dele. Ele era um pouco rústico, tinha o cabelo preso em um rabo, e usava uma blusa desabotoada. Ele provavelmente tinha uns sessenta anos.

- Bom, o que temos aqui? Naufragaram de um barco?

- Pulamos de um. - John B encara o homem que arrumava algo no avião.

- Bom, não tenham medo. Eu vou ajudar vocês!

- Louvado seja o senhor, gente! Vamos. - Grito, me aproximando do avião.

- Fiquem à vontade! Esse carinha aqui já aguentou muitas coisas.

- O que você costuma pescar durante este mês, Jimmy?

- Cavalas, sempre me dão um bom lucro.

- Ah, sim. - Jj nos olha desconfiado - Gente, nunca há cavala em setembro! Seja quem ele for, ele não é nenhum pescador.

golden boy - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora