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Olho para todos no canto da sala nos olhando sorridentes e Hayden aflito, à espera de minha resposta.

As palavras de Allan ecoam em minha cabeça e o ódio se ramifica em meu coração, criando raízes ainda mais fortes do que as últimas. Olho para o telão com o pedido feito e uma foto nossa se beijando, me lembro exatamente da cena. Aquele dia que ele dormiu em minha casa, não queríamos sair da cama, ele me beijou de forma tão fofa e sincera que eu quis eternizar em uma foto.

— Quira? — pisco os olhos, saindo de meu transe, com seu chamado baixo. Seus olhos transmitem uma sensibilidade enorme e o medo da recusa. Sorri largamente, com toda a falsidade deste mundo.

— sim! — digo entre lágrimas e um sorriso enorme brota em seus lábios, as pessoas envolta sorri. Ele coloca a aliança em meu dedo e se levanta, pego a sua colocando em seu dedo e ele me beija.

— viva ao casal! — Gen inicia as palmas e as comemorações. Desgrudo nossos lábios.

Isso, felicidade ao casal.

— amo você! — diz olhando em meus olhos.

— eu também amo você — ele sorri — muito! — o olho fixamente e por um segundo vejo seus olhos cruzarem a confusão, mas então sorri olhando para o lado — eu tô namorando! — ergo a mão em falso entusiasmo. Elas dão gritinhos animados vindo até nós, para nos parabenizar.

— eu exigi participar desse momento, quando vi Hayden na joalheria — Gen diz me abraçando.

— porque assim ela aceita, nem que seja por pressão do público — Eduardo brinca e damos risadas.

Realmente.

Todos nos abraçam, parabenizam e então voltamos à sala de jantar, para tomar a sobremesa, um petit-gâteau maravilhoso.

Como mesmo sem apetite.

Hayden segura minha mão, entrelaçando nossos dedos, deixando as alianças lado a lado em combinação. Cerro o maxilar me mantendo nesse teatro, sei que fazê-lo apenas passar vergonha, não adiantaria. Eu estou aqui porque devia a ele, ok, eu serei sua mulher até cruzar a maldita porta.

•••

Encaro a janela onde passa uma grande nevasca, dando ideia da tempestade lá fora. Está ficando cada vez mais intensa, isso me preocupa.

Meu rosto é acariciado e um beijo depoisitado em minha bochecha, me viro para o lado fitando os malditos olhos azuis.

— está com sono? Podemos ir, antes que a nevasca e seu sono piore, quer? — assinto.

— oh, também irão? — Yas pergunta e assentimos — vamos aproveitar a deixa e iremos também, até mais à todos.

— não querem ficar? Podem ficar todos aqui esta noite, a neve está bem alta, é perigoso — Gen sugere e eu nego.

— obrigado pela gentileza, mas não queremos incomodar! — digo.

— imagina querida, vocês já são de casa! — diz gentilmente, mas me irrita mesmo assim.

Olho para Hayden pedindo ajuda e ele entende rapidamente, para minha sorte.

— Não precisa, Gen. Temos planos para esta noite ainda — diz e ela sorri, meu rosto pega fogo.

— sendo assim, estão liberados — pisca — Vão com Deus, queridos!

Nos despedimos de todos presentes à sala e saímos pelo corredor, o mesmo que entramos. Suspiro fundo, enfim podendo liberar o meu ódio. Solto minha mão da sua e ele me olha fixamente, mas então sorri.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora