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Hayden Grayford.

Descobrir que serei pai em meio a toda essa turbulência é como se fosse uma luz no fim do túnel, sempre quis ser, pois sei que os protegeria muito mais do que me protegeram. Quando Mel me deixou ser o pai de As, eu me encantei ainda mais pela paternidade, principalmente porque ele é uma criança doce, nunca me deu muito trabalho, mas agora que eu sei que meu sangue circulará na veia do meu pequeno bebê é ainda mais bonito, poderei acompanhar a primeira ultrassom, o parto e tudo mais que não pude da minha irmã.

Decidimos resolver todos os nossos problemas primeiro, depois anunciar tal notícia. Porém já estou planejando o quarto de nossas crias, será que virá gêmeos assim como eu e Mel? Espero que sim, principalmente se for meninas, já estou imaginando duas menininhas completamente diferentes, mas ao mesmo tempo iguais. Se for menino... não quero pensar na possibilidade.

— Então estamos fodidos juntos, irmão? — Kai pergunta, coçando a cabeça. Sam também está.

— É, estamos — ele bufa dando uma tragada — você não parece muito contente não, vai sair para comprar maconha é?

— Eu estou botando fé que é meu não, acho que é golpe da barriga, vou pedir exame de DNA quando nascer — assinto.

— se der positivo?

— aí eu saio para comprar maconha, vem comigo? — balanço a cabeça em tamo junto.

— se elas ouvirem isso arranca meu pau e o seu — digo em humor.

— ainda bem que sabem, castração às seis — Sam grita da cozinha, com Quira. Kai dá um sorriso de canto.

— Spenser, sabe? — pergunta e eu cerro os olhos — vamos contar junto? Não tive notícias dele ontem, nem hoje, mandei mensagem e não respondeu. Aliás, o aniversário dele é daqui um mês e meio, aquele puto está fazendo o que em? — pergunta e eu reviro os olhos.

— não sei e não quero saber — bufo. Ele me olha fixamente, seus olhos me analisam seriamente.

— Quê que você fez, Hayden? — arquei a sobrancelha.

— pergunta para ele o que ele fez, aquele traíra — ele arqueia a sobrancelha.

— Vocês estão de frescura de novo? Quem irritou o outro primeiro?

— Spenser e Liz são Zil Kai, ele quem era minha sombra esse tempo todo — esclareço, seus olhos esfriam e ele fecha os olhos se tacando para trás, processando — mas relaxa, ele traiu a mim, não você. Não precisa se afastar do seu amigo, você não tem que decidir entre nós dois, não temos cinco anos.

Ascendo um cigarro, levando aos lábios.

— você tem certeza, Hayden? A Liz até faz sentido, mesmo que difícil de acreditar, mas é o Spenser, ele sempre esteve lá quando nós dois precisamos. Converse com ele, ele te explica o mal entendido.

— É meio difícil de não acreditar quando ele coloca uma faca em seu pescoço — ele cerra o maxilar. Dou uma tragada, preenchendo meus pulmões com a fumaça — é ele Kai, já era.

— O Los três, acabou? — assinto e ele suspira, sentindo o peso que isso nos traz.

Los três nunca se tratou de basquete, ao menos não somente isso. Sempre éramos nós três e agora somos somente dois, ambas as partes só temos Kai.

— E eu achando incrível que finalmente poderíamos cumprir aquela aposta ridícula, que nós criamos aos treze — uma lágrima escorre de seus olhos, mas ele dá uma risada Incrédula — vacilão do caralho, eu vou matar ele.

— vai ser difícil não, eu arrebentei já, só termina.

— E o idiota nem reagiu? — assinto, Kai bufa, estendendo a mão e eu o entrego o cigarro. Ele dá uma tragada funda — ele sempre fez isso quando sabia que estava errado, ele nunca reagiu, sempre usou como forma de se punir — relaxo contra o sofá, suspirando fundo.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora