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— Faz seis anos que eu conheço você e deu tempo de que eu te achasse um maluco, um criminoso, um cara legal, me apaixonar, parar de te amar, te odiar e agora " amigos". Uou, que experiência! — debocho em brincadeira e ele me dá um olhar risonho.

— sou um furacão de sentimentos, princesa — levo um pedaço aos lábios.

— O que vamos fazer? — questiono e ele reflete — jogos?

— hum...ok, vamos jogar então. Características pessoais, pode ser um defeito e uma qualidade também — franzo o nariz — tudo que reparamos e descobrimos nesse tempo, topa? — assinto.

— ok, pode ser. Você começa! — ele mastiga e engole enquanto pensa — se não quiser dizer ou responder, o que acontece? — pergunto antes que seja tarde.

— fica devendo algo para o segundo jogador — diz tranquilo e bufo.

— você vai pegar pesado né, seu maldito — ele sorri de canto — vai logo.

— vamos começar de boa, uma característica e um defeito: você é muito linda, porém muita rancorosa — diz frustrado e dou risada, sou realmente — isso parece um jogo da discórdia, não?

— com certeza, mas enfim né. Você...é...ok, nível básico. Você é muito inteligente, mas tem hora que também é muito burro — ele inclina a cabeça.

— justo. Você é fofa e... não pensa as vezes no que faz, inconsequente, me irrita — arquei a sobrancelha.

— E o que eu fiz que não pensei nas consequências? — pergunto.

— jogo, é um jogo, pode parar! — adverte e faço uma carranca.

— você é misterioso demais, me irrita para caralho e é muito chato as vezes — ataco e ele arqueia as sobrancelhas.

— às vezes? Obrigado, e eu aqui achando que era sempre — dou risada — você tem um sorriso lindo! — diz uma característica.

— você também, e um olhar realmente impactante — digo em análise.

— impactante como?

— sei lá, depende do seu humor, se estiver bravo é impactantemente assustador, se estiver feliz, se estiver sério, se estiver...enfim, impactante — pulo a parte constrangedora — sua vez! — Ele pensa vagamente e sorri de canto me olhando — vish, lá vem safadeza! — bufa uma risada.

— suas habilidades como hacker, acho muito boas — diz com a cara mais lavada.

— obrigado — me gabo um pouco e suspiro — acho que já falei tudo, não? — penso — já disse sobre você ser inteligente, misterioso, impactante e burro as vezes. Sei lá agora — ele me olha fixamente.

— duvido que você não pense em mais nenhuma qualidade ou defeitos em mim — a perversão cruza minha mente e um sorriso involuntário cerca meus lábios — não disse! — coro e pigarreio.

— você é... ciumento, porra que ódio — ele leva a pizza aos lábios tranquilo — e fofo quando quer, só quando quer.

— você já não é tanto, sabia?! Você é, mas pula a parte do contato físico — pronuncia decepcionado — acho que eu era o Golden da relação — brinca.

— como assim? — dou risada — eu sempre fui fofa com você.

— sim, mas não o suficiente, tipo abraçar mais, ser mais apegada há qualquer momento, dar mais beijos... não é assim o tal do casal? — penso.

— acho que sim, bom, depende da relação, mas sempre tem que ter um equilíbrio né, e você também não é tão grudento, não a ponto de ser aqueles cara que abraça toda hora, adora dar beijos e dormir de conchinha... não, a conchinha é verdade, você adora — ele pensa e franze o nariz em reflexão própria, dou risada — humm, você está carente e querendo que sejam assim com você? — ele sorri de canto com a provocação — que dó meu deus, o neném quer amor.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora