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Hayden.

— eita...o que houve aqui? — minha irmã questiona — eu ouvi os gritos no corredor, cadê a Quira? — balanço a cabeça em quem não quer papo, mas ela senta-se na minha cama em quem não vai desistir também.

— eu...vacilei! — declaro.

— novidade, mas no quê? Não recusou o pedido não, né? — olho-a confuso, ela sabia? — aí droga, você não chegou a receber, né?! — olho para o celular dela quebrado no chão — meu Deus, Hayden!

— eu achei que ela estava me traindo, eu juro que de primeira tentei com calma, pedi o celular com educação, mas ela não quis dar — ela leva a mão na cara sem acreditar e eu abraço meus joelhos arrependido.

— você estava achando que uma pessoa que você nem namora, tava te traindo, seu imbecil? — bufa raivosa — tá, calma. Você quebrou o celular e chamou de infiel, ainda dá para consertar. Primeiro passo, vamos comprar um celular novo e sem economizar...iPhone de última geração, ouviu? — assinto — segundo é: flores, muitas flores. Um chocolate ou dois, não, uma cesta deles para o vaso quebrado ali também — frustração em sua voz.

— não acho que vá adiantar! — me encolho debaixo das cobertas — falei bosta, fiz o que eu mais temia que ela fizesse comigo, esfreguei na cara dela que ela foi... você sabe.

— aí você tá zuando com minha cara, ela não te deu nem um tapa? — gesticulo o maxilar, lembrando-me até agora do impacto — Bem feito! — Arqueio a sobrancelha — Hayden, não é possível, eu não iria querer olhar na sua cara depois disso, sinto muito dizer — meu peito se aperta — ela estava toda empolgada com sua declaração, deixa eu lhe mostrar uma coisa — se levanta saindo de meu quarto e eu bufo.

Afundo minha cara no travesseiro com raiva, mas de mim. Melanie volta com o seu celular — vê se não quebra... — debocha me entregando, ela entra debaixo das cobertas e bate na coxa em sinal para que eu deite e faz carinho, em consolo. O que me irrita, por saber que não mereço, mas adoro minha irmã — lê!

Movo meus olhos para a tela e suspiro fundo.

" Olá, Sr Solhov. Como você já sabe, não sou muito boa com palavras e com certeza ficaria muito, MUITO nervosa dizendo isso olhando diretamente nos seus olhos. Você não colabora também, tem uma pose muito séria...— dou um sorriso involuntário — enfim, amo você e queria lhe dizer isso. Desde o dia que te vi, não me importei com as circunstâncias, só seus olhos já me fizeram saber que você era a minha alma gêmea; ouvi algumas vezes que almas gêmeas nem sempre ficam juntas, as vezes elas são destinadas a ser apenas melhores amigos, ou até mesmo irmãos, mas eu fui sortuda mais uma vez, encontrei em você um amigo, companheiro e amor. Nunca disse o quanto sou grata por cuidar de mim, mesmo com seu jeito um pouco... rígido, sempre me entendeu acima de tudo, nunca me julgando, cobrando ou jogando as partes ruins na minha cara. No dia que nos conhecemos, foi estabelecido que não poderíamos trocar nomes ou perguntas que revelasse quem somos, mas eu faço questão de dizer quem sou agora, sou completamente apaixonada e curiosa para saber: você aceita namorar comigo? ".

Sim. Sussurro, apago a tela sentindo a lágrima escorrer por meu rosto. Sim, sempre será um sim — vou atrás dela! — me ergo, mas minha irmã me mantém no lugar — Mel, ela vai me odiar! — o vazio se expande e ela apenas me abraça.

— deixa ela esfriar a cabeça, amanhã cedo você vai! — assinto, mesmo querendo ir agora.

•••

Minha noite foi péssima, não devido aos malditos pesadelos, mas sim pelo fato de que não consegui fechar os olhos por mais de três minutos. Eu quero vê-la, não sou nada bom pedindo desculpas, mas tentarei ao menos.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora