Melanie/Zilper. 20 minutos antes.Desligo a ligação e fecho meus olhos, esperando somente que não seja tão horrível quanto parece ser. Por favor Deus, eu já sou acostumada com a dor, mas não deixe que meu filho sofra, deixe que eu sinta por nós dois, ele não merece nada disso.
Ouço um barulho de moto e abro meus olhos imediatamente, sem tempo de raciocínio, escuto a voz familiar de Kai.
— eles estão aqui! — grita pulando da moto com Sam e ouço um carro parar perto também — ajudinha? — diz tirando o capacete e um canivete do bolso.
Sorri largamente, graças a Deus.
— Asafe! Ele primeiro, Kai.
Ele assente indo ajudar, Sam. Meu coração acelera escutando o barulho do trem já não tão longe.
— aí meu Deus — Estefan vem até mim, puxando as cordas, Kai taca o canivete, ele corta rapidamente se levantando — levanta, rápido querida — pego sua mão.
A luz do trem me atinge e a buzina alta me assusta, Estefan me puxa e pulamos para fora dos trilhos. O vento do grande trem passa, esvoaçando meus cabelos.
Olho para o trem a meio metro de mim e as batidas do meu coração disparam, em saber que mais um minuto e estaria tudo acabado. As lágrimas saem sem controle.
— obrigado... muito obrigado — me viro para Estefan, o abraço afundando o rosto em seu paletó, ele me abraça de volta.
— não agradeça...passou, calma querida — acaricia meu cabelo, soluço, envolvida por seus braços. Choro ouvindo o trem passar atrás de mim. Eu teria morrido, Asafe teria.
— obrigado mesmo! — fungo o nariz, soluçando muito, meu peito dói.
— Não há do que, já passei por uma situação dessas, mas a diferença é que eu caí no trilho. Sabe por quê? — pergunta, o olho entre lágrimas e nego, ele dá risada — minha coluna travou e sou velho demais para ver o trem, não enxergo nada sem meus óculos — dou uma risada sincera.
Eu esperava tudo, menos isso.
Fungo o nariz rindo, ele também dá risada.
— não ria, a idade chegará para você também...— brinca. Enxugo as lágrimas distraída — está melhor? — assinto.
— Sim obrigado, foi muito...— a risada me interrompe, minha barriga dói, minhas pernas tremem diante a tal graça — desculpa...— soo como um porco e a vergonha me atinge, ele ri.
— O humor quebrado de um velho às vezes pode ajudar — assinto. Realmente ajudou. Respiro fundo, olhando para ele, coro ao reparar seu olhar reconfortante, eu queria voltar para aquele abraço, foi bom. Sorri para ele e seus olhos se curvam em dúvida — uau, vocês são idênticos! — diz tranquilo e meus olhos se arregalam, toco meus cabelos, não sentindo nenhuma peruca...oh merda. Seus olhos me dão um sorriso — não se preocupe em explicar agora — diz tranquilo, eu o olho fixamente, não encontrando nenhum sinal ruim em seus olhos, diferente dos de meu pai, eles se parecem, mas os olhos são tão diferentes, os dele são...bons. Abraço ele novamente, mesmo sabendo que ele pode brigar comigo, mas diferente do que imaginei, ele retribui e ficamos em silêncio, as lágrimas caem de meus olhos, sentindo seu carinho em meu cabelo, calmo e sem maldade. Eu queria tanto ter tido o privilégio de Hayden, em ter um pai assim.
— Mamãe — ouço As, solto Estefan secando as lágrimas, me viro vendo Kai e Sam segurar sua mãozinha, o ajudando a pular os trilhos. Vou até eles, abraçando meu filho.
— oi meu amor, você está bem? — beijo sua bochecha, ele assente, mas seu olhar se perde atrás de mim, ele cora escondendo o rosto em meu pescoço. Sorri, ele fica super tímido com gente nova — obrigado, não sei o que seria de mim se não tivessem chegado a tempo.
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Silênt nigth
Misterio / SuspensoAquira Garden não planejava viver sua vida como um eterno segredo, mas foi inevitável. Aquela noite tudo mudou bruscamente, não somente sua vida diária, mas seu ponto de vista também. Se existir mesmo anjo da guarda com certeza é ele, mas suas armad...